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Aizawa pov
- O Tsukauchi falou que já tem infiltrados da polícia pra ajudar a gente a se infiltrar melhor. Tem algumas escutas também a gente coloca antes de entrar. - falei sem tirar os olhos da avenida.
- Mas e as máscaras? - parecia ser a parte que ela mais estava esperando.
- Na caixa de veludo cinza no porta luvas, a branca é minha e a preta é sua. - falei parando no farol e a olhando. Ela logo pegou a caixa e abriu. Ambas as máscaras eram de renda, o que me deixava um pouco inseguro já que eu ainda não tinha visto e esperava uma máscara normal.
- Você de renda... Sinceramente to ansiosa pra ver isso senhor Tsunya. Aliás o Tsukauchi tem um bom gosto pra roupas. Só essas alianças que são bem... chamativas.
O sinal mudou para o verde e dei partida no carro novamente, a imagem dela naquele vestido me lembrava Joke, que no nosso último encontro usou um parecido. Lembrar dela me desencadeou algumas lembranças adormecidas, lembranças talvez um pouco dolorosas.
Mas ainda preciso superar isso, preciso deixar Joke ir, se eu realmente gosto dela eu preciso fazer isso.
- Cara... você ficou tão sério... - Yasui me olhava me analisando - É pra entrar no personagem?
- Talvez? - eu não quero lembrar da Joke e de tudo isso, pelo menos não agora. - Você sabe, se a gente não fizer isso direito já era. E você vai precisar se segurar, eles são brutamontes de ignorância. Não vale a pena se estressar. - ouvi ela suspirar fundo como se tivesse tentando se acalmar.
- Tudo bem, eu vou tentar me controlar...
- É pro seu bem Yasui.

Estacionei em frente ao local, e nós dois colocamos as escutas.
- Vem aqui eu te ajudo com a máscara - ela colocou a máscara branca rendada no meu rosto suavemente, e se inclinou mais pra frente pra poder amarrar atrás. Ela estava tão perto que eu sentia a respiração dela batendo no meu pescoço ao mesmo tempo que seu perfume cítrico invadia o ar. - Pronto, isso combinou muito com você! - ela sorrisou e pegou a máscara preta dela e no mesmo momento peguei a mão dela a interrompendo.
- Deixe que eu faço isso pra você. - ajeitei a máscara no rosto de Yasui aproveitando o momento pra reparar cada detalhe do rosto dela. Me inclinei mais pra poder amarrar como ela fez comigo.
- Peguei o cabelo? - perguntei antes de dar o nó final.
- Não... tá bom assim. - a voz dela saiu baixa. Terminei o laço e estava perfeitamente executado.
- Vamos senhora Hizuka? - ela me olhou acenando positivamente e saí do carro dando a volta pra abrir a porta pra ela. - Se acalme, vai dar tudo certo.

Eles tinham de agir como se fossem casados há anos e isso seria o mais difícil. Ambos achavam um ao outro atraente e parava por aí mas nunca nenhum dos dois pensou em beijos ou loucuras eróticas.
Aizawa adentrou o cassino acompanhando Yasui, sua mão nas costas dela que lhe parecia pequena ou talvez a mão dele fosse muito grande e ele não se importava com isso. Yasui sentia a mão quente dele através do tecido de seda, não que fosse confortável mas nada também que a deixasse sem jeito.
Eles seguiram em direção ao bar, onde pediram uma dose de tequilla.
- Como que faz isso? - Yasui olhava para o sal e o limão confusa o que fez Shouta rir.
- Coloca um pouquinho de sal na boca e vira um gole. - ela logo fez, e não pode conter uma careta - Agora toma aqui - ele havia espremido o limão no copo dele e a entregou.
- Isso é horrível, como alguém consegue tomar um veneno desses?
Os dois se sentaram em um lugar que não fosse tão chamativo mas também não fosse tão camuflado, precisavam se infiltrar direito se era o que queriam.
- Você, vem jogar. - Um homem extremamente alto e musculoso de cabelos grisalhos que estava sentado na mesa ao lado intimou Aizawa.
- Ja volto querida. - Aizawa sorriu pra Yasui.
- O que ela é sua? - O grisalho perguntou sem tirar os olhos das cartas embaralhava.
- É minha esposa.
- É mesmo? Não parece!
Aizawa poderia jurar que estava em problemas ou haviam descoberto eles, e transparecer isso seria pior.
- E por que? - Ele deu seu máximo para se manter calmo enquanto recebia suas cartas.
- Olhe bem para todos os casais daqui.
Aizawa os reparou pela primeira vez, a maioria estavam extremamente grudados, ou se beijando, ou com alguém no colo.
- Eu venho aqui há tanto tempo que parece que desenvolvi algum tipo de radar pra isso. Ela é sua esposa mesmo? - o grisalho continou e olhou em direção de Yasui que estava se levantando da mesa ao lado e indo novamente em direção ao bar.
- Ela é minha esposa, mas estamos brigados. Sabe, a trouxe a aqui pra fazermo as pazes já que ela gosta tanto de lugares assim. - Aizawa conseguia arranjar desculpas atrás de desculpas enquanto pensava em um jeito de parecer mais próximo de Yasui.
- Você pode me chamar de Leo, e se tem algo que eu posso te dizer sobre esse lugar é que foi a pior escolha. O dono é envolvido com sequestro de mulheres até onde eu sei. Tá vendo aquelas mulheres dançando no pole dance? Fazem parte das mulheres que ele sequestrou, a maioria faz. Eu venho sempre aqui porque a polícia mesmo sabendo desse lugar nunca tentou intervir, e não jeito melhor do que enfraquecer uma corporação de dentro pra fora antes de derrubar por completo. Fique atento com a sua esposinha.
Aizawa na mesma hora se levantou da mesa percorrendo os olhos pela multidão com um desespero crescente dentro de si e logo se acalmou ao ver Yasui sentada no bar conversando com uma mulher mais velha. Depois de se acalmar se sentou novamente em silêncio e Leo falou novamente.
- Eu vou fazer justiça por essas mulheres.
- Por que? Alguém especial pra você foi vítima - Aizawa rebateu
- E eu preciso ter ligação com alguém pra vingar isso? É estranha essa percepção de só salvar a quem se ama ou conhece, isso mata a filosofia da empatia. - Leo virou o copo de whisky na boca.
Aizawa continuou quieto e jogando.

Honoris - Aizawa ShoutaOnde histórias criam vida. Descubra agora