chapter 12

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Molly

Acordei com Henry lambendo o meu rosto, provavelmente queria ir até o jardim, levantei e saí do quarto com o cachorro ao meu lado. O andar de baixo estava vazio, provavelmente estavam dormindo, abri a porta dos fundos e Henry saiu animado.

Sentei na bancada da cozinha, observando o local iluminado pela luz natural, a mesa não estava posta, isso significa que Nana ainda não havia acordado.

"Esse povo não toma café?"

- Não acredito que você saiu da cama sem mim. - A voz grave de Jace sussurrou no meu ouvido causando um grande arrepio pelo corpo.

- Você tem demência? - Falei travando o maxilar tentando fingir compostura.

"O que foi isso?"

- Você fica engraçada quando fica tímida. - Ele falou rindo da situação.

- Você é chato. - Falei revirando os olhos.

- Eu vou caminhar. Você quer vir comigo? - Jace perguntou parando ao meu lado.

- Vamos. - Falei me rendendo ao pedido vendo que eu não teria nada de melhor para fazer.

- Hoje eu não vou carregar você. - Ele falou abrindo a porta e eu murmurei em protesto.

"Qual é!"

Andamos por alguns minutos em silêncio, acho que agora eu sei porque Jace gosta tanto de caminhar, é silencioso, calmo e pacífico, não tem as loucuras do dia a dia, estresse e nem pessoas dizendo o que você deve ou não fazer.

Paramos perto de um pequeno riacho, meu sorriso cresceu ao ver o lugar totalmente deslumbrante, a água cintilante com um fundo esverdeado como esmeralda, o baralho calmo da água e o cantarolar dos passarinhos.

"Eu viveria aqui para sempre."

- Nunca vi você sorrir assim. - Jace falou parando ao meu lado.

- Quando eu morava na Itália, a Sam e eu fazíamos trilhas quando ela me visitava nas férias, sempre brincávamos em um riacho que havia perto do lugar em que eu morava. - Falei sentando em uma grande pedra que havia perto do riacho e Jace sentou ao meu lado.

- Você sente falta? - Ele perguntou cruzando as pernas.

- Como assim? - Perguntei sem entender.

- Da sua vida na Itália. - Ele perguntou  direcionando seu olhar para mim.

- Todos os dias. - Falei olhando para água calma.

- Como era sua vida lá? - Ele perguntou franzindo o cenho.

- Minha família tinha uma vinícola em Varenna, os turistas sempre visitavam e eu sempre era a guia estrela que mostrava tudo. Tínhamos uma vida simples e feliz, meus pais tinham um amor genuíno e eu sempre falava que queria ser amada por alguém assim como a minha mãe era amada pelo pai. Todos os dias durante o entardecer meu pai e eu andávamos pelo vinhedo e ele insistia em tentar me ensinar francês. - Falei dando um sorriso engolindo o nó que já se formava na minha garganta.

ERROR | Jace Norman (Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora