18. Just Hold On

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Lágrimas quentes escorriam e ardiam minha pele. Meu corpo inteiro fervia e minha cabeça não aguentava o turbilhão de sentimentos. Eu só queria me desligar de mim por um instante. Só por um instante esquecer tudo isso e parar todos esses pensamentos negativos. É difícil lutar contra você mesma, e sinto que neste momento eu não consigo manter minha fortaleza.

- Está tudo bem. - meu rosto encharcava sua camisa. - Você não precisa ser forte o tempo todo, Carolina.

Sua mão acariciava meu cabelo enquanto minha cabeça repousava em seu peito. Eu me sinto como uma criança vulnerável, normalmente eu odiaria me sentir assim, mas agora, tudo o que eu quero é me sentir segura, ter alguém que me proteja e diga que tudo está bem. Mesmo que meu mundo esteja desmoronando.

- Você quer alguma coisa? - Harry perguntou sem jeito, mas sem tirar a mão de meus cabelos.

- Não. Só me deixa ficar aqui por um tempo, por favor.

Coloquei as pernas em cima do sofá e me aninhei em seu corpo grande. Ele colocou os dois braços ao meu redor e eu senti meu corpo relaxar, me deixei envolver por seus braços quentes e aconchegantes. De alguma forma estranha, ficar em seus braços, me acalmou. Para mim, o silêncio é uma arma para as mentes fracas, mas a ensurdecedora calmaria que ali estava, somente meus soluços baixos e sua respiração pesada, eram suficientes. Ouvir sua respiração tão perto da minha, significava que ele estava lá, e estava lá por mim.

Acordei em um ambiente diferente, eu não estava mais no sofá do qual me lembro. Era um quarto. Somente a luz de um abajur iluminava o espaço de paredes escuras e prateleiras espaçosas. Levantei da cama de casal e andei de pés descalços pelo chão frio.

Como eu vim parar aqui? Não lembro de ter andado até este lugar.

Era relativamente grande para um quarto de hóspedes, na verdade era bem maior que o meu quarto. Em um canto afastado do lugar, havia um baú que parece ter sido restaurado e pintado, minha curiosidade me fez ir até ele, mas estava trancado.

Em uma das prateleiras, haviam prêmios e certificados. Tudo fez sentido quando descobri o proprietário de tais prêmios. Aquele era o quarto do Harry.

Mais a esquerda, havia um porta-retrato com uma criança sorridente e de grandes olhos verdes envolvida no abraço de uma mulher com traços muito parecidos com os da criança.

Meu Deus! É a mãe do Harry. Quando corri meus olhos, o que vi no final da foto cortou meu coração:

"Para sempre meu tão amado Hazz,

Com amor, Elizabeth."

Coloquei o porta-retrato de volta em seu lugar e resolvi sair do quarto, quase me esbarrando no violão que estava ao lado da porta.

A casa não era tão grande como eu pensava que seria, mas certamente caberia duas da minha casa aqui dentro. Tentei voltar a sala, só não sabia como a acharia. Estava tudo escuro e silencioso. A saída do quarto do Harry dava pra um corredor com várias portas, a primeira que eu abri ficava em frente a seu quarto, era um grande e luxuoso banheiro de porcelanato preto que mais parecia mármore. Tinha uma grande bancada e um espelho gigante, além do box e sanitário.

Mais a frente, com cuidado para não fazer barulho e na ponta dos pés, abri a porta e tive a visão de um quarto. Com certeza esse era o de hóspedes, não era tão bonito quanto o de Harry, mas não deixava a desejar em nada. O dois próximos também pareciam ser de hóspedes, mas de cores diferentes.

Todos aqueles quartos fizeram-me questionar uma coisa: se ele tem tantos quartos assim, por que ele me levou até o quarto dele? Justamente o dele?

Agora Você Me Conhece ||H.S||Onde histórias criam vida. Descubra agora