Seoul, South Korea
17.03.2020
19:42 PMMaçante. Eu já deveria estar acostumada a frequentar esse lugar, o clima e o ambiente eram sempre os mesmos, eu decorei cada detalhe que por muitas vezes passam despercebidos por grande parte das pessoas; as paredes, o porcelanato do chão e a decoração caiados de branco eram tão assustadoramente inalterados e vazios, no entanto um vasinho com uma única e delicada dália jazia detrás do balcão da senhorita Oh, a recepcionista de meia idade que estava sempre mascando um chiclete de hortelã.
Há alguns anos atrás, ela havia me dito que achava tudo muito "sem vida", decidiu então comprar uma flor para que nos seus piores dias pudesse olhar para ela e lembrar-se de que ainda era um ser humano, de carne e osso, não um robô movido com o único objetivo de trabalhar até a morte.
Uma das lâmpadas da recepção estava queimada já faziam uns três anos. Eu até avisei o Kenny - zelador do prédio - mas ele disse que enquanto não mandassem ele trocar, ele apenas fingiria nunca ter visto. Acho que todos aqui estão sempre muito ocupados para reparar nisso.
— Querida, se você continuar roendo suas unhas desse jeito, em breve você não terá mais unhas para roer. - Movimentava minhas pernas freneticamente, e não pude deixar de notar o quão engraçada era a pose que fazia a modelo na capa da revista em que minha mãe folheava. — E seu pai já lhe falou que é falta de higiene, não leve a mão até a boca se você não lavou ela antes.
— A senhora acha que ele vai demorar? Eu marquei de ir ao caraoquê com a Ji e o Tae mais tarde. - Estávamos esperando já faziam mais de uma hora.
— Espere mais um pouco, não seja impaciente.
Fumeguei e peguei um dos folhetos informativos que estavam dentro do revisteiro.
"(LPBA)
LABORATÓRIO DE PESQUISAS BIOLÓGICAS APOLLON"Esse é o laboratório em que o meu pai trabalha, bem como também é o lugar em que eu sou tratada e faço meu acompanhamento psicológico.
Quando eu era menor meus pais me levaram à diversos médicos e especialistas, contudo nenhum deles sabia dizer ao certo o que eu tinha. Eram sempre especulações que depois de baterias de exames não davam em nada.
Foi aí que eles acharam a LPBA. Nesse lugar descobriram um vírus presente em meu organismo; no qual é responsável por um grande espectro de manifestações clínicas.
Meu pai conseguiu um emprego aqui, já que era geneticista, e graças a isso meu estado clínico não é tão precário como deveria ser.
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𝐃𝐞𝐬𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝐣𝐣𝐤-𝐤𝐭𝐡
FanfictionO ano é 2023, já se passaram três anos desde que um vírus semelhante a raiva conseguiu exterminar mais da metade da raça humana, transformando aqueles que foram infectados em mortos-vivos, ou como são mais conhecidos: "andarilhos". Ao acordar de um...