Saga: O Início II

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Gwangju, South Korea      ??:??

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Gwangju, South Korea
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A queimação em meus pulmões se intensifica cada vez em que eu puxo o ar.

Me esforço para abrir meus olhos e um clarão invade, fazendo com que eu os feche novamente.
Inspiro e expiro lentamente, em seguida me obrigando à abri-los outra vez. Minha visão está turva, e meus olhos não param de lacrimejar.
Quando enfim consigo abri-los e minha visão foca é difícil distinguir onde eu estou exatamente.

O lugar mais parece uma sala hospitalar.

As paredes são todas exageradamente brancas, assim como o porcelanato do chão. A sala não tem nenhuma janela ou saída de ar, exceto por uma porta de madeira localizada no canto esquerdo.
O cheiro forte de naftalina e mofo entra pelas minhas narinas causando um rebuliço em meu estômago.
A escuridão só não dominou completamente o lugar, graças a uma lâmpada que está logo acima de mim.
Estou deitada sobre o que parece ser uma maca que já está levemente enferrujada.

Tento reunir todas as minhas forças para impulsionar meu corpo, logo conseguindo ficar sentada.
Tudo parece girar, mas depois de alguns minutos encarando um ponto fixo no quarto consigo enfim controlar a tontura.

Olho ao redor finalmente podendo enxergar com mais clareza. Havia um balcão com alguns jalecos, e logo acima dele fixadas à parede algumas prateleiras onde ficavam o que pareciam ser remédios, e até mesmo algumas pastas de arquivos.

Alguns segundos se passam enquanto eu ainda tento digerir tudo, continuo forçando minha mente a lembra de algo no entanto nada vem.

Nenhuma memória.

Nenhum sinal do que possivelmente aconteceu.

É tudo um imenso e perturbador vazio.

[...]

Gwangju, South Korea
02.10.2020
18:53 PM

— ... Por isso é necessário entender que, a Revolução Russa impulsionou a modernização de toda a União Soviética. Então como vocês já devem imaginar tudo isso não aconteceu exatamente da noite para o dia! Haviam... - O professor de história falava incessantemente desde que colocou os pés para dentro da sala de aula.

Os alunos já não aguentavam mais toda aquela faladeira.
Nada contra o professor ou a matéria em si, pois na realidade sempre foi uma das minhas preferidas. Mas convenhamos que, sendo a última aula de uma sexta-feira após dois longos tempos tagarelando sobre a Revolução Russa, ninguém em nosso lugar aguentaria mais.

Olho para o lado e vejo que a Ji Yoo já está em uma batalha quase perdida para o sono. Ela apoia seu rosto em ambas as mãos, o canto da sua boca brilha levemente por causa da baba, e se a aula durar mais dois minutos tenho certeza que ela começará a roncar igual um trator.

𝐃𝐞𝐬𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝐣𝐣𝐤-𝐤𝐭𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora