TRIVIAL

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Aliferouz foi empurrado pelo pai, que estava com a mesma expressão facial fechada de sempre.
Fiquei um pouco preocupada com o modo como o pai agiu com o filho, mas o garoto logo se endireitou, disfarçando a brutalidade do pai.

Ele me olhou logo com uma expressão de "Estar tudo bem", antes que eu saísse do meu posto para ajudá-lo.
Como ele aceitou se submeter aos caprichos do pai novamente, eu me mantive firme, o observando sem poder ajudá-lo, já que o maior motivo de eu estar aqui era para vê-lo.

Aliferouz foi em direção a uma das duas últimas meninas loiras ali e pegou sua mão direita. Enquanto o pai o apresentava formalmente, o moço se juntou aos outros reis e casais ao lado das escadas. Seu pai soltou um resmungo raivoso pelo jovem não o ter esperado, mas a seleção não pararia por isso.

- Próximo, pretendentes de Roraxy, por favor, podem se posicionar. A rainha gesticulou.

Eu torcia lá, no fundo do meu coração, para que Graviel não fosse o próximo. Toda minha esperança já havia desvairado quando pegou a última menina loira pela mão direita e a guiou até o último lugar próximo às escadas.
Foi então que eu lutei com todas as minhas forças para adormecer qualquer ponta de sentimentos que eu poderia ter para com ele.
Eu fui fraca, como eu poderia deixar meu psicológico me pregar uma peça dessas? Nunca estive preocupada com ninguém daquela forma, isso era errado, e eu estava errada por vê-lo com tanto apreço e carinho, sendo que nossos reinos sempre foram rivais e eu não era nada e nunca poderia ser nada para ele.

Milhões de pensamentos se passaram por minha mente e eu voltei ao momento atual e a observar em volta, analisando a segurança como uma forma de me distrair e ainda, sim, escutava um pouco dos últimos passos daquela fase irritantemente longa.

- Bom, parece que cada um de vocês escolheu bem suas parceiras. A rainha sorriu. - Vamos começar realmente a primeira etapa. - O que acham de começarmos como o último? Sempre dizem que os últimos serão os primeiros algum dia. A Rainha Rubiana perguntou para os Reis, porém sabia que nenhum deles a questionaria e começou colocando humildemente a menina loira frente a Graviel ao meio de todos em um círculo de casais. - Comandante, Senhor Graviel, por favor, pode começar, pergunte o que quiser para a nossa doce jovem. A rainha se afastou um pouco após explicar ao jovem sobre como funcionava aquela fase.

- Qual seu nome? Ele começou com uma pergunta simples, olhando nos olhos.
Eu não queria olhar para o casal, o tom de voz do garoto me chamou a atenção.

- Briana, jovem senhor. A garota sorriu, tinha uma voz doce e eu nunca a havia ouvido antes.

Briana era delicada, esbelta, inteligente, doce, gentil, loira dos olhos azuis, talvez um pouco mais jovem que eu e uma protetora original de Uriel, uma coisa que eu nunca seria.

- Meu nome é Graviel. Aquilo era idiota, sendo que todos nós já tínhamos ouvido seu nome. Ela confirmou, balançando a cabeça com doçura, e meu estômago queimou.

- Gostaria de fazer alguma outra pergunta, senhor? A menina me pareceu perceber que Graviel estava enrolando.

Graviel fez questão de me procurar com os olhos onde eu estava antes de me distanciar, e depois de me encontrar, o encarando disfarçadamente pelo canto dos olhos, ele respirou fundo e concluiu.

- Se meu Reino estivesse em perigo, o que faria, senhorita Briana?

- Eu... - Eu arrumaria um jeito de ajudar, seja pelo governo ou por um acordo. A moça olhava fixamente para Graviel, que também tentava a olhar freneticamente.

- Sim, claro. Eu o observei, ele fixou o olhar fora da garota, como se já soubesse o que queria. - E se um estranho cidadão de Roraxy estivesse em perigo e somente você pudesse ajudar, o que faria?

Pelo Sangue da Besta (Saga Leviatã)Onde histórias criam vida. Descubra agora