•Bruna•
Entrei em casa, e um grito me assustou. Olhei para sala de estar e vejo Dayse se levantar correndo para me abraçar.
Zu estava ao meu lado, e carrregava uma pequena bolsa com meus pertences. Dayse passa seus braços por mim e me abraça.
Dayse: bem-vinda de volta. -sorriu.
Tentei retribuir o sorriso, mas não consegui, afinal ja não me sentia em casa, aquela ja não era minha.
Bru: acho que vou subir um pouco.
Dayse: quer que eu te ajude?
Bru: precisa não. Zu, porque não vai comer alguma coisa com a Dayse. Eu vou deitar.
Zu: porque não come alguma coisa?
Bru: to sem fome. -digo pegando minha bolsa de Zu.
Zu: ta.
Subi as escadas até meu quarto. A porta estava fechada, e um sentimento estranho passou por mim, dei um respiro fundo.
Levei minha mão até a maçaneta, a porta se abriu e meus olhos logo se encheram de lágrimas. Meu quarto estava do mesmo jeito que vi pela última vez.
Parecia que estava apenas voltando para meu quarto, em um dia qualquer. Em uma hora qualquer. Mas ai lembrei das semanas que se passaram, e o pesadelo da triste realidade voltou.
Deitei na minha cama, e ali adormeci.
•
Acordei, ja estava escurecendo.
Levantei da cama, separei uma roupa, e fui tomar um banho. A água quente levava o cheiro de hospital pelo ralo, a água que percorria pelo meu corpo, deslizavam pela minha pele.
Sai, sequei meu cabelo, e ja vestida, peguei meu celular. Entrei no whatsapp, mas a decepção veio quando vi que não haviam mensagem nenhuma de Igor.
Meus pensamentos se interrompem quando vejo Dayse na porta.
Bru: oi...
Dayse: tudo bem? -assenti. - Você tem visita.
Ela abriu a porta, liberando a visão, e mostrando Sarah e David ao lado dela. Sorri instantaneamente, e me levantei da cama com rapidez.
Eles entram correndo no meu quarto, e me abraçaram. E um sentimento de conforto se instalou em meu coração, a falta que eles faziam na minha vida.
O abraço durou alguns minutos e quando vi a porta ja estava fechada e Dayse fora do campo de vista.
David: meu Deus Bru... que saudade.
Bru: também tava.
Sarah: a gente te ama ta? -passava a mão pelos meus cabelos.
Bru: eu também.
O abraço se desfez, e fomos sentar na minha cama.
Bru: vocês vão ir comigo no enterro amanhã não é?
David: não precisava nem pedir. -passou o polegar na minha mão.
Sarah: a gente vai ta do seu lado o dia inteiro.
Bru: obrigado, vou precisar de vocês lá.
David: o Igor mencionou que a gente veio aqui enquanto não achavam você?
Bru: para ele mencionar alguma coisa, a gente devia pelo menos conversar.
Sarah: você não falou com ele?
Bru: ele não foi me ver nenhuma vez no hospital.
David: a amiga. -fez uma cara triste.
Sarah: ele vai aparecer.
Bru: tanto faz. -dei de ombros.
David: to com uma fome,o que acham de descermos e procurar algo para comer?
Bru: to sem fome.
Sarah: Bruna,você passou dias no hospital, não ta nem um pouco com fome?
Minha barriga realmente tava vazia, mas não tava com fome. Mas acompanhei os dois até a cozinha, nem vimos Dayse mas provavelmente se trancou no quarto.
Pegamos alguns pães no armário, peito de peru, maionese, ketchup e o suco na geladeira, começamos a fazer nossos sanduíches.
Sarah: a gente tava querendo ir no hospitala te ver. -levou o copo de suco na boca.
David: ligamos para sua casa e Dayse disse que era melhor esperamos você sair do hospital para te vermos.
Bru: ela fez bem, os dias no hospital foi um pesadelo. -fiz uma pequena pausa e eles ficaram em silêncio. - vocês poderiam dormir aqui?
Sarah: claro.
David: pode contar com a gente. -deu um pequeno sorriso de lado.
Alguém bate na porta.
Dayse: posso entrar?...
Bru: pode.
Dayse: Esperei você descansar, para tocar nesse assunto. -sua voz estremece. - o velório do seu pai, vai começar às 7 horas.
Meus olhos se encheram de lágrimas, e apenas assenti. Ela também estava muito abalada, então estaria lá para ser forte por ela também. Meu pai gostaria disso.
Logo ela saiu da cozinha, meus amigos tentaram ocupar minha mente com outro assunto. Atualizações sobre a escola, e sobre a vida deles. Não que tenha mudado drasticamente, afinal foram algumas semanas.
O sono começou a bater, e meus olhos pesarem. Lembrei que tinha tomar alguns remédios antes de dormir, verifiquei quais deveria tomar, após pegar os comprimidos, os engoli rapidamente.
E fomos para o quarto, e David estava arrumando as coisas para deitarmos.
Bru: porque não deitamos os três na cama?
Sarah: no meio da noite um de nós estaria no chão.
Bru: contato que não seja eu, afinal eu vou dormir no meio.
David: da para tentar. Mas fala a verdade, quer ter uma desculpa para agarrar esse corpinho não é? -passou a mão pelas laterais do seu corpo.
Sorri, e me lembrei a saudade que eu tava desses dois.
Bru: com certeza! -disse ironicamente.
Fui até o banheiro e escovei meus dentes. Ao voltar David ja estava no canto da cama, Sarah ainda estava de pé, ela esperou eu me deitar e foi apagar a luz. Se deitou, os dois passaram os braços por cima de mim. E assim adormecemos.
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O meu guarda costas
RomanceBruna mora com seu pai e sua madrasta, seu pai é um empresário muito reconhecido na cidade, pelo tamanho de sua fortuna e da quantidade de empresas que ele tem. Bruna tem apenas 17 anos, e tem uma personalidade muito forte. Um dia seu pai precisa fa...