Capítulo 5

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Thomas

O garçom acaba de anotar meu pedido e depressa toma rumo ao bar para trazer-me o que lhe solicitei para minha esposa.

De todos os dias de viagem que passamos até agora, este era o mais quente deles.

O sol forte encontra-se exatamente no meio do céu, o que indica o momento exato do meio do dia. Grande e com sua luz única irradiando. Uma luz que queimaria facilmente as retinas se não fosse pelas lentes do óculos escuro.

Os raios intensos tocam diretamente a pele aquecida de Charlotte, da mesma maneira que atingem a superfície do mar a nossa frente, refletindo e brilhando tão bonita que eu nunca havia visto antes.

Minha mulher está deitada ao meu lado, de barriga para baixo, em uma espreguiçadeira larga na areia da área privilegiada da praia, cochilando brevemente. Acredito que esteja sonhando com os reflexos dos dias anteriores. O mergulho, o nado com golfinhos ou qualquer outro acontecimento daquela primeira metade de dias que haviam se passado.

Imagino que sua consciência adormecida vague pelas nossas memórias, enquanto o sol queima sua derme praticamente inteira exposta se não fosse pelo pequeno biquíni preto, que mal cobria o necessário. Fato esse que torna especialmente difícil manter minha concentração no livro sobre os futuros colapsos no sistema econômico da Inglaterra em minhas mãos.

Estou tentando executar a tarefa árdua que é me focar na leitura e em todos os motivos que tenho para se preocupar com quedas econômicas, já que a H.S estava se mantendo por um fio no mercado, porém o corpo de Charlotte se bronzeando ao meu lado massacra todos os meus esforços.

(Leia este trecho ouvindo "No running From me" - Toulouse)

- Você vai se queimar, darling. - murmuro, com um tom grave o suficiente para acordar Lottie de seu cochilo em um susto.

Não movo meus olhos das páginas, mas é inevitável não notar os movimentos ao meu lado, quando Smith escuta minhas palavras e desperta virando o rosto lentamente na minha direção. A conheço bem o suficiente para saber que seu ego acaba de inflar ao saber que eu estava assistindo seu corpo seminu tostar.

- Pensei que soubesse que essa é a intenção. - responde, sorrindo inocentemente. - Queimar o máximo que puder pra você.

- Eu não poderei tocar em você se estiver com queimaduras vermelhas como um pimentão, amor.

- Achei que nas suas regras você pudesse me tocar de qualquer forma...

- De fato, mas isso não seria agradável para nenhum de nós dois. - Viro uma página do livro. - Você ficaria sensível de um jeito ruim e eu teria que pegar leve com a senhorita.

E como se fosse impossível para ela resistir ao ato, Charlotte deixa um risinho escapar de propósito quando empina mais a bunda, erguendo o quadril o máximo que sua coluna permite e cruzando as pernas no ar. Uma provocação pretensiosa que ela tem a certeza de que acertaria-me em cheio.

No entanto, não há nada que eu faça tão bem quanto me controlar diante de provocações. E eu posso apostar todas as minhas fichas no fato de que minha mulher não faz a menor ideia do quanto eu tenho me controlado a respeito de suas tentativas de me desafiar.

A sua ousadia de empinar o traseiro não é problema, isso não me incomoda, o máximo que isso causa é a vontade de afundar minha mão em sua carne e meu pau em sua bunda.

A grande questão é sobre quem está no controle da situação, e quem deve se ater a disciplina. Lottie sabe especialmente bem como nosso jogo funciona, e o que me enfurece é sua tentativa de trapaça.

Maybe: Chapter Two | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora