5- Jeongguk pt.1📌

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Eram seis e vinte quando Jeongguk sentiu uma claridade irritante o incomodar e com uma lentidão agonizante, abriu os olhos. Se virou na cama e escondeu seu rosto com o travesseiro, resmungando infinitas reclamações sobre a lâmpada que deixou acesa.

Merda de preguiça, praguejou por ter esquecido de desligar o interruptor na noite passada.

Levantou seu rosto e mais uma vez resmungou quando viu que o seu despertador seque havia tocado, e bufou.

Ainda era Quarta-feira! Ah, como queria que a semana acabasse logo. Rezava pra que tudo acabasse, na verdade. Não via a hora da semana acabar, do mês acabar e do outro acabar mais rápido ainda para as férias do meio do ano chegarem e poder pelo menos dormir até tarde.

Oh, como queria dormir. Jeongguk nunca foi tão dorminhoco assim e estranhava as vezes em que seu corpo parecia simplesmente implorar por mais alguns minutos na cama. Riu internamente - estava tão fodido na vida real que até seu corpo procurava formas para fugir de tudo. Bufou mais uma vez quando lembrou que teria que levantar de qualquer forma e ao se pôr de pé em um pulo, se espreguiçou sentindo o vento frio bater contra se corpo parcialmente nu, encolhendo os braços e se amaldiçoando por pensar que o dia de hoje seria igual ao anterior, cujo a tarde foi inteira acalorada e a manhã por pouco o fez derreter - já que havia faltado aula e passou boa parte do tempo fora de casa, sentado numa cadeira de balanço velha no quintal acompanhado do sol e um bom copo de suco de laranja geladinho.

Caminhou até o banheiro e "adiou" o momento em que se olharia no espelho, apenas se abaixando e enfiando a cara quase embaixo da torneira, molhando com pouca delicadeza e esfregando o rosto com sabão.

Quando se levantou, se arrependeu de ter aberto os olhos.

Era tão feio. Jeongguk nunca se achou bonito. Na real que nunca nem sequer fora elogiado pela aparência. Não tinha amigos que o ajudavam a elevar pelo menos um pouco a autoestima, e nem mesmo a sua mãe lhe dizia isso, o seu pai estava fora da realidade e um namorado mais fora ainda.

No fim, pensava isso de si mesmo. Era feio. Seu nariz era grande demais, sua boca era muito pequena, suas bochechas eram exageradas, suas coxas eram muito grossas, seus ombros não eram tão largos e por aí vai; nunca achou uma única qualidade em si e a sua mente filha da puta insistia em lembrar-lhe disso toda vez que via seu reflexo.

Por isso, que depois de ter decidido tomar um banho para "tirar toda aquela feiúra", e constatar que um de seus uniformes estava sujo e o outro molhado, ofegava encarando-se de corpo inteiro na frente do espelho que tinha em seu guarda-roupas.

Estava ridículo com aquele moletom.

Já era o terceiro que colocava e notava que era praticamente igual aos de antes, já que tinham a mesma cor, e o terceiro resmungo descontente que soltava ao perceber aquilo. A roupa era simples. Apenas um conjunto cinza e preto - a mesma cor da farda escolar - mas ainda assim, Jeon estava insatisfeito. O que as pessoas pensariam vendo-o vestido com aquilo? Era capaz de ser mandado embora assim que chegasse nos portões.

Não era permitido vestir qualquer roupa para ir ao colégio que não fosse o uniforme. Jeongguk já havia visto pessoas vestidas com roupas que não fosse a farda - admirava a audácia de uns e se indignava com a falsa importância que os funcionários da escola davam àquilo - e de qualquer forma, não é como se fosse criar coragem para usar o que não devia quando precisava. No fundo estava apenas receoso de receber um maré de azar naquele dia. E se fosse realmente mandado embora?

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