Capítulo 7

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(N/A: Este capítulo contém conteúdo sensível e impróprio. Caso não esteja apto a leitura, não a faça.)

 A imensidão azulada daquele dia foi pincelada por uma escuridão negra ao passar das horas. 

 Conforme a noite desconhecida tomava conta de cada espaço do céu, algumas estrelas mostravam-se e erguiam-se com a lua cheia, formando juntas as testemunhas que iriam presenciar cada segundo libertino daquela noite, aquela última noite de viagem, aquela última noite repleta de sonhos sujos e oportunidades lascivas. 

 Tudo encontrava-se, aparentemente, normal e calmo entre Tom e Charlotte, quando o casal retornou ao quarto de hotel após o anoitecer. Todavia, toda aquela plenitude era
superficial. Por dentro, no fundo de suas almas, ambos sabiam o que estava por vir e todos os pecados que estavam prestes a cometer. 

 Agora, novamente a sós, naquele quarto de hotel, pela última noite. 
 
 Lottie sentia a boca de seu estômago arrematada com um nó, tamanho era o medo e a ansiedade que haviam se apossado de seu corpo. Por um tempo, ela pensou que soubesse do que Thomas era capaz, mas naquele momento, seu marido mais lhe parecia uma bomba relógio imprevisível, pronta para explodir e rasgar os limites de Charlotte sem pudor. 

 Na cabeça de Tom, as coisas estavam funcionando muito diferentemente do impulso comum. Assim que entrou no quarto, ele traçou um mapa pelo ambiente, encontrando com os olhos cada mínima coisa que ele iria utilizar nas próximas horas. Avistou sua mala particular, a cama arrumada, um copo de whisky e uma vela acesa sobre uma mesa de jantar. Era tudo que ele precisava. 

 Logo, Thomas planejou delicadamente tudo que ele precisaria fazer para saciar o desejo ordinário que lhe sugava a alma. E ainda, fazer sua amada esposa sucumbir em seu tesão, degustando somente um pouco do resultado da raiva que ela estava lhe proporcionado. Afinal, Tom prometeu a si mesmo que, durante aquela viagem, não haveriam punições. 

 Calmamente, enquanto Charlotte estava concentrada em encontrar uma roupa para colocar depois do banho, seu marido apenas se preocupou em se servir de um copo de destilado. Caminhando até a varanda, onde ele saboreou a bebida encarando o mar e esperou até o momento certo para conseguir o que queria. 

 Mesmo um pouco distante, Thomas escutava o chuveiro sendo ligado e foi involuntário imaginar os jatos de água fervendo atingindo o corpo nu de sua mulher, e como ela devia estar inalando tranquilamente o vapor quente dentro do cômodo, e suspirando pelos futuros toques de Tom em sua pele. Ele realmente gostava de pensar que a garota estava deslizando as mãos pelo próprio corpo como se fossem as mãos dele, se sentindo excitada só de imaginá-lo. Exatamente como ele, que já sentia seu sangue quente correr na direção sul dentro de seu shorts. 

 Para atrapalhar seus devaneios, o celular de Thomas tocou em cima da mesa, atraindo sua atenção rapidamente. O rapaz se preocupou e alcançou o aparelho depressa para checar a ligação. No entanto, quando Tom pegou o telefone nas mãos, seu cenho se franziu em confusão. 

 Recebendo chamada de: Número privado desconhecido. 


 Holland nunca recebia ligações sem identificação, não em seu celular pessoal. Qualquer pessoa não identificada entraria em contato com ele pelo telefone da empresa, e jamais em seu número pessoal. O telefone pessoal de Thomas nunca nem fora divulgado para pessoas de fora de seu ciclo social, ninguém além de sua família e amigos sabia da existência daquele seu número. 

 A cabeça de Tom tentou processar alguma explicação, a princípio ele pensou que encontraria uma ligação de sua mãe perguntando se estava tudo bem, mas aquele "privado desconhecido" lhe pegou de surpresa. Hesitando, o moreno deslizou o dedo pela tela e atendeu a chamada. 

Maybe: Chapter Two | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora