40. Walking in the wind

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- Papai, como está se sentindo? - perguntei sentada no sofá ao lado de sua maca.

- Bem, abelhinha. Não se preocupe.

- Me preocupo sim - ajeitei seu travesseiro - Quer que eu chame algum médico?

- Calma, Carolina. O médico esteve aqui não tem nem 5 minutos - minha mãe disse checando o soro.

- Ainda bem que a senhora é enfermeira - esfreguei os olhos para me alertar.

- Você deveria ir para casa - meu pai disse e minha mãe concordou - Sua mãe fica aqui comigo, vai relaxar.

Relaxar seria a última coisa que eu conseguiria fazer. Eu já estava há pelo menos uma hora com meus pais conversando, mesmo que fosse errado porque provavelmente o tempo de visita já acabou. O Harry já foi para casa e felizmente meu pai parece melhor.

- Sabem que eu não conseguiria. Prefiro ficar.

Lauren assentiu com um balanço de cabeça.

- Enquanto não te expulsarem daqui, você fica.

Meu pai riu.

Continuamos conversando, mas não durou muito porque minutos depois uma enfermeira entrou e se assustou.

- Duas pessoas? Desculpa, só o acompanhante pode permanecer - ela disse colocando a bandeja na mesinha - Mas, amanhã cedo temos o horário de visita!

- Só amanhã? - Fiz uma cara triste e soltei o ar fazendo um movimento forte com os ombros.

A enfermeira assentiu.

- Estarei aqui bem cedo! Mal vai perceber que fui embora - dei um beijo em sua bochecha.

- Amo você. Tenta dormir - meu pai retribuiu dando um beijo em minha testa - Vai lá, minha estrela.

Sorri e retribui o seu carinho.

- Eu volto! - fechei a porta.

Sai caminhando devagar até o lado de fora do hospital. O dia já estava brilhando lá fora, como se tudo estivesse perfeitamente bem. Eu sei que meu pai está melhorando, mas meu coração está apertado.

Eu nunca vou conseguir ficar bem, enquanto ele não estiver bem, em casa, comigo, com a nossa família.

Peguei um táxi parado e fitei o hospital uma última vez. - Que Deus te abençoe, papai! - murmurei para mim mesma.

O tempo de trajeto pareceu uma eternidade. Desde ontem, parece que o tempo tem se arrastado a passar, cada minuto torturante é marcante e persistente, quando tudo que eu queria era que acabasse logo esse sofrimento e tudo voltasse a ficar bem.

- Obrigada - falei ao taxista, paguei a corrida e fui em direção a minha casa. Antes de entrar, respirei fundo e olhei para o céu ensolarado apesar do clima frio.

Eu fui direto para o meu quarto tomar um banho, meu estado de limpeza não está dos melhores. Meu rosto ainda tem vestígios da minha noite com Anna ontem.

Enquanto a água descia pelo meu corpo, as lembranças de Peter daquela forma me consumiram. Meu coração começou a bater forte e as lágrimas escorreram pelo meu rosto, se misturando com a água do chuveiro.

Quando sai do banho, percebi que meus olhos estavam inchados, meus lábios e nariz vermelhos. Minha cara está péssima.

Vesti um conjunto de moletom azul e me joguei entre as cobertas. Fechei os olhos numa tentativa falha de dormir. Eu estou com sono, muito cansada, minha cabeça está doendo, meu corpo precisa de energia, mas simplesmente não consigo pegar no sono.

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora