15. I wouldn't like me

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Minhas pernas foram puxadas e tudo o que senti foi uma dor quando bati minha bunda no chão depois que a Anna me acordou.

- Parecia que você não ia acordar nunca. Vamos!

Puxei meu lençol e cobri meu rosto esperando que aquilo não fosse real. O relógio em cima da minha escrivaninha indicava que ainda eram oito e meia da manhã.

- Anna, você só pode estar brincando, eu sinto que dormi apenas 20 minutos. Fecha a cortina que eu finjo que nada aconteceu e te perdoo. - me arrastei de volta para cama, e então ouvi minha amiga choramingar.

- Nada disso, quando teremos essa oportunidade novamente? Nós temos que aproveitar o tempo que temos juntas, então deixa de ser preguiçosa e vamos comer alguma coisa.

Ela tem razão, o tempo é pouco e passa voando. Preciso aproveitar cada segundo ao lado dela antes que eu volte para minha rotina sozinha.

Anna revirou duas malas em busca de alguma roupa, e eu peguei a primeira blusa que vi no meu guarda-roupa. Ela se importa mais com o visual enquanto eu me importo em ouvir minha playlist diária com todas as mesmas músicas que eu escuto há mais de um mês.

- Pega qualquer coisa. Depois nós nos vestimos direito. - falei abrindo a porta do quarto - Tive uma ideia. Ao invés de comermos cereal na minha cozinha, que tal irmos aquela padaria que eu te disse?

- Aquela que fica na rua dos filmes clichês? Como se chama?

- Essa mesmo. O nome da padaria é "Blondevie".

- Então, vou me arrumar mesmo. Quero colocar uma música e me sentir em um dos filmes. - ela encostou na parede e deslizou até o chão enquanto cantava uma música triste.

- Não! Eu vou parecer uma retardada ao seu lado, toda desarrumada. Eu escolho.

Peguei uma roupa e a entreguei. Pouco tempo depois já estávamos a caminho da padaria.

Ela tinha um toldo em sua fachada que intercalava as cores rosa, branco e azul. A padaria não era tão grande, mas confortável o suficiente. E o cheiro dos pães assando atraia novos fregueses que não se rendiam a correria do seus trabalhos.

Entramos e fomos ao balcão que tinha uma variedade enorme de bolinhos, pães doces e salgados, cupcakes e biscoitos.

- Eu acho que estou no paraíso. - Anna disse colocando vários bolinhos em um prato.

- Carolina?

Uma senhora de touca e avental azul-clarinho que estava atrás do balcão me chamou. Apesar de eu vir muito aqui, ninguém nunca havia perguntado meu nome, então não tinha como ela saber.

- Senhora? - perguntei.

- Já escolheu o que quer?

- Sim. - a entreguei o prato e retribui o sorriso que ela estampava - Desculpa perguntar, mas como sabe meu nome?

- Eu sei quem você é, filha. Meu neto falou sobre você e lembro de suas visitas matinais toda semana durante o ano passado.

- Ah, entendi. - peguei meu prato de volta e estava prestes a sentar-me na mesa quando ouvi o que a senhora disse.

- Você me parece ser uma boa menina. Ainda bem que o Harry escolheu direito.

- Espera, a senhora o conhece?

- Sou a avó dele.

Eu simplesmente estava falando com a avó do meu namorado e não sabia.

Ela me transmitia um olhar gentil enquanto eu a mostrava uma feição confusa e boquiaberta.

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora