Codinome Beija-Flor

Continuação DNA - Lee & Julie

Dentro do avião, durante o pouco tempo de voo, Julie distraidamente observa as nuvens e relembra do tempo em que as coisas pareciam mais simples e ao mesmo tempo mais complicadas na vida dos dois.

-Quando eu me apaixonei por você sentia que seria para sempre, tão tola, agora eu sei que o 'pra sempre'.. sempre acaba.- ela fala quase como um sussurro e sem pensar que pode ser ouvida.

-Eu era tão tolo como você, mas pelo nosso histórico eu era mais covarde.

Julie olha para Park Lee no mesmo instante, entendendo que ele prestou atenção e a respondeu, mas fica confusa com sua resposta e dá continuidade na conversa.

-Mais covarde? Como assim? Não entendi..

-Você criou um filho sozinha, enganou alguém como o meu pai. E eu? Nem para lutar por quem eu realmente amava...

Silêncio...

-Mas você se tornou um homem de sucesso, tem um filho incrível...

-Oh, sim, tenho muito orgulho do meu Jimin, eu não me queixo do resultado, só que ao contrário de você, o meu resultado não foi por uma escolha minha. - Lee, fez uma breve pausa e continuou. -Me fale um pouco de você, de sua vida... Hum, você nunca se casou? Quero dizer, você é uma mulher interessante, linda na verdade, então por que nunca se casou?

-Oh, você não mudou nada, o mesmo galanteador.. (rsrsrs) Não que fosse um problema, mas eu tinha um filho para criar, e sabendo como ele era sensível e carente, pensei que se ele se apegasse a algum namorado meu e não desse certo, ele acabaria sofrendo mais do que eu mesmo, então escolhi criar meu filho sozinha.. e depois eu nunca mais amei ninguém, pra falar a verdade eu nem amei o... -ela interrompe sua fala e olha pela janela do avião distraindo-se com as nuvens...

-Julie? Continue.. não amou?... -Lee a questiona como se já não soubesse a resposta.  Julie nunca amou de fato seu irmão caçula,  seu coração sempre pertenceu a Park Lee. E com o coração batendo fortemente em seu peito, tão alto que poderia ser facilmente ouvido por Julie, Lee coloca uma das mãos em seu queixo virando seu rosto para lhe encarar, Julie está com os olhos marejados, suspira e estremece ao toque de Lee que se aproxima cada vez mais de sua boca selando timidamente seus lábios. Julie fecha os olhos e se deixa envolver. A mais de 30 mil pés de altura, Lee e Julie mais uma vez se entregam com um beijo carregado de emoção e cheio de saudade ao sentimento do passado, mas que nunca foi esquecido...

Quando chegam em Busan, pouco mais de 1 h depois de alçarem voo, são recepcionados por uma chuva intensa e embora estejam com o carro da família, que Lee já havia solicitado que o aguardasse no aeroporto, encontram dificuldade para deixar o local que está com os acessos alagados. No percurso para casa dos Jeon, uma barreira se rompe interrompendo o fluxo dos carros, eles tomam outro caminho, mas o percurso além de ser mais longo também está com fluxo lento devido a um acidente, já passa das 19h e eles ainda não conseguiram sair da estrada. O motorista informa o que ouviu na rádio local, que não há previsão de liberação da estrada e comenta que o mais sensato seria hospedarem-se em uma pousada próxima de onde estão. Lee e Julie então decidem aceitar a sugestão e seguem até a tal pousada, chegando lá só há um quarto disponível com uma vaga para o carro onde o motorista poderia dormir dentro do mesmo até o amanhecer. Meio constrangida, Julie concorda em dividir o mesmo quarto, que é de casal. Lee telefona para casa e avisa os enfermeiros de seu pai que passará a noite fora, depois de um banho quente, Julie encontra com Lee no restaurante da pousada onde fazem uma refeição leve, no retorno para o quarto, Lee acomoda algumas almofadas e travesseiro no meio da cama para limitar o espaço e depois também toma um banho antes de deitar para dormir. Julie está inquieta, enviou mensagem para a mãe contando de seu encontro com Lee, de onde estavam no momento e recebeu a resposta quase que de imediato.