Saga: O Início I

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Gwangju, South Korea                   05

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Gwangju, South Korea
05.09.2020
02:48 AM

________ querida, olha pra mamãe huh? - Dizia minha mãe colocando as mãos uma de cada lado do meu rosto forçando-me a olhá-la. - Isso é só mais uma crise, vai passar tá? - Ela estava tentando me acalmar, sua voz era serena mas eu podia sentir suas mãos tremendo sobre minha pele.

O ar em meus pulmões era rarefeito, me sentia sufocada e meu corpo estava tão febril que era como se estivesse pegando fogo, eu queimava de dentro pra fora.
Estava encolhida no canto do quarto, enquanto abraçava minhas pernas na esperança de controlar a tremedeira, mas no fundo sabia que nada poderia me acalmar naquele momento.
Podia escutar meus batimentos cardíacos, a dor em meu peito deixava-me desesperada, com um indescritível medo de morrer.
Além de que a todo momento sentia fortes fisgadas em minha cabeça.

Meu corpo estava entrando em colapso.

Respiro fundo uma, duas, três vezes mas não consigo sentir qualquer mínima melhora e isso estava me deixando ainda mais agitada e agonizada.
Eu só posso estar enlouquecendo, sinto que vou morrer aqui e agora.

Essas crises vêm se tornando cada vez mais frequentes de um tempo pra cá, mesmo que eu continue tomando toda a medicação prescrita pelos médicos e indo as consultas que, se tornaram igualmente mais frequentes, é como se esses medicamentos não surgissem mais efeito nenhum em meu corpo, isso poderia explicar a frequência elevada dessas malditas crises.

Sempre tive a saúde bem debilitada, e quando pequena eu fui diagnosticada com inúmeros problemas, como alergias a incontáveis coisas e até mesmo problemas psicológicos; a síndrome do pânico era um deles. Não sei dizer exatamente quando as crises começaram mas sei que elas vêm me assombrando a muito tempo, tempo suficiente para eu cogitar a ideia de internação em uma clínica especializada.
Os sintomas eram inúmeros, como: Sudorese, tremores, dores no peito, parestesia, náuseas, palpitações e mais incontáveis outros. Sem contar as terríveis alucinações que eu sempre tenho.

Pequena respire fundo... - Disse meu pai que até o momento eu ainda não tinha notado a presença, se abaixando ao meu lado.

Não pai, eu imploro... - Já sabia o que estava por vir, no fundo sabia que implorar e espernear não adiantariam nada.

O mesmo segura em uma de suas mãos uma seringa, e com a sua outra mão livre ele levantava uma das mangas do meu pijama para que pudesse ter acesso.

Vai ficar tudo bem, você vai dormir e quando acordar tudo estará como deveria estar. - Não tive tempo de falar mais nada, ele rapidamente injetou todo o líquido em meu braço enquanto minha mãe me segurava para que eu não me debatesse.

Pai... Isso dói, por favor faz parar... - Chorava compulsivamente sentindo o líquido injetado queimar e se alastrar rapidamente por dentro das minha veias.

𝐃𝐞𝐬𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝐣𝐣𝐤-𝐤𝐭𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora