Doze

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Eu nunca fui muito de acreditar no amor.

É claro que os acontecimentos que marcaram a minha vida, contribuíram muito para isso. A desilusão amorosa do meu pai e o meu único relacionamento sério que foi extremamente abusivo, por exemplo. Mas por incrível que possa parecer, eu amava os filmes de comédia romântica. Ficava me perguntando se de alguma forma, aquele "amor" que era tratado na ficção, existia de verdade. E olhando para Tom, que ansiava por uma resposta minha do outro lado da mesa, eu tive a resposta.

Caramba, esse amor realmente existia! E ele era capaz de fazer tanta coisa com a gente. Tanta coisa.

Capaz de fazer o meu coração explodir de tanto bater forte contra o meu peito, de deixar minha boca seca, como se eu estivesse em um deserto por vários dias, de fazer meu estômago revirar por inteiro, parecendo um carrossel.

Um carrossel de emoções.

— Isa? - a voz do Tom me traz de volta a realidade.

Abro a boca, totalmente desnorteada, tentando formular uma frase que não vem.

— Uau, e-eu... eu não esperava por isso. - eu digo, soltando o ar que estava preso em meu peito.

Muito bem, Isabela! Ótimo!

Burra!

Ele se inclina para frente, observando meu rosto. Em seguida, ele volta a se recostar na cadeira e solta uma risada triste.

— Eu sou um idiota, não é?

— Não! Claro que não! Por que você diz isso?

— Porque dá pra ver que você não parece à vontade com essa situação. - ele diz, e seu olhar era uma mistura de tristeza com constrangimento.

Você é o cara que eu eu amo, pra quem eu jamais confessaria, lembra? - eu digo, olhando em seus olhos. Ele me encara surpreso, com um meio sorriso no rosto.

O mesmo meio sorriso.

— E não é mais fácil dizer "Tom, eu te amo?" - ele ri.

Eu respiro fundo, tomando coragem. Coragem para finalmente falar com todas as letras.

— Tom, eu te amo. - eu digo, sentindo um peso que eu carregava por muito tempo desaparecer. Ele me encara um tanto surpreso, e vejo que ele não estava esperando por isso. — Eu sempre te amei, mas o orgulho nunca me deixou confessar. Mas ao mesmo tempo, eu fico confusa. Hoje você está aqui se declarando pra mim, mas amanhã você está em uma casa de praia com a sua ex. Uma ex que você sequer teve coragem de mencionar sobre a existência dela comigo.

— Eu sei, eu... - ele abaixa a cabeça por um momento, antes de voltar a me encarar de novo. — Daisy foi minha namorada por bastante tempo, fez parte de grandes momentos da minha vida, mas não deu certo. Acabou, Isa. Ela é apenas uma amiga. - seu olhar era sincero.

— Ela não quer ser só sua amiga, isso ficou muito claro pra mim. E não só pra mim.

Ele se inclina na minha direção mais uma vez, e segura a minha mão em cima da mesa acariciando meus dedos.

— Daisy é passado. Você é o presente, e o meu futuro. - ele aperta ainda mais a minha mão. — Acredite em mim.

A garçom volta à mesa interrompendo o momento, Tom abandona a minha mão, voltando a se recostar na cadeira, sem quebrar o contato visual comigo. O garçom abre a garrafa com todo um cuidado profissional, mas no final das contas eu estava achando ele lento demais. Ele serve uma taça de vinho só para mim, em seguida serve a água que Tom havia pedido e pedindo licença, ele se retira da mesa.

Afraid To Love You | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora