Luara Arantes é uma mulher forte que enfrenta muitos desafios na vida, incluindo o preconceito de sua própria família. Com um filho pequeno para criar, ela encontra forças para enfrentar as dificuldades do dia a dia. Mas o destino reserva algo surpr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Não era momento para continuar com covardia, embora estivéssemos no local errado, sabia o que deveria ser feito. Aguardei a irmã de Luara sair do quarto com o nosso filho para que eu pudesse entrar no assunto que vinha evitando falar. O menino era nosso e não tiraria o título de mãe que ela tinha. Fechei novamente a porta e tentei controlar meu nervosismo. Não tinha outra saída, era necessário lhe contar toda a verdade.
— Josué, por que fechou a porta novamente?
Todas suas perguntas seriam respondidas, pensei. Enfiei as mãos nos bolsos da calça enquanto caminhava em sua direção. Eu sabia que o assunto precisava ter cautela, porém, quanto mais tempo passasse seria pior.
— Estou tão nervoso que mal consigo respirar. — confessei, sentando-me na beirada da cama do leito. — Juro que não vou te atacar. Não sou nenhum mau-caráter! Luara, eu deveria ter sido direto com você desde início, mas me acovardei...
Vi sua expressão mudar, logo em seguida, levei um soco no braço. Ela era imprevisível, não esperava aquela reação tão repentina.
— Melhor você ir embora enquanto pode!
Sim, ela disse em um tom de voz ameaçador. Franzi o cenho, querendo muito sair correndo, mas não podia, tinha que ir até o fim.
— Eu sou o pai do seu filho! E antes que diga qualquer coisa, saiba que nunca o rejeitei. Vitória, minha ex noiva, mãe biológica dele quis vingar-se de mim, livrando-se do garoto. Não se preocupe que não vou tirá-lo de você.
Toquei seu ombro esquerdo amigavelmente. Não sabia como agir depois de ter falado tudo que falei. Angustiado, forcei um sorriso forçado nos lábios.
— Você é o que, Josué? — rosnou, puxando meu cabelo com força e continuou. — Ele não tem pai! Você não pode estar falando sério!
Me senti como um boneco de pano sendo sacudido em cima da cama. Luara não tinha a maturidade que pensei ter. Ali eu percebi que se tivesse continuado com o plano anterior de conquistá-la, teria sérios problemas com sua personalidade forte.
— Cacete! Vai furar minha cabeça assim! Isso dói, sabia? — resmunguei, tentando tirar sua mão do meu cabelo, entretanto, foi em vão. Para uma jovem de estatura baixa tinha muita força. Como ela conseguia ter tanta força depois de ter passado mal? O que tinha naquele soro? Força extra?
— Isso é sério? Você é o pai dele? — perguntou, empurrando-me. Caí de quatro no chão ao lado da cama. Nem mesmo quando era criança passei por um constrangimento como aquele.
— Você sabe como deixar um homem de quatro por você... — zombei, enquanto levantava-me do chão. — É, sou o pai do seu filho! O garoto parece comigo. Pra alguém observadora, você não enxergou isso, não é mesmo? Em pensar que pensei que pudéssemos ser uma família. Essa ideia está descartada, não quero mais! Você é louca demais!
— Quem não te quer sou eu! Deixei claro todas as vezes! Você não faz meu tipo, branquelo! Não pense que vou acreditar que Lucas é seu filho, apenas porque diz ser!
— O DNA pode provar isso. — disse impaciente. — Não me faça repensar sobre a criação dele...
Admito, ainda estava bravo por conta do que ela havia me feito.
— Está me ameaçando? Eu tenho dado o melhor de mim durante anos. E do nada você surge dizendo ser o pai dele? Mesmo que seja verdade, você não tem direitos! Adotei legalmente ele. Meu filho não precisa de um pai! Quero que fique longe de nós dois, Josué!
— Sinto muito, mas não vou fazer isso! Lucas tem um pai e saiba que nos veremos muito senhorita Arantes! Surpresa? Sim, sei seu sobrenome! Entrarei judicialmente para ter o direito de conviver com ele. Sua reação foi a pior possível, acredito que não vai existir um acordo amigável entre nós. Não pense em sumir com o garoto porque irei localizá-los!
Eu não queria continuar com aquela conversa, portanto, saí feito trovão de lá. Meu coração batia forte. Era adrenalina. Quando finalmente cheguei até meu carro, decidi ligar para única pessoa em quem confiava. Alexandra atendeu a chamada de vídeo, jogando-se em sua cama espaçosa.
— O que houve? — questionou, bocejando. Embora soubesse que incomodava em horários inapropriados minha prima, precisava desabafar. Ela era o mais próximo de uma irmã que tinha. Sempre fomos cúmplices desde crianças de muitas coisas.
— Contei toda a verdade para Luara Arantes! Ela é uma maluca descontrolada, quase me deixou careca! — disse batendo com força no capô do carro. Que mulher irritante! Ela tinha conseguido acabar com o encanto todo que pensei existir nela. A mãe adotiva do meu filho é terrível!
— Primo, deveria ter contado desde o início. Então, quer dizer que a jovenzinha te deu um corretivo? — debochou rindo. — Quero conhecê-la, não é qualquer uma que faz um homem como você de otário! Minha nossa, ela é mesmo incrível...
— Ei! Cadê o apoio moral? Você deveria estar do meu lado e feliz! Agora ela sabe que sou o pai do filho dela! Não está vendo como estou? Não tem graça alguma, Alexandra! Eu não faço ideia do que aquela mulher pode fazer agora que sabe a verdade.
— Josué, o único culpado de tudo é você! Não me olhe assim, estou falando a verdade! Demorou muito tempo para ser direto com a mãe do seu filho. Tenho certeza que agora você a deixou assustada. Ela com certeza, te atacou por medo, isso mesmo, medo! Quem confiaria em um homem como você dizendo ser o pai de um filho que ela tem cuidado com tanto amor durante cinco anos? Luara é mãe, primo, e como uma mãe, apenas quer proteger o filho.
— Não vou separá-los, apesar dela ser uma maluca! Você sabe tudo que tenho sofrido durante cinco anos. Eu o quero na minha vida e na vida dos avós. Meus pais não falam comigo há anos. No entanto, não posso simplesmente chegar na casa deles e lhes contar que encontrei seu neto. Você os conhece, sabe que são capazes de tirar o garoto judicialmente de Luara e de mim. Não posso deixar isso acontecer. Sou capaz de cuidar dele sem a intromissão dos meus pais.
— Quero estar bem longe quando tia Lurdes souber do neto. — comentou, bufando. — Espero que você não tenha estragado tudo. Josué, me promete que se tudo sair do controle de vez, posso ir até onde você está? Talvez uma conversa comigo ajude a mãe do seu filho ser mais colaborativa.
Alexandra sempre me tirou dos piores problemas, mas aquele não era tão simples assim.
— Dessa vez não, o problema tem que ser resolvido entre ela e eu apenas. Você precisa ficar na empresa.
— Um final de semana não vai derrubar a empresa, primo. — insistiu.
— Espero não precisar de sua ajuda. — brinquei. — Mulheres juntas são um perigo.
— Não se preocupe, não falarei das suas amantes e do quanto indecente você é! O melhor que você faz é não envolver ela mesmo em sua armadilha de homem canalha. Não se atreva a dizer nada! Estou falando a verdade, você é o meu primo e o amo, mas você é um sem vergonha.
— A loucura passou, Alexandra! Quero nada com aquela mulher não! Não vale a pena, nem mesmo pelo meu filho...
Luara Arantes era proibida para mim, além de louca era muito imatura pra se tornar minha esposa. Queria do meu lado uma mulher segura e dona de si e não uma jovem que sequer terminou os estudos. Nunca antes me importei tanto com a educação de alguém, ela tinha mesmo me tirado do sério. Minha frustração era tanta que não sabia como conseguiria ficar frente a frente com ela sem causar uma discussão. No final de tudo, eu era o pai do filho dela, isso ela não poderia mudar, ela aceitaria de qualquer forma a minha convivência com ele.
(~ ̄▽ ̄)~
Falei que ia ter uma reviravolta. Josué resolveu chutar o balde. kkkk