- Tchau, Mike! Vou sentir sua falta, baixinho. - falei desgrenhando seus cabelos.
- Eu me diverti muito, prima. - Mike fala me dando um abraço. - Quero vim mais vezes, mamãe .
- Nós viremos, meu amor. Eu prometo. - Tia Lucy afirma olhando em seus olhos.
- Agora precisamos ir, obrigada por cuidarem do Mike para mim. - diz abrindo a porta.
- E tenha cuidado, Carolina, agora que tem um namorado, você precisa se prevenir, gravidez na adolescência é péssimo. - eu não acredito que a tia Lucy falou isso.
É constrangedor pensar em algo do tipo, pude sentir minhas bochechas corarem violentamente e eu só tinha o desejo de enterrar a cabeça em um buraco.
- Credo, tia! Pode ficar tranquila, não pretendo ter filhos tão cedo. - eu apenas dei um leve sorriso, foi tudo que consegui fazer para amenizar aquela situação embaraçosa.
- Ela está certa, Carolina. Acho que precisamos repetir aquela nossa conversa sobre...
- Não, por Deus, não! Eu me lembro de tudo, não se preocupe - falei as interrompendo e levando as mãos aos ouvidos para impedir que algo a mais daquele assunto fosse escutado.
Aquele ambiente estava vergonhoso demais, então me retirei e fui direto para o meu quarto, assim que a minha tia foi embora.
Acho que vou sentir falta do Mike, apesar de ele ser um garotinho incoveniente às vezes, ele é uma ótima companhia. Com ele eu me sentia menos sozinha, afinal não tenho tantos amigos.
[...]
- Chegamos, filha! Está tudo bem? - meus pais foram à consulta no cardiologista para ver os resultados dos novos exames e a reação do corpo dele aos medicamentos.
- Está sim! - murmurei - E com o papai? Como foi a consulta? - pergunto esbanjando preocupação.
- Carolina, precisamos conversar. - minha mãe fala com um semblante preocupado e isso me assusta.
- O médico do seu pai falou que de acordo com os exames, o quadro dele continua um pouco delicado e que as melhoras em relação ao remédio não foram positivas como ele imaginou que seria - ela iniciou.
- Ele vai aumentar as doses do medicamento a fim de melhorar isso. - as palavras ecoaram em meus ouvidos e eram como uma facada no meu estômago, me destruindo de fora para dentro.
- Mas ele disse que iria ficar tudo bem, não é? As coisas vão melhorar com essa nova dosagem? - minha voz falhava e podia sentir minha mão suar frio.
- Sinceramente, ele disse que não sabe, mas tem esperanças em relação a esses novos medicamentos - sorriu forçadamente e meu pai que estava ao seu lado desde que chegaram, permanecia calado e imóvel.
- Nós vamos ficar bem! Eu tenho certeza que com esses remédios mais fortes, o papai vai ter saúde pra dar e vender. - tentei demonstrar positividade, mas eu estava sem chão, assim como eles.
Meus pais foram para o seu quarto e eu fiquei sentada no sofá da sala, tentando pensar em alguma coisa para trazer a felicidade de volta para a nossa casa, mas a verdade é que eu estava consternada e precisava de algo para arejar a cabeça e tentar amenizar o caos em que minha mente se encontrava.
Coloquei minhas roupas de caminhada e sai correndo nas ruas do meu bairro. Já estava anoitecendo e pude sentir a brisa gélida arrepiar os meus pêlos, mas aquilo não se comparava a frieza que eu estava sentindo internamente.
Eu apenas corria em busca de um refúgio, olhando os galhos das árvores como borrões passando pelo meu campo de visão. Senti algumas lágrimas quentes e um enorme nó na garganta confirmarem que eu não conseguia aguentar a pressão. Talvez eu não seja forte o bastante.
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Agora Você Me Conhece ||H.S||
أدب الهواةA vida de Carolina Bee muda a partir do momento que ela aceita ser a namorada de mentirinha do ator cuja carreira entra em colapso devido à imagem arrasada por seus vícios e constantes brigas. Seria Harry Styles apenas um rostinho bonito pousando p...