Honoris - Aizawa Shouta

7

Aizawa pov
Depois de acordado mandei mensagem pra Yasui tomar um café reforçado porque eu não iria pegar leve.
Me troquei e coloquei uma calça de moletom e uma camiseta de manga longa ambas pretas, e fui até a casa dela.
Yasui abriu a porta vestida com um short de academia e um moletom preto também, seus cabelos estavam presos em uma trança boxeadora e ela provavelmente estava de lentes já que estava sem óculos.
- Bom dia senhor olheiras - ela abriu a porta dando um sorrisinho.
- Tá fazendo piadas agora Yasui? - a encarei com um pequeno sorriso também.
- Entra, vamos começar isso logo. - ela riu e me puxou pra dentro da casa me guiando até o quintal dela - Aqui dá pra gente começar os treinos já que são só preparo físico.
Olhei em volta e vi quão grande era a área verde, desci os degraus do pequeno deck lentamente e pude avistar uma espécie de oficina ao fundo mas não liguei muito.
- Vem aqui. - ela veio com uma expressão de dúvida - Agora você precisa dar quarenta voltas correndo nesse quintal, você escolhe a velocidade mas precisa das quarenta voltas eu vou me sentar na grama e contar em quantos minutos você faz isso.
- Bom... - ela exibiu um sorriso de quem estava pronta para aprontar.
Até a vigésima volta ela foi muito bem, e estava bem empenhada. A partir da vigésima primeira ela já cansou, seu moletom já havia sido jogado ao meu lado que ela tirou enquanto corria e agora estava de camiseta. Nem nos treinos da turma Yasui suava tanto.
-Eu... terminei...- ela falou ofegante e apoiada em seus joelhos - eu to morta chega. - a menor se jogou no chão.
- Não senhora, vamos levanta - a levantei e a levei pro meio do gramado - agora, mount climbs faça quinze e descanse, vamos senhorita!
- Parece que você também ta engraçadinho né - ela se abaixou e começou a fazer os exercicíos.
Yasui se tornou uma amiga tão próxima quanto Yamada em tão pouco tempo, é... realmente não é sobre tempo.
- TERMINEI! - ela me tirou dos meus pensamentos com o seu grito e eu ri, estavas prestes a ajudar com abdominais quando começou a chover - agora eu não preciso tomar banho! - ela veio andando até mim e tirou os sapatos e deixou de lado e começou a tirar os meus.
- Yasui o que você está fazend-
- Vem logo para de ser chato - ela me puxou para chuva com ela.
As gotas frias nos faziam arrepiar, e meu cabelo já estava ensopado e ela havia soltado o dela. Eu estava voltando pro deck quando fui surpreendido por um golpe de Yasui que me fez cair deitado na grama.
- Oh! Mil perdões senhor herói - ela ria, era a primeira vez que a via rir assim.
- Claro, futura senhora heroína - em um golpe a derrubei tambem mas ela caiu em cima de mim.
Os olhos castanhos de Yasui estavam voltados aos meus, eu sentia o coração dela batendo fortemente e incosncientemente minha mão direita estava na cintura dela, até ela levantar e me levantar junto.
- Vamos Ereaserhead, se você é herói mesmo, lute comigo! - ela me olhou desafiadora, seus cabelos ondulados pingavam e agora as gotas frias já não encomodavam. Minhas roupas estavam colocadas ao meu corpo e a de Yasui não era diferente.
- Vai ser um prazer senhorita. - Acabamos por tentar o primeiro golpe ao mesmo tempo e Yasui se desequilibrou e eu a puxei pelo pulso.
Novamente perto demais Tamadashi...
- A gente vai pegar um resfriado vamos entrar?
- A gente não pode entrar em casa molhados assim! - ela estava começando a tremer com o frio.
- E o que você sugere?
Ela saiu me puxando pra oficina ao fundo do quintal dela.
- Olha... nem meu melhor amigo sabe disso, então mantenha segredo - ela abriu as portas e a vista era de um lugar amplo cheio de telas pintadas, algumas ainda embaladas, tintas, pincéis.
- Então a durona e fria Yasui gosta de pintar hm?
- É uma forma de me acalmar, pintar me faz esquecer o peso das coisas.
- Entendo.
Ela se encolheu em um canto de seu estudio e eu pude reparar seus lábios ficando roxo pelo frio.
- Você ta congelando de frio não é? Precisa de um banho quente Yasui, você sabe da sua saúde instavel por conta dos seus poderes.

Yasui pov
Eu estava morrendo de frio, e óbvio que eu queria mais do que tudo ir tomar um banho quente mas não dava a chuva ainda estava forte, então aproveitei e me encolhi em um canto me sentando no chão.
- Eu também to começando a ficar com frio - ele se ajeitou atrás de mim se sentando e me abraçou.
- Aizawa, o que você ta fazendo?
- To ajudando a gente a não pegar um resfriado. - agora estavamos abraçados e encolhidos juntos. Eu sentia a camiseta molhada dele contra minhas costas, e seus cabelos pingavam algumas gotas em mim.
- Ótimo jeito de treinar não? - falei me encolhendo mais.
- Faz parte do treinamento de sobrevivência.
Ficar tão perto dele as vezes me fazia queimar por dentro mas eu nunca senti isso nem mesmo com outros homens...
- Yasui... aquele dia, que você chorou e acabou indo dormir lá em casa, por que sua mão tava enfaixada?
- Ah... eu tinha pego um cara mexendo com uma mulher e eu dei um lição nele, talvez eu tenha exagerado mas ele mereceu.
Aizawa riu baixinho e falou.
- Instinto de herói Tamadashi.
- Ah com certeza não!
Continuamos conversando, ele me perguntou sobre as telas e a pintura e eu acabei descobrindo que ele gosta de estudar as estrelas, isso é fofo. A chuva foi parando e deu lugar pro Sol brilhar, mas o clima ainda continuava frio.
Depois de uma pequena discussão pra ver quem ia tomar banho primeiro, o Aizawa foi enquanto eu pegava algumas roupas do Teko pra ele vestir.
- Shouta? Posso entrar?
- Entre! - ele estava com a toalha na cintura e de costas, as suas costas eram largas e fortes, senti meu rosto arder e eu provavelmente estava vermelha.
- Pronto, quando se trocar pode ficar a vontade pela casa. - fui em direção ao meu guarda roupa pegar algo confortavel e Aizawa comentou.
- Você me dizendo que não se envolve com ninguém e tendo roupas masculinas no seu armário não me convence Yasui - ele se virou pra mim ja vestido com um sorrisinho no rosto.
- É do Teko, quando ele ainda morava aqui. - eu ri e fui pro banho.
A sensação de finalmente me sentir aquecida era ótima. Coloquei uma roupa confortavel e larga e desci encontrando Aizawa no deck lá fora onde a grama ainda estava molhada e ele estava com um gatinho que não era o Arlo.
- Que isso? - ele se virou calmo, e me mostrou o filhote que parecia ter gostado dele mas estava com a patinha machucada.
- Me ajuda, você tem kit de primeiros socorros veterinários? - eu acenei que sim e fui pegar no banheiro.
- Aqui. - abri a caixa e me sentei ao lado dele e pegando uma almofada para ele apoiar um gatinho.
- Yasui? Isso tudo é pro Arlo? - ele me olhou interrogativo e eu respondi que sim com um sorriso - que ótima mãe. Tem mais do que deve, isso sim é a ação de melhor prevenir do que remediar.
Aizawa enfaixou a perna do filhote e acabou descobrindo que era uma gatinha.
- Que incrível! Será que o Arlo fica amiguinho dela? - na mesma hora Arlo a cheirou e começou a lamber a filhote.
- É, vão ser bons amigos. O nome dela... ela me lembra você - ele acariciava a pelagem branca da gatinha - o nome dela vai ser Tec de Tectumque.
- Quem sou eu pra opinar sobre o nome de filho alheio - encolhi os ombros e me levantei.
- É uma palavra em latim Yasui, um dia eu te explico porque ela me lembra você e porque eu dei esse nome a ela. Obrigado pela ajuda. - ele tomou Tec em seus braços e se levantou. - Eu vou indo, te vejo na U.A.
Depois que Aizawa foi embora, me joguei no sofá e esperei dar a hora de me arrumar.
Eu coloquei uma roupa social simples, uma calça caqui social e uma gola alta branca e uma botinha de salto, deixei um beijinho em Arlo e saí.
O trânsito estava exaustivo e talvez por causa da chuva que tinha caído mais cedo.
Teko me ligou e eu atendi pelo botão que tinha no volante, aquilo facilitava já que não precisava pegar o celular.
- Oi Yasuizinha - havia animação demais na voz dele e isso era suspeito.
- Teko... o que aconteceu? Você aprontou alguma coisa?
- Não não não, é só que faz muito tempo que a gente não se fala. Então... - eu sabia que ele tinha algo em mente.- posso ir com você no orfanato amanhã? Por favor!
- Eu vou falar com o Noyshi e te mando mensagem.
- Tchau tatu, obrigado.
- Tchau Teko, te amo. - eu ri e desliguei.
Ele estava mesmo sumido, mas não o julgo provavelmente ser herói profissional era um trabalho que tomava tempo dele.