- Como fez aquilo? Graviel se esquivou por cima da cama onde eu estava deitada, ele me olhava enquanto brincava com meu cabelo negro.
Uma mecha solitária e rebelde que havia caído longe quando me deitei apressada para ele não desconfiar que corri na sua frente para estar ali.
- Você... o que há em você.
- Por que fez aquilo? - Quem é você?Senti o seu peso sair da cama ao se levantar, passeando por toda a tenda em círculos, ia e vinha como se estivesse confuso.
Abri meus olhos devagar quando ele me deu as costas, mas os fechei quando ele se virou.- Por favor, me diga. Ele voltou à cama, mas uma vez, tão perto que poderia sentir sua respiração quente sobre meus cílios e o peso do seu corpo afundando o colchão de algodão.
Eu poderia jurar que sentia até mesmo seu olhar penetrante e ardente dos olhos negros em mim.Abri os olhos devagar, mas uma vez o olhando profundamente.
Desta vez, não estava com raiva ou ódio dele, eu estava ciente de que ele era importante para mim, não só naquele momento, mas sempre havia sido.E ele não saiu de onde estava, somente continuou ali, me observando.
Um pouco desconfortável, desviei meu olhar.- Olhe para mim! Ele ordenou, em um grito árduo.
- Zol. Uma voz feminina invadiu o ambiente e Graviel se levantou rápido da cama, arrumou suas roupas e se endireitou, olhando para a entrada da tenda.
Eu me levantei com ele, mas logo depois de uma mulher esquia entrar.
- Olá, meu amor. Ela sorriu, arrumando os cabelos amarelados e correndo para abraçar Graviel.
Ela parou no momento em que me viu.Pelo olhar dela, percebi que ela gostava dele.
Então, ela era sua noiva, Elina.- Olá, muito prazer em conhecê-la, deve ser Elina, noiva de... digo, Sir Zol.
Por um segundo, quase me deixei levar pelo nome, mas imaginar vê-lo com outro alguém me deixava arrasada, não poderia estragar meus planos, eu tinha que manter tudo como estava.
- Me desculpe, que modos. Eu sorri, depois de disfarçar meu silêncio.
- Eu me chamo Dama, Sir Zol está me mantendo sob seus cuidados por ordem do Líder, eu acho, seu pai...- Bom, não vou atrapalhar vocês.
Eu me curvei um pouco ao sair da tenda quanto antes para não deixar o clima ainda pior.Eu já havia passado por aquilo antes, seria como se Graviel se casasse de novo. Só que dessa vez, eu sabia o motivo de eu estar tão triste e furiosa.
Ele não sabia quem era ou onde estava, não me conhecia e também não conhecia seus sentimentos. Ele não era o mesmo.
- Pelos raios dos 7 planetas... - Pelas desgraças dos Reis eternos, pela morte de Zayla e Sailon juntas.
- Pela guerra de Satus, pelas feridas dos andarês. Eu andava em círculos, cuspindo todas as palavras ruins para a maldição de Elina ou até mesmo de Graviel.
Eu havia deixado tanto tempo se passar que não percebi tudo que construímos e vivemos.
Lágrimas teimosas escorreram e um choro seguido de dor se formou em minha garganta. O sentimento de sempre amar e não ser recíproco me tomou.
Uma voz bradou em minha mente e meu coração cortou bem mais que qualquer ferida já aberta, ele doeu.
A voz do próprio Graviel naquela caverna maldita.
Aquela mesma voz que me culpava por todos ali estarem em perigo, pelas desgraças deles e também pelo futuro dos reinos e planetas que agora estavam ameaçados.
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Pelo Sangue da Besta (Saga Leviatã)
FantezieLivro I - Saga Leviatã - O que você faz quando o coração diz sim, mas a mente diz não? O que você faz quando todos te abominam ou detestam, quando a sua vida se torna um apoio? Ela era apenas uma jovem decidida a não se comprometer, decidida a lutar...