11 - Encontro Vondy

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CHRISTOPHER

Eu não poderia estar mais animado, enquanto eu dirigia a minha Ferrari vermelha pelas ruas de NY eu me sentia pronto para me tornar um homem de negócios. Depois de anos viajando de país em país eu finalmente iria me estabelecer em um lugar. As negociações com o senhor Lyle tinham ido bem na última semana, fiz uma proposta irrecusável, então ele não teve escolha a não ser aceitar. Entrei no estacionamento e coloquei na primeira vaga disponível que encontrei, pois quando olhei no relógio e eu já estava cinco minutos atrasado. Entrei no hall de forma apressada e me dirigi ao elevador, vi que a porta estava quase se fechando quando uma loira linda, com olhos grandes e azuis segurou a porta para mim e sorriu. Eu retribui o sorriso e disse: Obrigada Senhorita. Ela sorriu tímida e falou: por nada. Me dirigi para o fundo do elevador, antes dele subir uma outra pessoa adentrou, eu não levantei o olhar para ver quem era, pois estava muito concentrado reparando na bunda deliciosa da loira.

O elevador parou no segundo andar e mais pessoas entraram, deixando um pouco apertado o espaço. Acabaram atrapalhando a bela visão que eu tinha, logo não conseguia mais ver a loira, só ouvir sua voz, sem mais nada para fazer comecei a prestar atenção no que ela falava.

Ela cumprimentou alguém mas não deu para ver quem era, então eu só ouvi quando a mulher lhe falou: ...Cheguei na empresa e um idiota estacionou uma Ferrari vermelha bem na minha vaga fazendo eu me atrasar mais ainda, deve ser um desses playbozinhos exibidos...

Fiz uma careta e pensei, mas ela nem me conhece, porque ela acha que sou um playboy exibido?Deve ser com certeza daquelas nerds da contabilidade que só usam terninhos folgados e que eu nunca prestaria atenção.

Como se ela lesse meus pensamentos, acrescentou: Só pode ser Katie, quem vem trabalhar em um escritório com uma Ferrari vermelha? Um adolescente em um corpo de homem?

Agora já era demais, essa mulher havia passado dos limites, assim que eu assumir o controle da empresa vai ser a primeira que vou demitida. Tentei a todo custo ver quem era a mulher, mas não tive sucesso.

Então a ela falou mais uma vez e peguei uma parte interessante da conversa: O senhor Lyle me espera para uma reunião com o novo acionista majoritário da empresa e o idiota da Ferrari me atrasou mais ainda roubando minha vaga. Fiz uma careta, Pablo tinha uma reunião marcada comigo nesse horário, ele esqueceu ou confundi o dia e a hora. Olhei minha agenda no celular e descobri que não estava errado era isso mesmo. Acho que ele marcou a reunião conosco no mesmo horário, então me ocorreu uma ideia, eu iria constrange-la e irritá-la e queria ver como ela ia se comportar na frente do chefe.

Enquanto eu pensava em uma forma de fazer isso, a oportunidade veio, o elevador parou no 16° andar e todos saíram , exceto eu, a loira e a ... ruiva? Não sabia como classificá-la, tinha um cabelo pintado de um vermelho vivo, nossa ela era ousada e sexy, as mulheres nas empresas sempre tinham cabelos loiros, castanhos, pretos e até ruivos, mas nunca vermelho, era necessário uma dose de coragem e confiança para adotar essa cor no mundo corporativo. Fui descendo meus olhos pelo seu corpo, ela vestia um terninho verde de cor escura e uma saia que apesar de não ser curta evidenciava um belo par de pernas, a bunda então não tenho nem palavras para descrever o tanto que era deliciosa. Quase pude ouvi-la implorando para receber umas boas palmadas.

Como se sentisse que estava sendo observada ela se virou para me encarar, e eu pensei que não dava para ficar melhor, perdi o fôlego, ela era linda, tinha uma pele clara, traços finos, delicados e uns olhos castanhos expressivos, como se denunciassem o que se passa em sua alma. Senti um frio na espinha e fiquei com uma semi-ereção instantaneamente. Que merda é essa? Talvez ela tenha razão, sou um adolescente no corpo de um homem, não me lembro de ter ficado tão desconcertado por uma mulher em toda a minha vida. Mas ainda sim resolvi colocar meu plano em ação, enquanto ela me olhava com um semblante confuso, eu quebrei o silêncio: Olá prazer, eu sou o playboy exibido, adolescente preso em corpo de um homem. E não esqueça de acrescentar o idiota, falei dando uma piscadela. Fiquei com a mão suspensa para apertar a dela enquanto ela me olhava estarrecida.

Ela abriu a boca e fechou várias vezes procurando o que dizer, mas não conseguiu emitir nenhum som. Chegamos ao vigésimo andar, o elevador abriu e antes dela sair olhou pra mim e fez uma cara de reprovação. Pelo jeito, não estava arrependida de todos os adjetivos que tinha me dado.

Ela andou de modo apressado, os saltos ecoando no piso do prédio. Estou bem atrás dela, nem faço questão de passar a frente, pois estou tendo uma visão amplamente privilegiada daqui. Como se ela sentisse que eu a olhava, parou no meio do corredor se virou para mim e falou de forma rude: Está me seguindo?

Arquiei a sobrancelha e falei: O mundo não gira ao seu redor senhorita. Estou indo para uma reunião na sala no fim do corredor.

Então ela respondeu com um sorriso debochado: Impossível, essa é a sala do presidente da empresa, o senhor Lyle, tínhamos uma reunião marcada para iniciar as..., mirou o relógio e arregalou os olhos: Há 20 minutos atrás, disse ela com um gemido de frustração. Resolveu não discutir mais comigo e seguiu até a sala, ao chegar bateu na porta e esperou Pablo recebê-la, entrei logo em seguida e o Senhor Lyle me recebeu com um sorriso dizendo: Bom dia Sr. Uckermann, vejo que já conheceu a senhorita Espinosa, nossa vice-presidente. Logo acrescentou: Dulce, eu quero que conheça o novo sócio majoritário da corporação Lyle, Christopher Uckermann.

Olhei para ela e se encontrava pálida, com olhos arregalados, povavelmente não fazia ideia de quem eu era. Eu poderia provocar sua demissão imediata, mas algo nela me fascinava, então resolvi tortura- lá mais um pouco. Como ela não conseguiu falar nada, eu disse: Sim, vamos dizer que foi uma forma bem interessante como nos conhecemos. Acabei pegando a vaga dela de estacionamento então ela me chamou de... ela arregalou mais ainda os olhos e logo me interrompeu, estendeu a mão e disse: é um prazer Sr. Uckermann, Dulce Maria Espinosa.

Ucker: O prazer é todo meu senhorita Espinosa, falei pausadamente dando um sorriso presunçoso. Ela captou minhas intenções e me deu um olhar de reprovação enquanto Pablo estava distraído procurando o contrato para ser assinado.

Ela desviou o seu olhar e rabiscou a agenda fingindo escrever alguma coisa só para não ter que me encarar. Segurei o riso, e continuei a encará-la para ver quanto tempo ela aguentaria sem me olhar de volta. Tinha que admitir a desgraçada era boa em disfarçar ou não era afetada por mim, a primeira opção parecia mais viável pois era praticamente impossível resistir a mim, as mulheres fazem fila na minha porta. Essa mulher é um desafio e ela não sabe o quanto gosto de um, então uma certeza me atingiu.

Dulce Maria Espinosa ia ser minha, ela só ainda não sabia disso.

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