Estamos em silêncio.Charlotte está distante, calada... Ouso dizer que esteja triste. Me parecendo preocupada ou algum sentimento que eu não sou capaz de decifrar.
Seu rosto sustenta uma expressão pensativa, quase deprimida.
Seus olhos estão perdidos no horizonte através das janelas do carro. As mãos finas repousando sobre seu colo, com seus dedos que puxam e seguram a manga do suéter no meio da palma, deixando somente a ponta dos mesmos aparentes.
Alguns fios do cabelo loiro escuro caem em seu rosto, mas ela está perdida demais em seus pensamentos para se preocupar.
Não há nenhuma música tocando no rádio. Hoje, ela não quis ouvir nada.
Vê-la abatida dessa forma causa uma angústia no meu peito durante todo o trajeto. Algo lhe afligia e a agonia dela era palpável, o que me maltratava por dentro.
Estaciono o carro próximo aos demais no meio fio, quando chegamos ao cemitério. Charlotte não move um músculo sequer. Parece esperar que eu diga algo.
- 'Tá' tudo bem? - Pergunto, apoiando uma mão em sua coxa, e usando a outra para colocar uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
Ela me olha mas demora cerca de alguns segundos para expressar alguma resposta. Suas pupilas esverdeadas estão brilhando e no momento que ela finalmente nega com a cabeça, lágrimas aparecem e enchem seus olhos.
Ela nega movendo a cabeça em frenesi e uma expressão de choro se forma, segurando a água em suas vistas, lutando para impedir que elas caíam. Isso me parte o coração em centenas de pedaços.
- O que foi, meu amor?
Seus olhos não aguentam, e acabam transbordando. Uma lágrima solitária escorre por seu rosto e me machuca.
- E-eu acho que isso... Que a morte dela... É culpa minha. - A voz de Lottie saí como um fio.
- Não, não foi culpa de ninguém. Foi um acidente.
- M-mas ela não teria corrido daquela forma se não fosse por minha causa. Provavelmente, Sofia nem estaria lá naquele lugar se não fosse por mim... Ela não teria morrido se eu não tivesse entrado na sua vida.
Escuto o que ela diz atentamente, mas me pergunto se ela mesma está ouvindo as palavras que está falando. Charlotte não pode realmente cogitar se arrepender de ter entrado na minha vida.
Não por isso, não por causa da falecida Sofia Collemam.
- E eu também me sinto estranha vindo ao enterro de uma pessoa que... - A garota
pausa e respira fundo - Que tentou acabar com a nossa vida, e terminou morta invés disso. Mas ela... Ela...Lottie desvia o olhar do meu e encara suas próprias mãos, hesitando em continuar o que iria dizer. E eu posso notar o choro dando um nó em sua garganta e amarrando suas palavras.
- Ela o que? - Ergo seu queixo e volto a ver seus olhos, dessa vez mais inundados do que antes. - O que, princesa? Me diz!
- A Sofia... - Uma lágrima grossa caí sobre a bochecha dela e eu me preocupo em limpá-la com o polegar. - Ela quase matou você, Tom. E-eu quase perdi você pra uma overdose.
O que Charlotte diz reúne todos os pedaços partidos de mim, apenas para quebrá-los mais uma vez. Sinto um aperto enorme de lembrar daquele maldito dia e uma dor pior ainda quando preciso escutá-la dizer isso enquanto chora.
Com rapidez, solto nossos cintos de segurança e a puxo pra um abraço apertado e protetor. Lottie deita sua cabeça no meu pescoço ainda derramando lágrimas incontáveis e eu afago seus cabelos, para que ela se sinta comigo.
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Maybe: Chapter Two | Tom Holland
Fanfiction• Segunda temporada de "Maybe | Tom Holland". Livres da psicopata que impedia a união do casal, Thomas e Charlotte finalmente conseguiram ficar juntos e estão prestes a se tornar Sr. e Sra. Holland. Entretanto, mesmo depois de ter sido dada como mor...