Capítulo 26

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Muitas coisas aconteceram durante um mês

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Muitas coisas aconteceram durante um mês. Não pensei que fossemos viver todos em paz e ter uma convivência boa. Minha mãe tinha realmente mudado e estava orgulhoso dela. Meu pai que vinha agindo estranhamente, não sabia a razão dele ter comprado uma casa na praia, descobri por acaso, quando fui conversar com ele, pediu para que guardasse segredo. Mas por quê? Talvez ele me contasse em breve. Luara e eu nos mudamos definitivamente para a capital. Precisei arrumar outro lugar para morarmos com mais espaço. Nosso filho estava se adaptando bem à nova escola. A família da Lua não mandava notícias há quase duas semanas. Meus sogros eram muito cabeça dura e ainda insistiam que tínhamos que casar, juro que tentei e não foi pouco, mas ela não quis.

Eu queria preparar algo magnífico para o aniversário da minha namorada, no entanto, ela não queria qualquer festa que fosse, Alexandra sugeriu para que fizéssemos mesmo assim, mas neguei, pois sabia que ela ficaria brava comigo. Então preparei algo mais simples e familiar, comprei um bolo gostoso e coloquei alguns balões na sala de estar. Lucas ajudou do jeitinho dele, fez um presente com suas próprias mãos para mamãe. Ela estava trabalhando e aguardávamos ela em silêncio no escuro. No momento em que ela adentrou o apartamento acendi as luzes.

— Surpresa! — disse indo em sua direção e colocando em sua cabeça um chapéu de festa. — Não tinha como eu deixar passar esse momento. Imagino que sua família sequer telefonou, mas não precisamos falar disso agora, não é mesmo? Parabéns, Lua!

O uniforme simples de supermercado não tirava toda a beleza que ela esbanjava naturalmente. Logo convenceria ela de voltar para faculdade, ela merecia continuar com seu sonho que foi interrompido anteriormente, estaria ao seu lado para apoiá-la.

— Mamãe! Olha, eu mesmo fiz.... — Lucas disse todo orgulhoso entregando-a o desenho que fez. Estava curioso para saber o que ele tinha feito porque ele não me deixou dar uma olhadinha. Não entendia o porquê de tanto segredo em um desenho.

— Agora posso ver o desenho? — perguntei, pidão. Luara dobrou o desenho e negou com a cabeça. Ela tinha negado propositalmente para me irritar? Não sabia! — Por que não? Poxa, amor, estou curioso! Meu presente pra você está no bolso da minha calça...

Peguei a caixinha pequena e lhe entreguei. Tinha comprado um lindo colar para ela, de ouro com um pingente de coração. Ansioso por sua reação, abri um sorriso.

— Obrigada, Josué! — agradeceu me dando um abraço e um beijo na bochecha esquerda. Apenas isso! Por que não um beijinho na boca? Franzi a testa, decidido a ver o tal desenho que ninguém queria que eu visse.

— E o desenho? Quero dar uma olhadinha! — comentei, tentando tirá-lo de suas mãos. Ela esquivou-se de mim e recuou. Sua atitude me deixou ainda mais curioso.

— Nem pensar! — afirmou, enfiando o desenho na bolsa. Por que ela estava sendo tão malvada comigo daquele jeito? Queria dar uma olhadinha apenas nele...

— O papai, não pode saber? — questionou, cruzando os braços. — Mamãe, melhor contar pro papai!

Mas contar o quê? Desde quando eles tinham segredinhos? Estreitei os olhos fitando-o. Eu queria saber do que se tratava, aproximei-me dele.

— Me conta, filho. — falei bagunçando seus cabelos lhe arrancando uma gargalhada sapeca. — Sua mãe não vai me falar pelo visto...

Encarei Luara com muita desconfiança. Tudo era muito suspeito.

— Antes de qualquer coisa, saiba que pensei muito antes de tomar essa decisão. Juro que conversaria com você, porém, só depois de trazê-lo pra ser sincera.

Trazer quem? Olhei para os dois, que trocavam olhares mais do que suspeitos um com outro.

— Não estou entendendo. — disse o óbvio. — Vai trazer quem? Caramba, por que sou o último a saber? Agora me falem de uma vez o que é!

Exige um pouco exaltado. Eu deveria ser informado de visitas de seja lá quem fosse.

— O bolinha, papai. Ele está com a tia Alexandra... — o pequeno disse todo contente dando pulos. Respirei fundo e soltei o ar pela boca. Era um animal? Não esperava por isso!

— É um gato ou um cachorro? — perguntei. Não sabia onde colocaríamos um animal no apartamento. Com certeza, era um gatinho ou um cachorrinho pequeno, talvez não desse tanto trabalho assim, pensei.

— Melhor você sentar, Josué. — Luara disse dando um sorrisinho estilo Monalisa. Meu coração até acelerou.

Sentar pra quê? O que eles tinham aprontado pelas minhas costas? Senti um pouco de medo.

— Desembucha de uma vez! — resmunguei, ainda sentindo que teria um troço. — Que animal é?

Os dois voltaram a se olhar. Minha namorada aproximou-se de mim e tocou meu braço receoso. Depois dela respirar fundo soltou a bomba.

— Um porquinho...

Como um porquinho? Balancei a cabeça e me afastei dela. Eu realmente tinha ouvido direito?

— Um porco? Tá de brincadeira? — perguntei pra ter certeza. Era zoeira, claro que era! Onde colocaríamos um porco? Fiquei aflito. Comecei a suar frio e não foi pouco!

— Ele é tão fofinho, papai! Vamos ficar com ele, entendeu? O bolinha vai morar com a gente!

Lucas da maneira dele deixou claro que ficaríamos com o tal porco. O garoto tinha personalidade forte! Caralho, era um porco e não um gato ou um cachorro, e sim um porco!

— Onde vamos colocar um porco? — questionei, preocupado. Não morávamos em uma fazenda pra ter aquele tipo de animal.

— No quarto dele... — Lua disse na cara de pau. Realmente eles tinham pensado em tudo! Então o porco ficaria com um dos quartos! Aquilo era absurdo demais! Como minha prima pode apoiar uma coisa daquelas?

— Claro, no quarto dele. Comprou também as roupinhas e a mamadeira? Mamãe, Luara! — ironizei nervoso. — Não acredito que vamos ter um animal de estimação desses. Filho, por que não escolheu um gato ou um cachorro? Não sei o que vocês dois têm na cabeça!

Não seria fácil aceitar um porco em nossas vidas. A comemoração era pra ser surpresa e quem teve uma surpresa foi eu, uma bem desagradável. No que se transformaria nosso lar? Em um chiqueiro? Acreditava que sim.

Tudo Que Sinto No CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora