5. Little White Lies

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Meus pensamentos estavam a mil por hora, uma dúvida gigante me aterrorizava.

Devo ir?

Carolina, você é tão tola ao ponto de se encontrar com as pessoas que você havia fugido?

Eu vou.

Eu estava tão presa aos meus pensamentos que deixei leite cair em meu pijama. A colher com cereal esbarrou em minha bochecha manchando o pijama que havia usado apenas uma noite.

— Em que você tanto pensa, abelhinha? – meu pai se direcionou a mim.

— Pai, desde quando você voltou a me chamar assim? – sorri.

— É, eu sei, faz tempo que não te chamo assim. Mas é um apelido fofinho.

— Esse apelido me aterrorizou por grande parte do meu tempo de escola.

— Minha filha, não tem do que se envergonhar. A incrível família Bee sempre estará aqui pra te apoiar – disse enquanto afastava as pernas e colocava as mãos em seus quadris simulando um super herói — E você sempre será minha abelhinha, não importa quantos anos tenha.

— Eu sei que vocês sempre me apoiarão. E tudo bem pai, eu passei a gostar do meu nome – levantei e coloquei a tigela de cereais na pia.

— Você ainda não me disse o que tanto te atormenta.

— Não se preocupe, não é nada demais. Prometo – abracei-o e subi as escadas muito rápido.

Observei todo o meu quarto e meu olhar se fixou em um ponto qualquer. Parecia um tipo de transe, primeira vez durante o dia que eu não pensava em nada.

Quando voltei do meu momento estranho, a ligação do assessor de Harry Styles retornou à minha mente. Cada palavra me rondava.

Precisei me sentar para absorver tudo aquilo.

— Carolina, estamos de saída, voltamos em cerca de uma hora. Os exames do seu pai ficaram prontos –  minha mãe abriu a porta do meu quarto, então me levantei e olhei para ela.

— Vocês vão falar com o médico?

— Sim, mas esperamos que não seja nada – ela dizia enquanto segurava o pingente de coração que nunca saia de seu pescoço.

A feição dela me preocupava.

— Não vai ser nada, mãe – tentei confortá-la.

Ela apenas sorriu sem separar os lábios e saiu devagar, fechando a porta lentamente. Ouvi o som do carro ligando e o do cadeado fechando. Eles já haviam saído.

Desci e resolvi ajudar minha mãe deixando a casa limpa. Eu não era uma das melhores pessoas em limpeza, mas precisava fazer alguma coisa pra contribuir com a casa. Lavei um banheiro e limpei toda a sala. Me surpreendi comigo mesma.

Já tinha se passado uma hora, estava perto do meio dia e nada dos meus pais chegarem.

Decidi ligar pra o celular da minha mãe, mas só caia na caixa postal. Meu coração batia mais forte sem nem saber porquê. Eu precisava de notícias.

Quando ensaiei um movimento para levantar, ouvi o som do carro. Quando cheguei na garagem, a expressão dos meus pais me desesperou internamente. Senti um choque percorrer meu corpo.

Meu pai saiu do carro, passou por mim em direção ao seu quarto. Meu olhar o acompanhou enquanto minha voz não saia da minha boca.

— Mãe? É ruim né? O que está acontecendo? – as palavras que antes não saíram, pularam desesperadas.

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora