Harry ficou ali no meu colo por mais de trinta minutos. Estático, silencioso, tênue. Eu realmente não fazia ideia de como ajudar, não tinha certeza se deveria falar ou o que eu falaria.
- Eu pareço um covarde, não é, Bee? - sua voz rouca soou baixa.
- Claro que não, Harry, para de falar besteira. - encarei seus olhos enquanto sua cabeça ainda estava no meu colo.
Ele continuou me olhando com seus olhos marejados e ainda com algumas lágrimas escorrendo. As sequei e passei a mão em seus cabelos.
- Eu não tenho nem coragem de enfrentar meu passado. - sua voz estava rouca. - Eu tenho medo das respostas que terei ao chegar lá.
O Harry havia me dito que faltava menos de uma hora pra chegarmos até o local.
- É normal você ter medo, é algo que te machucou muito e você nunca vai estar pronto pra encarar isso, por isso você apenas deve ir, com a cabeça erguida e com coragem. - falei sustentando seu olhar. - Mas isso não te impede de ter medo ou de ficar aflito.
- Você tem razão. Enquanto eu não enfrentar isso, nunca vou ter um dia normal sem pensar nisso, sem procurar respostas. - Ele levantou do meu colo.
- Sabe que eu não paro de pensar nela quase nunca? - perguntou.
- Nunca? - devolvi sua pergunta.
- Só quando eu estou com você. - ele sorriu.
- Também esqueço meus problemas quando estou contigo.
Ele abriu um sorriso maior, porém envergonhado. Seu rosto é tão iluminado.
- Esse chalé não é mais nosso. - ele apontou para pequena casinha de madeira. - Meu pai vendeu.
- Conhece os novos proprietários?
- Não. - ele disse - Queria poder entrar lá e ver as nossas coisas. Mas, não tem mais nada meu.
Depois de alguns minutos, levantamos da grama fria e fomos em direção ao carro. Harry parou em um posto de gasolina para abastecer e continuou seguindo o percurso até parar em um lugar.
Não qualquer lugar, mas sim, aquele lugar, aquele ambiente que tanto deixava o Harry vulnerável e receoso.
Era como uma enorme casa antiga, com pisos de madeira e muita área verde do lado de fora, haviam várias flores coloridas ao redor daquela casa de cor champanhe revestida com madeira.
Por fora parecia um ambiente totalmente agradável, mas assim que entramos, pude sentir uma sensação pesada. O espaço era gigante, com uma recepção e depois de uma enorme entrada protegida, algumas salas. O ambiente era todo branco, o que me trouxe uma sensação de angústia.
Assim que passamos pela porta, senti a mão do Harry apertar a minha. Estava completamente suada.
Nós caminhamos até a recepção onde tinha uma senhora de óculos atrás de um computador. Do outro lado da entrada protegida, haviam várias mulheres e alguns homens, sentados em poltronas e em tempos curtos, passavam pessoas vestidas de branco. Enfermeiros talvez.
- Bom dia, senhora. - Falei a moça de óculos.
- Posso ajudar em alguma coisa, jovem? - ela olhou para mim e para Harry.
- Nós queremos saber sobre uma paciente de vocês, cujo nome é Elizabeth Vield Styles. - Harry balançava suas pernas como se estivesse agoniado.
- Vou dar uma checada na lista de internações. - ela começou a mexer no computador e eu olhei para as pessoas que estavam após aquela entrada.
Elas são loucas? Porque será que estão aqui? É estranho pensar que dentro daquela enorme casa de repouso, haviam pessoas com diversos transtornos mentais.
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Agora Você Me Conhece ||H.S||
FanfictionA vida de Carolina Bee muda a partir do momento que ela aceita ser a namorada de mentirinha do ator cuja carreira entra em colapso devido à imagem arrasada por seus vícios e constantes brigas. Seria Harry Styles apenas um rostinho bonito pousando p...