19. Tell me why

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Acordei com o barulho do alarme. Essa noite eu dormi bastante, estava exausta e então caí no sono mais cedo que o normal.

Hoje vai ser um longo dia, preciso ir na UCL fazer a minha matrícula para a faculdade, o prazo máximo de inscrição é até amanhã, mas não quero correr nenhum risco, prefiro fazer as coisas antecipadamente.

Finalmente me levantei da cama e fiz minhas higienes matinais. Tomei um banho quente e coloquei uma roupa de frio, uma calça jeans azul clara e um moletom preto do Green Day, afinal o dia amanheceu chuvoso, apesar de ainda estarmos na primavera.

Sinto como se a tempestade que me atormentava internamente tivesse diminuído sua frequência e eu me encontrasse em uma espécie de paz interior.

- Bom dia! - Para minha surpresa encontrei meu pai sentado em seu lugar de costume na mesa da cozinha.

- Bom dia, filha. Dormiu bem? - ele pergunta colocando uma xícara de chá verde que eu adoro e umas torradas em meu prato.

- Dormi sim, vejo que já tirou o Holter. - falei olhando para o seu peitoral.

- Sim, agora me sinto bem melhor. - suas palavras pareciam verdadeiras, mas ainda não me conveciam totalmente.

- Isso é ótimo. Vou precisar sair daqui a pouco, para fazer a inscrição do curso na faculdade. - comentei ofegante.

- Sua mãe me contou, estou muito orgulhoso de você. Eu sei que ainda vou ver você conquistando tudo que merece. O mundo é pequeno demais para você, abelhinha. - em seus olhos encontrei um brilho que se conectava com a felicidade dentro do meu coração.

- Eu sou muito sortuda por ser sua filha. - segurei sua mão por cima da mesa. - Falando na mamãe, onde é que está a Senhora Lauren?

- Ela foi mais cedo para o trabalho, para cobrir as horas que ela perdeu cuidando de mim esses dias. - seu olhar caiu. Meu pai odeia preocupar ou incomodar as pessoas, mesmo que elas sejam sua filha e esposa.

- Tenho certeza que ela faria tudo novamente. - sorri em forma de consolo.

Terminei meu café da manhã e me sentei na sala de estar para assistir alguma coisa a fim de passar o tempo, a UCL só abre daqui a uma hora.

Assim que ligo a televisão, está passando o noticiário, uma manchete que me prendeu a atenção.

"- Hoje fazem três anos desde o fato que chamou atenção de todo Reino Unido após o depoimento de um garotinho de seis anos. Há exatos três anos atrás, uma casa foi destruída e o senhor Ernest Fields foi encontrado desacordado.."

- Três anos? Caramba, como o tempo passa rápido. - meu pai entrou na sala e colocou a mão sobre a poltrona.

- Eu não lembro deste caso. - comentei.

- Como não, Carolina?

Talvez eu fosse um pouco dispersa em meus 16 anos. Não costumava assistir noticiários, preferia ler todas as revistas adolescentes e colar milhares de pôsteres pelo meu quarto.

- Na verdade, eu lembro vagamente.

"- O pequeno Theo, filho de Ernest Fields, emocionou com seu relato inocente, o fato que sensibilizou.."

Alguém começou a bater na porta, tentei ignorar por um tempo e manti os olhos atentos ao noticiário.

- Carolina? Sou eu. - a voz de Lucas soou pelo ambiente.

- Vai atender, menina. - Peter disse apontando para a porta.

Me levantei do sofá ainda prestando atenção na TV e fui rapidamente abrir a porta para que o loiro entrasse.

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora