CAPÍTULO 16_Olhos negros e um sorriso assassino

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Aquilo não era a Alyssa. Aquele sentimento de fúria e vingança que tinha em sua expressão e fala era tudo, menos a Alyssa.

Olhos negros e um sorriso assassino estampado em sua face.

Sem mais delongas, atirei em seu peito com a arma de sal grosso.

A pressão da arma a jogou contra o banco e ela se debateu. Parecia lutar contra a coisa.

De suas narinas saiu uma fumaça negra que se dissipou no ar. Antes que eu atirasse mais uma vez, Sam puxou a arma da minha mão com um olhar reprovador.

-Vai mata-lá!- exclamou.

-Ela vai nos matar se não fizermos nada!- e antes que eu pegasse a arma de volta, um grito ecoou novamente pelo ambiente.

Um grito feminino dessa vez, como um pedido de socorro, uma luta interna contra o mal.

O corpo de Alyssa descansou, deitando sobre o banco. E quando voltou a consciência, seus olhos já não estavam mais negros.

-Aconteceu?- Alyssa perguntou, com a voz rouca.

- Como assim?- eu e Sam perguntamos juntos. A menina suspirou pesadamente.

- Toda vez que eu chego perto de uma caça, um fantasma ou demônio rancoroso, triste e vingativo, suas emoções se mostram pra mim. Eu consigo senti-las como se fosse em mim, como se me possuíssem. Não o fantasma em si, mas suas emoções apenas.- ela conta, com a cabeça baixa. - Eles também conseguem me sentir, em meio a tanto ódio, eles me vêem, uma forma de se expressar além de matar.- ela fungou.- Mas isso só me ajuda na caçada, então não se preocu...- interrompi a sua fala me voltando pata frente.

O carro estava fora de estrada, na direção aposta em que estávamos indo antes.

-Temos que ir embora.- liguei o carro, pronto pra partir.

Não ia deixar a garota sofrer assim, ela está vulnerável demais pra caçar. E se isso piorar, o que vai ser? Ela vai nos matar?

Ela encarna o ódio dos mortos, e o que mais enfrentávamos em uma caça era um fantasma raivoso.

-Eu sei o que está pensando.- ela falou, baixo.- Mas eles não conseguem me controlar, eu apenas falo por eles, não tem perigo e...- antes que ela continuasse eu a cortei, com certa frieza.

-Vamos embora e está decidido.- tomei o volante do carro, pronto pra partir na direção oposta daquela cidade amaldiçoada.

-Já disse que eles não me afetam!- exclamou, teimosa.

-VOCÊ QUASE NOS MATOU!- gritei impaciente com a garota que não se intimidou.

-EU NÃO FIZ NADA! Estamos perto da cidade e do local, o fantasma apenas se manifestou. Mas ele não tem poder algum sobre mim!- afirmou com convicção. Mas mesmo assim, não podia confiar.

-A MENOS QUE QUEIRA MAIS PESSOAS NESSA LISTA DE MORTE POR CULPA SUA, NÓS NÃO IREMOS!- rebati sem pensar, mas logo me arrependi ao ver seus olhos arregalados, ela tentou demostrar que aquilo não a feriu.

Supernatural_ The descendantOnde histórias criam vida. Descubra agora