Honoris - Aizawa Shouta

25

Yasui e Keigo foram até onde havia o alvo e os dardos, a primeira rodada foi a de Keigo e Yasui foi logo depois. A mira dele era boa, mas não chegava nem perto da mira de Yasui, ela acertava os dardos impecavelmente deixando Keigo boquiaberto.
- Parece que eu estou te devendo um beijo. - ele riu se virando pra ela.
- Eu te livro da aposta. - Yasui riu voltando para o bar acompanhada dele.
- Acontece que eu não quero que me livre da aposta, mocinha. - ele levou a mão ao rosto de Yasui acariciando a bochecha dela.
Yasui se aproximou dele, inalando o perfume forte do loiro, e colocou a mão no pescoço dele o puxando pra um beijo calmo que ao contrário de todos outros, emanava carinho e apreço. Mas de alguma forma, mesmo beijando Keigo, Aizawa ainda vinha  sua mente.
Separaram do beijo com um sorriso e encostaram as testas.
- Eu não achei que fosse fazer isso. - Keigo falou rindo fraco.
- A gente corre risco de morrer a qualquer momento com a vida que levamos... Eu não quero morrer com arrependimentos.

Yasui pov
Keigo havia saído pra pegar alguma e eu continuei sentada no bar, pedi mais uma dose de tequila e virei sem pensar muito.
É inegável que o gosto do álcool seja a ser mortífero mas a sensação dele descendo cortando é um incômodo bom.
Me virei no banquinho passando os olhos pela multidão, aquele lugar realmente acomodava muita gente.
Decidi ir pra fora tomar um ar, e quem sabe pedir um táxi e avisar Aizawa só em casa.
Andei até o lado de fora sentindo o vento gélido e forte, alguns fios do meu cabelo foram bagunçados e com o choque térmico meu corpo se arrepiou.
Andei até o estacionamento esperando me encostar no carro de Aizawa que por sinal estava ocupado por duas pessoas se beijando. Andei normalmente até o carro, mas parei ao perceber quem era, meu coração se apertou e aquele momento parecia não passar nunca e eu realmenti senti que tudo tinha congelado.
Isso doeu.
- Ya- Yasui! - Aizawa me olhava pretrificado enquanto eu lutava com todas as forças pra não chorar na frente dele.
- É aquela sua amiga bonita do outro dia? Que bom que a gente se viu de novo - Joke falou animada e eu forcei um sorriso o máximo que eu pude.
- Eu só vim pegar meu casaco eu to indo pra casa. - senti minha voz vacilar em cada palavra e cada batida do meu coração era dolorosa.
- Eu te levo.- ele respondeu sem jeito afastando Joke.
- Não precisa se preocupar, eu volto com um amigo. - sorri de canto e ele se virou abrindo o carro e pegando meu agasalho.
Aizawa estendeu o casaco pra mim e eu peguei, minhas mãos estavam trêmulas o frio parecia ter se intesificado.
- Me avise quando chegar.
- Pode deixar, Obrigada. Até mais Joke. - me despedi deles e quando finalmente me virei de costas me permiti deixar algumas lágrimas caírem. Adentrei de volta o local e me sentei no bar.
- Três do mais forte, por favor. - pedi ao barman que acenou positivamente.
Não demorou muito até que as três doses estivessem a minha frente, virei todas uma seguida da outra e por um momento senti que o álcool quase voltaria. Tirei meus óculos e baixei a cabeça a apoiando nas minhas mãos.
- Tá destruída gatinha... - uma voz que me era familiar me chamou atenção.
Levantei a cabeça lentamente e era o mesmo cara do bar, se eu não me engano, Dabi.
- Tá tão na cara assim? - eu ri fraco
- Não beba tanto se não tiver como voltar pra casa. - ele me alertou enquanto acendia um cigarro.
- Não precisa se preocupar. - me virei pra ele e tirei o cigarro dos lábios dele levando aos meus e tragando.
- Não sabia que você fumava.
- Eu tinha parado, mas as vezes não tem como. - devolvi o cigarro a ele. - Mais três por favor! - pedi ao garçom
Enquanto eu virava tudo em sequência Dabi apenas me encarava.
- O que é?
- Eu vou sair daqui já, não exagere. Preciso de você viva se um dia nós formos lutar.
Ele riu e saiu, decidi que era minha hora de ir embora também. Acabei pegando muitas daquelas amostras de bebidas e joguei tudo na bolsa e saí do local.
Andei pela cidade me afastando o máximo possível do caminho da U.A, já haviam muitas das minis garrafinhas de bebida vazias na minha bolsa. As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, e eu bebia conforme cada uma delas caiam.
Parei em uma praça me sentando em um banco, e ali eu me permiti chorar tudo o que eu podia, eu sentia o vento na minha pele tudo aquilo era horrível.
- Eu nunca aprendo... - abracei meu próprio corpo, apenas o casaco não estava sendo o suficiente. - Eu já passei por isso antes e continua a mesma coisa!
Os flocos de neve logo começaram a cair, alguns eram iluminados pela luz da lua que por sinal brilhava fortemente, era como se ela estivesse me vendo.
- Eu to fazendo algo de errado? Você, por favor, pode me falar? É que eu continuo lutando, eu continuo tentando e fazendo de tudo, por que é que eu to aqui? - limpei as lágrimas com a manga do casaco - Você poderia me dizer o porquê...
Abaixei minha cabeça enquanto o choro novamente me invadiu, tateei minha bolsa em busca de outra garrafinha, essa era de vodka a qual eu bebi em instantes. 
- Finalmente eu te achei, vamos pra casa, por favor... - era Aizawa, mas o que diabos ele estava fazendo atrás de mim?
- Não. - eu ri fraco - Ta tudo bem, tudo beleza.
- Yasui por favor vamos, está nevando você vai pegar um resfriado. - a voz dele era firme.
- Não que isso te impor- eu sabia que toda a bebedeira teria uma consequencia e a consequencia veio... acabei vomitando no gramado. - Pode ir eu vou ficar bem.
Aizawa não falou nada, apenas me pegou no colo e me carregou até o carro, eu não tenho forças pra lutar contra ele agora por mais que eu queira.
Aizawa dirigia sério, não trocamos nenhuma palavra durante o caminho, tocava "Happier" versão acústica.
Suspirei apoiando a cabeça nas minhas mãos. O caminho foi relativamente rápido até o dormitorio da U.A, Aizawa me ajudou a descer do carro e me guiou até o meu quarto.
- Precisa vomitar? - Aizawa perguntou ainda me segurando e eu acenei positivamente, ele me colocou no chão cuidadosamente e tirou o elástico do próprio cabelo  e amarrou o meu.
Enquanto eu passava mal ajoelhada ao vaso enquanto Aizawa em silêncio acariciava minhas costas e sussurrava algo que eu não conseguia ouvir.
Ele levou a mão até meu rosto, usando as costas dela pra tocar minha bochecha.
- Você tá pegando fogo... - ele se levantou e começou a encher a banheira. - Quando estiver melhor me avise.
- Por que você tá fazendo isso? - perguntei fraca, eu já sentia meu corpo em péssimo estado.
Ele veio até mim, calado. Tirou meu casaco, a corretinha que estava na minha perna, e por fim tirou meu vestido.
- Eu não vou entrar nessa água gelada aí. - falei cruzando os braços.
- Vai sim, está morna. - ele puxou em direção a banheira. - Entra.
- Se faz tanta questão, entra você. - vociferei.
Aizawa logo começou a tirar a roupa, e quando me dei conta ele já estava na banheira, ele conseguiu me puxar pra dentro junto com ele.