Imperatriz narrando....
Me deito na cama e o meu pai deita comigo me puxando pro peito dele e acariciando o meu cabelo. Ele me fazia isso quando criança e eu ficava doente, essa sensação de estar nos braços dele me trás uma onda de djavú.
— O que tá acontecendo filha?
— Pai eu posso ficar qui na sede? Cuidando das coisas daqui? Eu sei que as meninas dão conta lá no morro e... — Ele se senta me encarando.
— Me conta o que tá acontecendo Mirian, e aí eu penso no seu caso — Ri de lado e eu reviro os olhos — Não revire os olhos pra mim Mirian.
— Eu tô grávida pai — Ele para por um tempo e me encara, e começa a chorar me fazendo ficar em choque.
— Caralho eu vou ser vovô, eu sou muito novo pra isso Mirian — Ele ri e corre até a janela — EU VOU SER AVÓ CARALHO — Grita e eu vou até ele.
— Pai, calma, calma aê só o senhor o tio grego e a pequena sabe — Ele me encara — E eu quero que continue assim.
— Não tô entendendo esse papo Mirian.
— Pai, eu eu...
— E porque o Tizil vai ter outro filho né? Porque a Patrícia tá grávida e isso? — Ele vem até mim e me abraça e a gente deita na cama — Quando sua mãe descobriu da gravidez, eu não estava com ela, muito pelo contrário, estava com uma mina que era considerada marmita do morro — Ele ri e eu abraço ele forte, meu pai tinha um cheiro bom, faz me lembrar quando eu era pequena e tinha medo dos trovões, que ele se deitava comigo até eu dormir.
— A mãe era do tipo que surtava por causa disso? — Ele ri.
— Pra falar a verdade não, ela era daquelas desapegada, que fingia que não se importava, adorava fazer bandido de otário, eu ficava maluco, a gente brigava feio por causa disso, era feio pra caralho, sem brincadeira tua mãe era braba — dou uma risada alta.
Ele para de rir e fica quieto por um tempo.
— Não importa o que você decidir filha, eu vou tá aqui do teu lado, só que acho que o Tizil merece saber a verdade.
— Talvez eu conte, ou talvez não — Meu pai fecha a cara — Não tô preparada pra isso ainda.
— Vou te falar mais nada viu imperatriz — Respira fundo — Meu Deus eu vou ser avó — Começa a rir todo bobo.
— E eu mamãe eeeeh — Digo um pouco sem graça e ele me encara sério.
— Seus pensamentos vão mudar assim que você pegar essa criança no colo você vai ver, anota meu papo — O celular dele começou a tocar e ele atendeu — Eu tenho que ir filha, amanhã eu vou pedir pro perigo te entregar as coisas do FPD, vou aliviar tua barra deixando você aqui — ele ri e da um beijo na minha testa, e sai do quarto.
Me sento na cama, e olho através da janela, Podemos permitir que as coisas ruins que aconteceram conosco definam quem somos. Ou podemos apenas definir quem somos.
Eu vou ser mãe e a ideia me assusta, mais eu vou ser, e eu não sei se vou conseguir sozinha eu não sei se isso e pra mim.
Alguma coisa me atormentava, eu estava sentindo um aperto no peito, uma coisa ruim me atingia, e vinha pontadas de dor na minha cabeça.
Me sentei na minha antiga escrivaninha e dei uma olhada ao redor dando um sorriso de lado, essa casa e aonde eu tenho as minha melhores lembranças, não sei o que eu faria sem o meu pai.
O pressentimento ruim continuava ali, e eu puxei um caderno velho que tinha ali e procurei uma folha limpa e comecei a escrever a primeira coisa que me veio na mente.
Eu não sabia o que estava acontecendo e porque disso, muito menos o que aquelas palavras queria dizer, mais tinha uma coisa muito errada acontecendo ou iria acontecer e eu estava sentindo.
Terminei de escrever e peguei uma caixinha em cima do guarda roupa, tirei o cordão que minha mãe me deu e coloquei na mesma junto com o papel onde eu tinha acabado de escrever, coloquei um fita amarela e fiz um laço, não sei o que estava acontecendo, mais eu tinha que fazer aquilo.
Peguei uma caneta e um cartãozinho e coloquei "Hope 16" colando na Caixa e saindo do meu quarto indo pro do meu pai.
Abro a porta vendo o quarto uma verdadeira bagunça, reviro os olhos, claro que vai tá bagunçado meu pai não muda nunca.
Caminho até armariozinho pequeno que tinha no canto e puxo ele pro lado dando a visão do cofre do meu pai, coloco a data de nascimento da minha mãe e a porta se abre, coloco a caixa no cofre e fecho o mesmo me sentando na cama.
Aquele pressentimento ruim me toma e eu começo a chorar, o que tá acontecendo comigo em?
— PROCURO UMA TAL DE IMPERATRIZ?! — alguém grita lá em baixo eu reviro os olhos, era pra vir amanhã.
Me arrasto da cama e desço as escadas encontrando ele parado no batente da porta sorrindo de alguma coisa que via no celular.
— Nossa garota você tá horrível — Mostro dedo do meio pra ele e pego a papelada que tava na mão dele.
— Isso aqui tá uma bagunça — Olho tudo fora de ordem, não estava entendendo nada.
— Foda-se — Guarda o celular no bolso e me encara, era o que me faltava viu.
— Desculpa, quem e você?
— Tato, sou filho do perigo — Diz e eu reviro os olhos.
— E desinformado também — Digo e subo as escadas indo pro cômodo que meu pai fazia de escritório improvisado e ele vem atrás.
— Comequie?
— Escuta garoto o que você quer em? — Ele da de ombros e se joga no sofá do escritório, reviro os olhos e pego umas pastas pra organizar aquilo tudo.
Layla Torres 23 anos
Tales Salles 25 anos (Tato).
Continua
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Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1
Novela Juvenil📍𝑭𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒄𝒊𝒏𝒉𝒂 - 𝑹𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑱𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒐 Entre tiros trocados e vidas em risco, entre choros de inocentes e mortes de culpados, e escolhas desumanas, perdas e ganhas, amigos de verdade e lobos em pele de cordeiro eu nasci. No...