Sensibilidade.De acordo com o dicionário, a palavra entrega um significado, de fato, sucinto: Capacidade de sentir. Tendência natural para reagir a estímulos físicos. Entretanto, se você escolher entender o conceito dessa palavra de outra maneira, se na verdade conseguir interpretar a definição do termo com a desenvoltura de um ser que é feito dele, compreenderia que sensibilidade é um ato genuinamente delicado. Sútil. Gracioso. E, está deveras longe de se resumir ao simples fato de ter percepção.
Sensibilidade é conseguir enxergar a lágrima que ainda não escorreu dos olhos de outro alguém. É respirar fundo o ar puro de um campo, e ter a sensação de que aquele oxigênio é especial, apenas porque você escolheu que ele seria. É permitir que lhe toquem a alma sem precisar dizer uma palavra sequer.
Para Charlotte, sensibilidade é a capacidade de se relacionar de coração para coração. Se abrir por completo e ser completamente frágil, igualmente. E por isso, ela se acostumou a agir com esse instinto em todos os aspectos de sua vida.
Todavia, há aqueles que dizem que o excesso sentimental atrapalha. Que expor o que sente é estar vulnerável demais ao outro e a qualquer dor ou invasão não-carnal. Os mesmos que criam escudos de ferro envolta de seus afetos e escondem suas emoções nos confins do eu, sem ao menos perceber que são como vidro. Necessitando apenas de uma queda para se transformar em pequenos átomos.
E este é Thomas.
Tão sensível e suscetível quanto sua esposa, mesmo que tente encobrir o que quer que sinta embaixo de sua postura. E, crendo ou não, Tom sentia as coisas mais intensamente do que provavelmente gostaria.
Dentre tantas diferenças e similaridades, Holland e Charlotte possuíam uma mesma sensibilidade latente. A garota era feito um cristal que precisava ser assistido o tempo inteiro, pois apenas uma trincada quebraria todo o resto. E o homem se parecia com uma folha de papel que você pode rasgar quando bem entender, bastando apenas querer. E era isso que os unia mais do que qualquer outra coisa sem que eles ao menos percebessem.
Estavam arrebatados aos sentimentos um do outro em uma veemência tão grande que ultrapassava os níveis da conexão. Suas sensações emanavam um para o outro inconscientemente. Não era necessário palavras, gestos ou o que quer que fosse, se um deles sentisse, o outro também sentiria. O amor tomou forma na sintonia. E era possível ver toda essa ligação materializada agora, sobre a cama do casal, onde seus corpos adormeciam juntos e completamente conectados, após vivenciarem um dos episódios mais íntimos de sua relação.
O corpo inteiro de Charlotte estava envolvido pelos braços de Tom, enquanto sua cabeça e suas costas descansavam em seu peito. O moreno estava quase dormindo sentado, imóvel desde que fechou os olhos, apenas para permitir que sua esposa se acomodasse e ficasse confortável sobre ele. Uma vez que se sentia no dever de fazê-la se sentir acolhida e bem depois de virá-la de cabeça para baixo e quase matá-la de prazer. Era realmente desconfortável para ele, no entanto não se importou, já que o calor e o carinho que transmitiam era a única coisa que Thomas sentia.
Conforme começou a despertar, ficou mais notável a forma como suas respirações sonolentas estavam emboladas e como suas peles macias e ainda um pouco suadas se roçavam, dentro daquele mar de lençóis brancos e novos. Tom piscou algumas vezes com dificuldade, sentindo seus olhos parecendo cheios de areia e suas pálpebras pesadas.
Ao olhar um pouco para baixo, espalhado por todo seu peito, Thomas reconheceu os fios loiros do cabelo de sua esposa, que ainda dormia um sono bonito e realmente cansado.
Com toda delicadeza que podia, o moreno deixou um beijo demorado no topo de sua cabeça. Encostou a bochecha ali por alguns segundos e fechou os olhos só mais um pouco, amando o toque, sentindo o perfume doce do cabelo, e aproveitando em completo silêncio a sensação de ter o corpo pequeno de seu amor dentro de seus braços. Permanecendo assim como se não houvesse um mundo do lado de fora daquele cômodo, cheio de barulhos e guerras. Como se o tempo parasse naquela manhãzinha apenas para que ele pudesse desfrutar daquele sentimento tão bom e puro de tê-la ali.
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Maybe: Chapter Two | Tom Holland
Fanfiction• Segunda temporada de "Maybe | Tom Holland". Livres da psicopata que impedia a união do casal, Thomas e Charlotte finalmente conseguiram ficar juntos e estão prestes a se tornar Sr. e Sra. Holland. Entretanto, mesmo depois de ter sido dada como mor...