• Capitulo vinte e três •

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Acordo com o sol batendo no meu rosto e me levanto no susto lembrando do que aconteceu na noite passada.

— Puta que pariu — Me sento na cama vendo meu corpo todo nu, em um quarto ao qual eu nunca tinha visto ainda, passo as mãos no rosto, respirando fundo, só faço merda viu. Sabia que uma hora isso iria acontecer, mais não tão cedo assim, e não nessa intensidade, isso tudo está me confundindo tanto.

 Já acordada? — Levanto meu rosto vendo o mesmo encostado no batente da porta sem camisa com um copo de café me encarando, reviro os olhos e puxo o lençol — Não adianta esconder eu já vi mesmo — bufo me levantando pelada e indo pro banheiro, e vejo ele vindo atrás colocando o copo no armário que tinha ali e encostando no batente da porta do banheiro e cruzando os braços — tem escova na segunda gaveta.

Abro a mesma e pego escovando os dentes ainda com o olhar dele sobre mim, ou melhor sobre o meu corpo, termino de escovar os dentes e vou até o box do banheiro, ligando o chuveiro e fecho os olhos sentindo a água quente sobre o meu corpo, e logo depois um braço sobre mim, bufo abrindo os olhos e vejo o Tizil com a cara mais lavada do mundo me encarando.

— Coe?? — Ele ri alto e me puxa pra um beijo rápido parando com selinhos, e encosto minha cabeça no ombro do mesmo.

— Já falou com o seu pai sobre o Bagulho da tua Irmã? — Já tinha até me esquecido disso, respiro fundo, papai acabou de sair do hospital, e por mais curiosa que eu esteja também estou com medo, não sei se estou preparada para ter uma conversa dessa com ele.

— Ainda não, vou tentar falar com ele hoje — saio do box pegando uma toalha que tinha ali, e indo pro quarto, vejo minha calcinha rasgada no chão e encaro feio o Tizil que tinha acabado de sair todo molhado do banheiro, pelado mesmo, ele olha pra calcinha e depois pra mim levantando os braços em rendição.

Visto o meu vestido, e encaro o Tizil.

— Preciso ir pra casa — Ele levanta uma sobrancelha me encarando — Você vai me levar o mandado — Ele dá de ombros descendo a escada, e eu desci atrás dele e fui pra cozinha.

 Tá indo pra onde ó — vem atrás de mim, minha barriga não parava de roncar pior que bateria de igreja  evangélica, não ia embora sem comer, é o mínimo que ele podia fazer por mim era me alimentar já que quem foi comida a madrugada todinha tinha sido eu.

— Comida — digo e ele revira os olhos se encostando no balcão e me encarando, abro das armários e não encontro nada — Porra tu come o que?? — Ele ri, e eu fecho a cara ouvindo minha barriga reclamar cada vez mais.

— Primeiro que nem em casa eu fico — ele se aproxima e me prende entre o armário e o corpo dele — Segundo que eu tomo café, almoço e janto na tua casa — ri, e eu empurro ele — Terceiro que comer você e bem melhor — Reviro os olhos

— Esqueci que... — Escutamos o barulho de fogos, encaro ele e respiro fundo para mais um dia normal na rocinha.

— Puta que pariu — O rádinho dele começa a tocar e eu corro pra sala pegando a primeira arma que vejo, Tizil joga o colete pra mim, visto e saio em disparada descendo o morro, nem coloquei nada no rosto, uma hora ou outra iam descobrir meu rosto mesmo.

Quem tava invadindo era o PVLI, parece que não cansa de perder nessa porra, vou descendo os becos, dando tiro só era na nuca ou no peito, tudo fatal passa nada nessa porra também não.

 Isso aí imperatriz, bala nos três cu —Dóidói passa por mim chapado, e eu abro mo olhão, esse garoto só pode tá de brincadeira com a minha cara.

— Tá querendo morrer porra, vai pra casa Dóidói caralho — Chego por trás dele, atirando no pau no cu.

— Da não po, cheguei em casa hoje de manhã dei de cara com teu tio, ficar lá nada, dou valor a minha vida — balanço a cabeça em negação.

— Da valor a tua vida, e vem pra trocação chapado — estralo a boca negando — Depois morre e não sabe porque — Desço acompanhando ele, do jeito que ele tá e capaz dele mesmo acertar um tiro nele, esse povo parece que não tem noção, bato de frente com o Pitbull — Se vira, e teu amigo — taco o Dóidói pro lado dele e saio de perto.

— Filha da puta, tu tá bêbado? Deixa patrão saber — Ouço o Pit falar e dou risada, vou cruzando os becos, ouvindo a trocação que ainda tava forte.

Até estranho por não tá encontrando ninguém, bato de frente com dois, e pulo pra outro beco subindo na Lage de uma casa, nem sei de onde arrumei tanta força, atirei no peito de um fazendo o outro cair no chão, e o outro apontar a arma pra mim, mais logo recebe um tiro na nuca.

 Quem tá bêbado agora o filha da puta — Dóidói diz passando por mim e saindo de perto, balanço a cabeça em negação, e desço da Lage seguindo meu caminho, quando bato de frente com um, eu ia atirar mais senti a nuca fria, puta que pariu que palhaçada é essa.

— Atira não po, essa aí é do patrão — ele ri mostrando os dentes de ouro, nego com a cabeça, me abaixei dando uma cotovelada na barriga do cara que tava atrás de mim e tomei a pistola que tava na mão do mesmo, e atirando nele, e apontando pra cabeça do cara na minha frente enquanto escutava o outro cair no chão, o cara na minha frente riu — Igualzinha a irmã, só que do lado oposto — Fiquei sem entender e encarei ele.

— Quem é você? — apareceu mais dois caras atrás dele chamando nossa atenção.

 Você vai descobrir, e esperta, como a Layla — ele me encara e eu travo no lugar.

— Bruno? — Perguntei e ele riu alto.

 Não falei, você é esperta Mirian — Ele assente pra alguém atrás de mim e eu só sinto a dor forte na minha cabeça, escuto a risada exagerada dele e meu único pensamento antes de cair no chão já sem consciência foi puta merda tô sem calcinha.

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Onde histórias criam vida. Descubra agora