• Capítulo quarenta e sete •

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Imperatriz narrando....

Me deito na cama e o meu pai deita comigo me puxando pro peito dele e acariciando o meu cabelo. Ele me fazia isso quando criança e eu ficava doente, essa sensação de estar nos braços dele me trás uma onda de djavú.

O que tá acontecendo filha?

— Pai eu posso ficar qui na sede? Cuidando das coisas daqui? Eu sei que as meninas dão conta lá no morro e... — Ele se senta me encarando.

— Me conta o que tá acontecendo Mirian, e aí eu penso no seu caso — Ri de lado e eu reviro os olhos — Não revire os olhos pra mim Mirian.

— Eu tô grávida pai — Ele para por um tempo e me encara, e começa a chorar me fazendo ficar em choque.

— Caralho eu vou ser vovô, eu sou muito novo pra isso Mirian — Ele ri e corre até a janela — EU VOU SER AVÓ CARALHO — Grita e eu vou até ele.

— Pai, calma, calma aê só o senhor o tio grego e a pequena sabe — Ele me encara — E eu quero que continue assim.

— Não tô entendendo esse papo Mirian.

— Pai, eu eu...

E porque o Tizil vai ter outro filho né? Porque a Patrícia tá grávida e isso? — Ele vem até mim e me abraça e a gente deita na cama — Quando sua mãe descobriu da gravidez, eu não estava com ela, muito pelo contrário, estava com uma mina que era considerada marmita do morro — Ele ri e eu abraço ele forte, meu pai tinha um cheiro bom, faz me lembrar quando eu era pequena e tinha medo dos trovões, que ele se deitava comigo até eu dormir.

— A mãe era do tipo que surtava por causa disso? — Ele ri.

Pra falar a verdade não, ela era daquelas desapegada, que fingia que não se importava, adorava fazer bandido de otário, eu ficava maluco, a gente brigava feio por causa disso, era feio pra caralho, sem brincadeira tua mãe era braba — dou uma risada alta.

Ele para de rir e fica quieto por um tempo.

Não importa o que você decidir filha, eu vou tá aqui do teu lado, só que acho que o Tizil merece saber a verdade.

— Talvez eu conte, ou talvez não — Meu pai fecha a cara — Não tô preparada pra isso ainda.

— Vou te falar mais nada viu imperatriz — Respira fundo — Meu Deus eu vou ser avó — Começa a rir todo bobo.

— E eu mamãe eeeeh — Digo um pouco sem graça e ele me encara sério.

— Seus pensamentos vão mudar assim que você pegar essa criança no colo você vai ver, anota meu papo — O celular dele começou a tocar e ele atendeu — Eu tenho que ir filha, amanhã eu vou pedir pro perigo te entregar as coisas do FPD, vou aliviar tua barra deixando você aqui — ele ri e da um beijo na minha testa, e sai do quarto.

Me sento na cama, e olho através da janela, Podemos permitir que as coisas ruins que aconteceram conosco definam quem somos. Ou podemos apenas definir quem somos.

Eu vou ser mãe e a ideia me assusta, mais eu vou ser, e eu não sei se vou conseguir sozinha eu não sei se isso e pra mim.

Alguma coisa me atormentava, eu estava sentindo um aperto no peito, uma coisa ruim me atingia, e vinha pontadas de dor na minha cabeça.

Me sentei na minha antiga escrivaninha e dei uma olhada ao redor dando um sorriso de lado, essa casa e aonde eu tenho as minha melhores lembranças, não sei o que eu faria sem o meu pai.

O pressentimento ruim continuava ali, e eu puxei um caderno velho que tinha ali e procurei uma folha limpa e comecei a escrever a primeira coisa que me veio na mente.

Eu não sabia o que estava acontecendo e porque disso, muito menos o que aquelas palavras queria dizer, mais tinha uma coisa muito errada acontecendo ou iria acontecer e eu estava sentindo.

Terminei de escrever e peguei uma caixinha em cima do guarda roupa, tirei o cordão que minha mãe me deu e coloquei na mesma junto com o papel onde eu tinha acabado de escrever, coloquei um fita amarela e fiz um laço, não sei o que estava acontecendo, mais eu tinha que fazer aquilo.

Peguei uma caneta e um cartãozinho e coloquei "Hope 16" colando na Caixa e saindo do meu quarto indo pro do meu pai.

Abro a porta vendo o quarto uma verdadeira bagunça, reviro os olhos, claro que vai tá bagunçado meu pai não muda nunca.

Caminho até armariozinho pequeno que tinha no canto e puxo ele pro lado dando a visão do cofre do meu pai, coloco a data de nascimento da minha mãe e a porta se abre, coloco a caixa no cofre e fecho o mesmo me sentando na cama.

Aquele pressentimento ruim me toma e eu começo a chorar, o que tá acontecendo comigo em?

— PROCURO UMA TAL DE IMPERATRIZ?! — alguém grita lá em baixo eu reviro os olhos, era pra vir amanhã.

Me arrasto da cama e desço as escadas encontrando ele parado no batente da porta sorrindo de alguma coisa que via no celular.

— Nossa garota você tá horrível — Mostro dedo do meio pra ele e pego a papelada que tava na mão dele.

— Isso aqui tá uma bagunça — Olho tudo fora de ordem, não estava entendendo nada.

— Foda-se — Guarda o celular no bolso e me encara, era o que me faltava viu.

— Desculpa, quem e você?

— Tato, sou filho do perigo — Diz e eu reviro os olhos.

— E desinformado também — Digo e subo as escadas indo pro cômodo que meu pai fazia de escritório improvisado e ele vem atrás.

Comequie?

— Escuta garoto o que você quer em? — Ele da de ombros e se joga no sofá do escritório, reviro os olhos e pego umas pastas pra organizar aquilo tudo.

Layla Torres 23 anos

Tales Salles 25 anos (Tato)

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Tales Salles 25 anos (Tato).

Tales Salles 25 anos (Tato)

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Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Onde histórias criam vida. Descubra agora