Matteo deixou que sua mão deslizasse até a barra de sua cueca e manteve-a ali, contemplando suas opções. Ele se deteve, mas as imagens nítidas e fluídas impediram-no de frear seu desejo. E então ele começou a se tocar. A princípio, um único farfalhar dos dedos apertando a base de seu pênis, deixando que a sensação repousasse sob seu corpo. Mas, à medida que Eva tocou-lhe os pensamentos, Matteo não pôde mais refrear o desejo urgente e intenso que se apoderou de sua pelve e ele deu cabo à uma satisfação intermitente que queimou em seus poros.
Ele estava nesse estado de emergência já há alguns dias. Desde que ela havia mordiscado aqueles croissants e lambido os dedos. Desde que se colocara naquela fragilidade dentro do carro dele, desde que se deixou ser beijada e tocada de forma pouco contida. Desde quando ela se mostrou tão receptiva quanto ele estava desejoso por ela. Matteo estava queimando por Eva.
Naquela noite, ele tinha certeza de que a possuía por completo. Ele estava pronto para dar cada gota de prazer que lhe fora negado. E quando chegou em casa, ansioso por planejar cada detalhe do que faria com ela, de como a despiria e de que formas daria prazer a ela, ele estava absorto demais para notar a presença de duas pessoas na cozinha. Mas eles fizeram o favor de chamá-lo, nutridos por uma animação em tê-lo à mesa, enquanto Matteo passava tranquilamente pela sala em direção às escadas.
- Matteo!
Ele virou-se e olhou para a mesa carmim disposta no centro da sala iluminada da casa e viu a sua convidada contraída na cadeira, chamando-o. Ele não pôde ver Francisco, mas imaginou que ele estivesse do outro lado da mesa.
Ele caminhou até lá, ciente dos olhares de Cristina sobre si, despreocupadamente dissimulando essa percepção. Matteo estava cansado demais para jogar com ela naquela noite, e esperava que aquele fosse um jantar inocente entre amigos.
- Cristina.
Ela deu um sorriso amplo e fez menção de se levantar.
- Por favor, fique sentada. Não quero atrapalhar o jantar.
Seus olhos se voltaram para o outro lado da mesa e ela hesitou por um instante.
- Estávamos te esperando para comer, você está atrasado.
Matteo levantou os olhos para o relógio pendurado no batente da porta, quase alcançando o teto. Eram quase dez horas da noite, mais de duas horas do horário em que ele costumava chegar em casa.
- Estava em um compromisso? - Ela voltou a falar, ansiosa por estabelecer qualquer tipo de diálogo, ao que parecia.
- Tive um contratempo depois do trabalho. - Foi a única resposta de Matteo.
O silêncio se fez presente na sala, e ele adentrou alguns passos mais no ambiente para enxergar Chico, que estava posicionado na cadeira em frente a de Cristina, mastigando um pedaço de carne. Ele sorriu, de boca cheia.
- Eu pensei em te ligar e avisar.- Ele começou, engolindo a comida com pressa. - Mas Cristina achou melhor preparar tudo e esperar você para fazer surpresa.
Matteo fez o melhor que pôde para não deixar seus sentimentos escancarados na mesa. Francisco sabia que ele esteve evitando um encontro fora da escola e sabia também que agora Matteo tinha ainda mais motivos para evitar Cristina. Ela era a apaixonada diretora do colégio onde Matteo estava perigosamente envolvido com uma aluna. E ela também era sua ex-namorada. O problema não poderia se tornar maior, poderia?
- Sente-se e venha jantar conosco, não fique plantado aí.
Cristina deu uma batida na cadeira ao lado dela, convidando-a a se sentar, mas ele discretamente ignorou, fingindo não ter visto o convite explícito. Ao invés disso, escolheu a cadeira na extremidade da mesa, entre os dois. Ele olhou para o prato vazio e se inclinou para frente, arrastando uma das travessas para perto.
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Em Teu Prazer (Degustação)
Romance[Conteúdo Adulto] Eva sempre foi a garota exemplar. Uma jovem estudante dedicada, educada e quieta. Por trás da pele de cordeiro e da conduta impecável, Eva esconde uma mulher impetuosa e intensa, alguém que quer ser enxergada. Ao descobrir as trai...