O ano é 2023, já se passaram três anos desde que um vírus semelhante a raiva conseguiu exterminar mais da metade da raça humana, transformando aqueles que foram infectados em mortos-vivos, ou como são mais conhecidos: "andarilhos".
Ao acordar de um...
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*Min Ji Yoo da capa meramente ilustrativa*
Gwangju, South Korea ??:??
Atordoada.
Não consigo mexer um músculo sequer, muito menos tenho forças para abrir meus olhos.
Meu corpo inteiro dói como se um caminhão tivesse passado por cima, e uma dor muito pior se faz presente na minha cabeça, tanto que penso que a qualquer momento ela poderá explodir.
Minha barriga revira, e o gosto amargo de bile toma conta da minha boca. Sinto uma ânsia de vômito muito forte que a cada segundo piora mais, tento reunir todas as minhas forças mas não passam de tentativas em vão. E mesmo com os olhos fechados fico tonta e sinto tudo girando em uma velocidade absurda.
Escuto de longe vozes desconexas, não consigo reconhecer nenhuma delas e palavra alguma faz sentido. Pra ser honesta até agora coisa alguma está fazendo sentido, eu não consigo me lembrar de praticamente nada e os poucos fragmentos de memórias que tenho estão em uma briga para conseguirem se organizar o que faz a dor em minha cabeça aumentar, se é que isso é possível.
—...Não vai demorar muito para que tudo esteja pronto... – Consigo escutar uma voz feminina, a mesma parecia longínqua dificultando meu entendimento, por mais que tente não consigo reconhecê-la. –...Tem certeza de que você tem tudo sob controle?...– Agora a dona da voz parecia estar mais próxima, mesmo que sua voz continuasse abafada.
— Você não precisa se preocupar...- Uma voz masculina se faz presente no ambiente, tal voz me soa familiar mas não consigo identificar à quem ela pertence. - Surgiram alguns imprevistos mas conseguimos retomar o controle da situação e creio eu que...- Não consigo mais escutar nada, os acontecimentos a seguir aconteceram rápido demais.
A dor em minha cabeça se intensifica, chega a ser insuportável. Sinto algo quente escorrer pelas minhas bochechas incessantemente. Um zunido alto pode ser ouvido prestes a estourar meus tímpanos. E antes que eu possa raciocinar...
Apago.
[...]
08-09-2020 07:48 AM
— Qual é Athena, vamos lá! Prometo que você não vai se arrepender. – A ruiva à minha frente fazia uma cara de cachorro abandonado, enquanto segurava minhas duas mãos tentando me convencer de que eu precisava ir à - como dizia ela - "festa do ano".
— Eu não tenho tempo para isso, você sabe. As provas finais estão se aproximando, e eu preciso estudar. – Tentava fazer a garota mudar de ideia mas nada parecia convencê-la. – Aconselho você a fazer o mesmo. – Ela cruzou os braços e sua cara se transformou em uma carranca. Já sabia onde essa história ia me levar, a mesma iria passar o dia todo tentando me fazer convencer a ir.
