32. Lost Stars

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Harry batia sem parar no portão do hospital. A cada soco eu tinha medo que ele quebrasse um osso.

- Harry, para! Vamos embora.

Ele balançou a cabeça e soltou mais um grito quando percebeu que era em vão.

- Ela estava tão perto. - Harry olhou pra mim e se jogou em meus braços - Tão perto. - sua voz chorosa ficou abafada em meu ombro.

Ele estava suado e com sua roupa amarrotada. Os olhos tão vermelhos e seu cabelo grudado na testa.

Levei-o até o passageiro e assumi o banco do motorista. Ele não estava em condições de dirigir. Tirando o seu estado emocional horrível, seus nós dos dedos estavam vermelhos e sujos. Harry estava um caco.

A estrada estava escura. Preciso admitir que esse cenário me assusta um pouco, mas ele estava ao meu lado e tudo o que eu queria era chegar em casa.

O GPS me guiava à medida que eu eu tirava o pé do freio e acelerava mais ainda o carro. Harry estava quieto, de olhos fechados. Não consegui ver se ainda chorava, mas preferi não comentar nada.

Depois de muito silêncio, estávamos de volta à cidade.

- Vai direto pra sua casa. De lá eu pego o carro e vou embora.

Concordei.

Eu não sei o que ele estava planejando, não posso ler seus pensamentos e saber exatamente como ele estava se sentindo.
Harry se inclinou no painel do carro e apoiou seus cotovelos, colocando uma das mãos na testa.

- O que foi? - estacionei seu carro em frente a minha casa - Enxaqueca?

- Sim - falou baixinho.

- Você quer que eu fique com você?

- Não, não precisa - ele ajeitou a coluna - Pode ir descansar.

Harry abriu a porta e se levantou para assumir o meu banco. Então sai também.

- Você tem certeza que não quer entrar? - perguntei.

Ele concordou com a cabeça.

Encarei seu rosto por alguns segundos, tirei a chave do carro da ignição e fechei a porta do carro.

- O que você está fazendo?

- Vem, vamos comer. Eu faço algumas panquecas.

- Não, Carolina...

Puxei levemente seu punho para que me seguisse. Tranquei a porta de casa e Harry ficou parado no tapete olhando a sala de estar. Fiz um movimento com a cabeça, o questionando de estar parado ali.

Ele tirou seus sapatos e os deixou perto da porta.

Harry parecia tão acanhado.

- Vou ao banheiro, pode ser?

- Claro, sinta-se em casa.

Fiz rapidinho a massa de panquecas e comecei a fritá-las. Já estava acostumada a fazê-las, tenho certeza que conseguiria até de olhos fechados.

O de olhos verdes voltou para a cozinha e sentou-se na cadeira que meu pai costuma sentar quando acorda no meio da noite.

- A dor está aumentando? - perguntei.

- Está suportável, não acho que seja enxaqueca.

- É normal, deve ter sido o choro.

Sorri para seu rosto agora limpo a fim de acalmá-lo, seu nariz estava vermelho e ele parecia ainda tão vulnerável.

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora