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Um dia antes de ir embora da unidade de NY eu já me sentia bem melhor, apenas estava uma dor suportável no ombro. Estava jantando quando Dr Hasting veio ao meu encontro e disse: O presidente da organização deseja falar com você, eu arregalei os olhos, em dez anos de serviços prestados e mais de 500 missões bem sucedidas o homem nunca pediu para falar comigo. Fiquei intrigado mas o segui até o que parecia uma sala de teleconferencia, tinha uma mesa oval de madeira no centro rodeada por 10 cadeiras giratórias de couro preto. Me acomodei na mais próxima da tela e esperei alguns minutos, de repente apareceu um homem de pele morena, com cabelos e olhos castanhos, sem barba e adotava uma expressão que eu não sabia decifrar. E aqueles olhos, tive a impressão de já ter visto aquele olhar em algum lugar. Após ficar me olhando durante vários segundos, finalmente ele falou: Dr Hasting me informou que você não poderá mais atuar nas missões.

-Isso mesmo Senhor, respondi.

Ele me olhou com cautela e disse: Saiba que não estou satisfeito em perder um dos meus melhores agentes, ainda mais por um descuido, mas como está com uma lesão que impossibilita sua participação direta nos casos, tenho uma proposta a lhe fazer.

Eu abrir a boca para lhe interromper quando ele levantou a mão pedindo para eu esperar. Aguardei e assim ele disse: Você sabe que agentes de campo só são dispensados mortos, inválidos ou aposentados o que não é seu casos, então, darei a sua dispensa se, seja lá o que for fazer da vida agora, continue me fornecendo informações a que tem acesso, sei que tem contatos importantes que lhe mantém informado. Confirmei que sim com a cabeça.

Então ele sumiu da tela sem se despedir fiquei sentado ali pensando no que eu faria quando fosse embora amanhã, não me lembro de fazer outra coisa da vida. Resolvi ir dormir, amanhã eu decidiria meu destino. Deitei, mas não tive um sono tranquilo, voltei as lembranças daquele olhar que a filha de Fernando Saviñon me deu, queria me recordar do seu rosto de forma precisa, mas não consegui, pois nas duas ocasiões que a vi eu estava fugindo e não tive tempo suficiente para gravar seus traços.

Acordei sobressaltado e ofegante, passei as mãos pelo cabelo e esperei minha respiração regularizar. Olhei no relógio e ele já marcava 7:00 da manhã, levantei fiz minha higiene matinal e me dirigi ao refeitório. Enquanto tomava meu café da manhã lia o jornal e logo na primeira capa em destaque eu vi algo que me chamou atenção, eu não precisei pensar duas vezes, eu já sabia o que eu iria fazer da minha vida.

DULCE

29 dias depois...

Amanhã a Mai vai embora e por mais que eu a ame sei que a partir de agora eu preciso me habituar a viver sozinha. Não vou negar que me diverti muito com ela, assistirmos todos os romances possíveis, tomamos muito sorvete, comemos muito brigadeiro e pipoca. Evitamos sair devido a iminente ameaça do assassino do meu pai aparecer, apesar de ter sido um mês tranquilo no qual nada aconteceu.

Nesse período eu amadureci muito, a experiência de ficar órfã acelerou um processo que já vinha sendo estabelecido dentro de mim. Eu me sentia mais forte e segura de mim, características que devem estar impressas em uma vice-presidente de uma grande corporação. Eu estava pronta para retornar ao trabalho.

Fui tirada dos meus pensamentos quando Maite falou: Quer café Dul? Respondi: Sim, obrigada.

Maite: Nem acredito que um mês passou tão rápido,não queria ir embora, falou fazendo bico.

Dulce: Eu sei Mai, eu também não queria que fosse- falei desanimada.

Maite: Hoje é meu último dia aqui Dul, nada de tristeza. Já sei, porque não fazemos algo divertido pela cidade? Mal saímos nesses dias, falou animada.

Dulce: Ótima ideia Mai, sei de algo que podemos fazer hoje

Maite: O quê?

Dulce: O que as mulheres fazem quando querem se sentirem renovadas?

Maite arregalou os olhos e falou surpresa: Dulce Maria, você está sugerindo o que eu estou pensando? O que você fez com minha amiga? foi abduzida? disse gargalhando.

Dulce: Não tem graça Mai, falei sorrindo. Estou sugerindo sim uma mudança de visual, não só do cabelo como também do estilo. Aliás o detetive Wesley sugeriu que seria uma boa ideia para despistar o assassino. E a verdade Mai é que também mudei e amadureci com toda essa situação e sinto que preciso de um visual que me de autoconfiança.

Maite: Eu te entendo Dul. Então vamos as comprar, ela falou batendo palminhas de excitação enquanto eu ria e revirava os olhos.


Tus ojosOnde histórias criam vida. Descubra agora