Capítulo 13

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Depois de encarar minusiosamente o rosto da filha, Clary tinha voltado a abraçá-la, apertando-a contra si enquanto sentia a maciez de seus cabelos contra seu rosto. Não sabia ao certo o porquê de ela estar ali, de ter simplesmente ido embora naquela tarde sem dar nenhuma explicação, mas aquilo não importava. Não naquele momento, pelo menos.

Um ou dois minutos se passaram até que Harmony se soltou do abraço da mãe e olhou para ela com uma expressão séria no rosto.

- Desculpa. - disse baixinho - Desculpa por ter ido embora daquele jeito. Mas é que eu não sabia o que fazer quando você viu a runa, mãe.

A tatuagem em seu pescoço. 

Clary encarou a filha mais uma vez, e não viu arrependimento em seu rosto. Ela não se culpava, como se tivesse feito a coisa certa e não tinha dúvidas disso - pelo menos não mais -, mas tentava dar uma explicação. 

Uma explicação que, até agora, não estava fazendo sentido nenhum.

- Anjinho. - disse, apoiando as mãos em cada lado do rosto de Harmony e respirando fundo - Por que, exatamente, você foi embora? Por que está aqui com essas pessoas? Por que o homem que me trouxe até aqui disse que não é seguro... Me diga o que está acontecendo, por favor.

A menina olhava para a mãe com uma expressão no rosto que demonstrava estar desesperadamente pensando no que dizer. Ela não sabia nem por onde começar.

- Eu só queria que se lembrasse. Seria tão mais fácil. - só percebeu que havia dito isso em voz alta quando sua mãe falou.

- O quê?

- Eu vou explicar tudo, mãe. Mas... acho melhor a gente ir para alguma sala primeiro. Estamos na ala principal, e, já que não tem cadeiras aqui, vamos ter que ficar em pé, e acho que tem muita coisa que você precisa saber, então... - Clary olhou em volta de onde estavam quando a filha disse isso, e prestando um pouco mais de atenção nas pessoas que circulavam pelo local percebeu que todas tinham o mesmo tipo de tatuagem da que Harmony agora possuía em seu pescoço. Runa.

E também se deu conta de que aquele homem tinha uma no pulso e que brilhou quando ele aproximou aquele objeto. Brilhou. E, quando entrou em contato com a pele dela, a igreja abandonada magicamente parou de ser uma igreja abandonada e se tornou o que quer que fosse o lugar onde eles se encontravam no momento.

Clary tinha se esquecido dessa parte. Tatuagens mágicas. E Harmony tinha uma. Como se tudo que já estivesse acontecendo não bastasse...

- Vem, mãe. - disse enquanto pegava na mão dela e a puxava até um das salas do Instituto. - Você também, Jace! - gritou quando percebeu que ele não estava indo atrás delas.

Jace. o nome dele. O homem que tinha a levado até ali. Até Harmony. Não sabia ao certo se deveria agradecê-lo, mas se sentia grata.

Quando se virou um pouco e deu uma rápida olhada para ele, viu que as seguia com passos lentos. Seus olhos se encontraram por um segundo, mas Clary conseguiu ver o brilho deles. Aquele brilho familiar. O mesmo que...

- Pronto. - sua filha disse ao mesmo tempo que passava por uma porta, trazendo a mãe consigo e dispersando a mesma de sua pequena distração - Ah, e não precisa se preocupar com as armas. São para missões e casos de emergência.

Clary encarou o painel repleto de facas - bem diferentes das de cozinha - e diversos tipos de lâminas que estava em uma das paredes da sala, e se perguntou que tipo de missões aquelas pessoas cumpriam.

- Missões? - perguntou, e Harmy respirou fundo, apoiando os braços na mesa e dando um impulso para se sentar nela, e começou a balançar as pernas.

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