Visita Inesperada

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Boa leitura :) 

                                                     
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5 de junho de 1814

Capitão Jeon Jungkook

Sinto muito, mas essa será a última vez que enviarei cartas para você.

Espero que esteja sentindo meu coração queimar pela tristeza e a mentira que eu mesmo inventei.

Eu decidi acabar com essa mentira (na verdade não literalmente).

Para todos você morreu na guerra, e por mais que eu tenha me acostumado a mandar inúmeras cartas para você infelizmente terei que parar pois você esta morto e não faz muito sentindo enviar cartas para um morto, certo? 

Sinto muito.

De todo meu quebrado coração e em chamas, para Jeon Jungkook.

Depois da última carta em 1814, eu parei de mandar cartas para o meu Capitão imaginário e comecei a focar mais na dança. 

Tia Park mora comigo aqui no castelo já que eu acho muito grande para eu morar sozinho com os empregados.

Ela ficou muito chateada com a noticia que Jeon foi morto e ficou um mês chorando pelos cantos e me abraçando sempre que me via e dizendo que tudo ficaria bem. 

Confesso que eu sentia a culpa e o peso da mentira me acertando em cheio com essas ações.

Eu estava me alongando para começar a dançar no meu estúdio, quando tia Park aparece em minha porta com um sorriso de orelha a orelha como se tivesse conseguido se tornar a rainha da Inglaterra. 

O que na cabeça dela ela conseguiria facilmente se quisesse.

-Você precisa descer agora mesmo!- Ela fala entrando e me empurrando para o meu quarto.

-Mas o que... Tia o que esta acontecendo?- Pergunto vendo ela ir até o meu armário e puxar uma das minhas vestes pretas mais apresentáveis e jogar para que eu me vista.

-Vista isto logo e desça.- Ela falou me ignorando por completo e saindo do meu quarto. 

Fiquei meio atordoado de início, mas faço o que ela pede e desço rapidamente ansioso para saber o motivo da afobação dela. 

Quando chego na sala, minha tia vem ao meu encontro e entrelaça seu braço ao meu me guiando para a porta do castelo.

Na hora eu pensei: "ela sabe", fico tenso de imediato e a olho, mas ela parecia tão avoada e feliz que descartei a ideia rapidamente. 

-Ele esta aqui.- Ela murmurava repetidas vezes para si enquanto continuava me empurrando para a porta. 

Quando finalmente chegamos a porta, havia um homem muito bonito e alto encostado no batente de madeira me encarando como se eu fosse sua presa.

Olho para ele de cima a baixo e percebo que ele é um capitão.

Ele tinha cabelo curto e uma postura de dar medo em qualquer um que chegasse perto.

-Olá- Ele diz com uma voz rouca com um forte sotaque escocês que me faz arrepiar. 

-Olá- Digo um pouco hesitante e minha tia me da um empurrãozinho.- Hã...Quem é você?- Pergunto o olhando e ele ergue uma sobrancelha, 

-Faz tanto tempo assim que você nem lembra mais de mim?- Ele diz se aproximando de mim e eu instintivamente dou um passo para trás. 

-Perdão...- Começo a falar mais ele me interrompe. 

-Eu sou o Capitão Jeon Jungkook.

Quando ele termina de falar meu coração para, meu sangue gela e eu paraliso.

Isso não é possível.

O Capitão Jeon Jungkook não existia eu tinha inventado ele, certo?

Olho para a minha tia que estava atrás de mim e sorrio gentilmente para ela. 

-Tia, nós vamos dar uma caminhada perto do lago, por favor tranque meu estúdio. 

Pego no braço de Jeon e começo a guia-lo em direção ao lago onde eu pretendo me afogar usando como âncora minhas mentiras e a imensa vergonha que eu estou sentindo. 

-Seja lá quem for você, não tem graça.- Falo me separando dele e parando em sua frente. 

- Eu já lhe disse, mas você não quer aceitar- Ele fala simples me olhando de cima com aqueles olhos pretos hipnotizantes. 

Eu me sinto horrivelmente pequeno, o que era uma idiotice já que eu nunca me importei com altura e foi então que eu tive a brilhante ideia de subir em uma pedra para poder ficar do seu tamanho.

O que obviamente não mudou muito a diferença já que ele parecia um gigante. 

"O que dão para esse povo comer no exercito? Eu em."

- Isso é impossível, pois o meu Capitão Jeon Jungkook não existe.- Falo firme o encarando. 

- Isso que não é possível, pois como pode ver estou aqui na sua frente. - Ele fala com um sorriso de lado. 

-Isso só pode ser um pesadelo.- Falo para mim mesmo olhando para o céu.- Certo, me desculpe okay? isso foi um tremendo engano e eu não sei como minhas cartas chegaram a você pois eu não colocava um endereço nelas, mas se puder me devolve-las eu me sentiria agradecido.- Falo e estico uma de minhas mãos. 

- Por isso mesmo que suas cartas chegaram até minha, os entregadores acham que toda carta que não é endereçada, pode ser de alguém do exercito já que ninguém da família sabe exatamente onde ficamos.- Ele fala simples e olha para o rio. - E eu não vou devolve-las.

Ele fala firme e me encara tão intensamente que eu tenho que piscar para que meu cérebro volte a funcionar. 

-Como assim "não vou devolve-las"?- Falo imitando o tom de voz dele.- Olha aqui seu brutamontes, elas são minhas! Seus pais não lhe ensinaram que é falta de educação pegar algo que não é seu?- Pergunto e vejo ele colocando os braços atrás do corpo e assumindo a postura de um soldado. 

- Elas são minhas, você as enviou para mim- Ele diz e se aproxima.

Sinto meu corpo paralisar observando aquele corpo imenso chegar cada vez mais perto e engulo em seco.

-E como meus pais me educaram ou não, não lhe desrespeita.- Ele diz com uma voz firme que me causa arrepios e da um passo para trás. 

-Eu não sabia que minhas cartas tinham um destinatário existente, então isso não conta.- Falo e cruzo os braços me recuperando.

-Claro que conta, e eu não vou devolve-las e ponto final.- Ele fala decido.

- Escuta aqui o soldado de chumbinho, eu não tenho tem e nem paciência, então devolva logo as cartas.- Falo o fuzilando com o olhar.

-Não.- Ele fala firme.

Bode teimoso.

-Então o que você quer? O que veio fazer aqui?- Pergunto suspirando e ele abre um sorriso que deveria ser um pecado de tão lindo que é.

Ele me olha juntando as mãos na frente do corpo e diz:

-Vim cumprir minha promessa e fazer com que você cumpra as suas.- Ele fala inclinando a cabeça em minha direção e paraliso.- Vim me casar com você.- Ele sussurra perto do meu ouvido com a voz baixa e rouca.

De Todo Meu Coração ~Jikook ~Onde histórias criam vida. Descubra agora