Ruína

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— O que seria "Nós nos beijamos"?

O Smith paralisou após a pergunta, as orbes azuis olhavam atentamente para os escuros que o encaravam, curiosos e inocentes, o rosto parecia mais gentil do que Levi geralmente demostrava, afinal, o anjo queria saber por que os soldados conversavam tão alegremente sobre o tal, beijo.

— Alguém falou isso direcionado a você?

O príncipe não conseguiu evitar a pergunta, um pouco enciumado, pensar que um dos soldados havia convidado o Ackerman para um beijo o causava um enorme nervosismo.

— Não Erwin, Jean estava falando sobre a namorada dele. — O loiro suspirou aliviado, após a fala do moreno. — Você já me contou sobre o que são "namorados" mas eu não sabia que envolvia...Beijos, por isso, gostaria que me contasse sobre o que se trata.

O Nobre sorriu gentilmente antes de iniciar sua explicação.

— Geralmente é feito por casais, ou  quando as pessoas tem interesses românticos umas nas outras. Elas acabam encostando os lábios, as línguas podem se tocar também e-

O Arcanjo o interrompeu de continuar, com a face surpresa e bastante enojada.

— Que nojo! Por que fariam isso?

— Os humanos são estranhos Levi, mas quando você faz esse ato com alguém que gosta muito, acaba se tornando bom.

O Smith ditou, vendo o Ackerman concordar com a cabeça. O moreno passou alguns segundos em silêncio, analisando e pensando naquela explicação, se era como Erwin havia dito...

— Então um dia vamos nos beijar também?

A voz calma perguntou, fazendo o príncipe quase tropeçar e cair no meio do quarto, ele respirou fundo, se recuperando da surpresa que levou.

— Você não pode.— Afirmou ao anjo. — É um pecado para um ser como você. 

Foi sincero em suas palavras, o bem do Ackerman era o mais importante naquele momento, e nada poderia interferir na recuperação de suas asas.

— Entendo...— O Anjo disse, olhando por volta do quarto.

Embora a ideia fosse nojenta, Levi admitia que era injusto, apenas na terra os anjos poderiam sentir, toques principalmente, antes, seus corpos se assemelhavam aos de fantasmas, era seres bonitos, entretanto, não poderiam pegar em algo, ou sentir algo. Depois que recuperasse suas asas, ele sequer se lembraria da sensação de abraçar alguém. Uma angústia preencheu o coração do Arcanjo, e um olhar tristonho se formou no rosto delicado.

— Levi? — O príncipe se aproximou, preocupado com a situação, a mão grande pousou sobre o ombro do Ackerman. — Você está bem? Quer que eu te traga algo?

— Estou bem. — Afirmou, olhando de relance a mão sobre ele, a retirando dali em seguida. — Apenas sinto sede. — Forçou um sorriso em seu rosto. — Obrigado por me explicar sobre beijos.

O menor se retirou do cômodo após a fala, andando pensativo pelos corredores iluminados pelo sol do fim da tarde, alguns soldados ainda treinavam no lado de fora, passou os olhos a procura de sua irmã, a avistando, conversando algo com um rapaz de cabelos castanhos e longos.

— Mikasa.

Chamou, vendo a maior se afastar do homem e ir em sua direção, Erwin era realmente bom em esconder que ambos eram anjos, o uniforme mais reforçada da morena escondia perfeitamente as asas.

— Oi irmão. — Falou alegremente ao se aproximar do mais velho.

— Hoje enquanto lutava...Senti uma pontada nas minhas costas. — Relatou, o sorriso da irmã aumentou, porém o rosto do menor continuava sério.

— Talvez suas asas novas estejam nascendo. Não está feliz? — Perguntou-lhe, abraçando o semelhante  fortemente. — Vamos voltar para casa!

— Sim, estou feliz. — Forçou um sorriso quando a maior se desprendeu do abraço.

Eles continuaram caminhando, Mikasa o indagava sobre várias coisas, já que também era nova no mundo humano. Levi explicava calmamente sobre o que tinha conhecimento. A calmaria que estava sendo a caminhada foi impedida de continuar quando Mikasa se assustou, posicionando a espada que havia ganhando na frente de sua corpo.

Ela estava ouvindo algo, tinha certeza de que estava, os passos rápidos chegaram perto de ambos os irmãos, mas Mikasa foi impedida de movimentar o braço quando o pequeno animal de aproximou.

— Calma. — Levi ditou enquanto segurava a mais alta. Ele sorriu, olhando para o pequeno bichinho de pelos brancos e olhos azuis. — É só um cachorro. — Se separou da irmã, se abaixando para ver o pequeno mais de perto.

— Cachorro? — A morena perguntou confusa, olhando para o rabinho felpudo que se mexia de um lado para o outro sem parar.

— Sim, acho que esse ainda é pequeno. Erwin me contou que muitos humanos tem um, são amorosos e fazem de tudo pelos donos. — Ele passou a mão sobre os pelos macios, e o cão rolou no chão, para que o anjo pudesse acariciar sua barriga.

— Por algum motivo essa descrição me lembra os anjos. — A morena falou, se abaixando para poder dar carinho ao pequeno animal. Passou a mão delicada de maneira receoso, mas após sentir o quão macio era, continuou de bom grado.

— Senhor Levi! — O anjo rapidamente reconheceu a voz infantil de Armin, os fios loiros do garotinho caíam sobre os olhos enquanto ele corriam, fazendo barulho quando os pés calçados batiam sobre o chão. A Ackerman mais nova parecia ocupada com o cãozinho, fazendo um bico nos lábios quando o loiro o pegou do chão, colocando o animal em seu colo.— Obrigado. — A criança curvou-se em agradecimento. — Procurei a bolinha por todo o Palácio. — Relatou com a respiração ainda afetada pela corrida.

— Bolinha?

Mikasa falou curiosa.

— É o nome dela.

— Achei que o nome fosse cachorro. — Ditou séria.

— Não, eles tem nomes dados pelos donos. — Levi disse para a mais nova, que apenas concordou com a cabeça.

Iriam continuar a conversar contudo a voz infantil se fez presente novamente.

— Senhor Levi. A rainha havia me dito para o avisar, que ela quer vê-lo.

O loiro disse como se tivesse acabado de se lembrar do pedido. O anjo apenas concordou levemente com a cabeça, curioso sobre o que a mãe do Smith queria tratar consigo.

(...)

Não entendeu de primeira do que por quê havia sido chamado ali, contudo, após alguns minutos de conversa compreendeu de que se tratava de Erwin.

— Levi. — A pequena sala estava fechada, e o soldado tomava calmamente o chá que lhe foi oferecido. — Você realmente gosta do meu filho não é?

O salto fazia barulho sobre o chão, a rainha andava de um lado para o outro desde que o anjo entrou na sala, era notável sua preocupação.

— Erwin meu salvou. Sempre irei demostrar gratidão a ele.

— Quero que me prometa algo então. — O moreno a olhou seriamente, esperando o final de sua frase. — Amanhã a noite, uma festa será organizada, eu vi o quanto você é forte, quero que não se retire de perto do meu filho durante toda essa noite.

Resolveu não a questionar, afinal, ela mandando ou não, o anjo não iria sair do lado do príncipe de maneira alguma.

— Assim farei.

Relatou, se levantado, esperando que aquela fosse sua única ordem.

— Levi...Sua irmã, ela poderia ficar com o Armin durante a comemoração? — O timbre nervoso era notável na voz da mais velha.

— Claro, enquanto estivermos aqui, iremos obedecer suas ordens.












Notas:

Uepa, demorei mas voltei.

Vocês gostaram do capítulo? Já beberam água hoje?

Muito obrigada pelo apoio, e me desculpem por qualquer erro de escrita.

Behind A Warrior - Eruri Onde histórias criam vida. Descubra agora