Gwangju, South Korea
14.10.2023
10:17 AMOlho para Hoseok bem a tempo de ver um andarilho pular em cima dele o derrubando no chão, e então subitamente um outro se arremessa para cima de mim. Caímos rolando no asfalto, com ele por cima tentando violentamente me morder fazendo movimentos bruscos. Não importa o quanto eu tente afastá-lo, ele é mais forte. Coloco as mãos em seu pescoço fazendo o possível para mantê-lo longe, mas mesmo assim ele continua muito perto, mais alguns centímetros e ele conseguirá me morder.
O monstro sibila alto próximo ao meu rosto e seu hálito quente faz o fedor ficar insuportável, enquanto ele continua jogando todo o peso do seu corpo para cima de mim.
Ouço vários disparos e desvio minha atenção por um instante podendo ver Hoseok efetuar uma série de tiros acertando na cabeça do andarilho que o atacava. Enquanto isso o resto do pessoal matava qualquer morto-vivo que se aproximasse. Eles vinham e vinham. Sem parar. Eram muitos.Forço ainda mais meus dedos afundando-os em seu pescoço e vejo o sangue escorrer pelo meu braço, gotejando no chão e em minha roupa. Sinto náuseas, mas me seguro.
Ouço um barulho estridente de metal caindo ao meu lado, era um machado. Não me dou ao trabalho de saber quem jogou, apenas o pego de uma vez e acerto em cheio na cabeça do andarilho que urra agonizado caindo ao meu lado. Morto. Eu o matei. Matei. Isso é inacreditável.Me levanto afoita, e todos continuavam lutando porém dessa vez com um número menor de andarilhos. Vários corpos estão espalhados pelo chão, o sangue vermelho enegrecido escorre manchando o asfalto.
Quando estou prestes a correr sinto alguém agarrar meu pé. Era ele, o andarilho com um machado na cabeça. Ótimo, parece que eu não o matei afinal de contas.
Ele me puxa com força e eu caio de barriga no chão. O baque faz com que eu fique sem fôlego, puxo o máximo de ar possível mas cada vez que respiro sinto como se meus pulmões estivessem sendo rasgados.
Tento me virar mas ele está prendendo minhas pernas. Me debato e consigo livrar uma delas do aperto, e com ela acerto-lhe um chute na cara. Inacreditavelmente ele não parece sentir dor, era como se eu o tivesse feito cócegas.De repente um esguicho de sangue jorra da cabeça do andarilho, e então ele para de lutar instantaneamente. O chuto uma última vez terminando de derruba-lo no chão. Agora ele está morto.
Meu coração continua disparado, penso em ficar deitada aqui para sempre recuperando o fôlego, meu corpo necessita de um descanso eterno. Não estou falando de morte, apenas de descanso.
Todos estão ofegantes, por pouco não viramos café da manhã. Alguém estende a mão e aceito sem pestanejar a ajuda para me levantar, e assim que fico de pé posso ver quem foi que atirou no andarilho. Era Jungkook.
Quando estou prestes a agradeço-lo o alarme de um dos carros dispara, e então logo depois passos rápidos podem ser ouvidos também. Nos entreolhamos, todos já sabiam o que estava por vir.
Vamos nos afastando cautelosamente, preparados para correr.— Corram, agora! - Woojin grita e todos disparam na direção oposta da que os andarilhos estavam vindo.
Ouço mais disparos ensurdecedores, todos estão atirando e correndo pelas suas vidas. Olho para trás e vejo um mar deles vindo até nós.
E então os tiros começam a cessar, olho para o lado e escuto Jungkook praguejar, assim como os outros. Eles estavam ficando sem munição. Jiwoo recarrega e dispara de forma certeira suas últimas munições. Enquanto isso eu estou completamente vulnerável, não tenho ideia de para onde ir ou o que fazer, mas continuo a correr sem parar nem por um segundo sequer. Chegamos a uma floresta, que reconheço ser a entrada do parque, e percebo que todos começaram a se dissipar indo em direções diferentes.
Tudo que ouço agora é um zunido, Jungkook parece falar alguma coisa mas não consigo compreender.
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𝐃𝐞𝐬𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝐣𝐣𝐤-𝐤𝐭𝐡
FanfictionO ano é 2023, já se passaram três anos desde que um vírus semelhante a raiva conseguiu exterminar mais da metade da raça humana, transformando aqueles que foram infectados em mortos-vivos, ou como são mais conhecidos: "andarilhos". Ao acordar de um...