• Capitulo Dezesseis •

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021 RJ
Morro da rocinha
00:45

Entro na casa do meu pai que estava totalmente empoeirada, tenho que mandar alguém vir arrumar isso aqui urgentemente.

Caminho até o fundo do quintal indo pro porão, e entro dentro do pequeno cubículo com paredes de madeira, acendo a luz e pude ver barracas de acampamento, algumas bicicletas de criança e algumas coisas do meu pai.

Olho ao redor tentando lembrar aonde eu encontrei o meu pai naquele dia, deve ser estranho eu tinha apenas sete anos, começo a dar algumas batidinhas na parede pra ver se o som muda e dou uma sorriso de lado ao comparar isso com algum filme de detetive.

Continuo caminhando até chegar em um local onde o som saiu totalmente diferente, tinha um quadro com Girassóis e dou mais uma risada, ao lembrar que essa é a flor favorita da minha mãe, tiro o quadro e dou um impulso naquela parte da parede que volta em cima de mim seguro a colocando pro lado e dando de cara com a porta de ferro.

Pecorri meu olhar sobre toda a porta vendo o pequeno cadeado com senha no lado direito, vou até o mesmo, colocando a data do aniversário da minha mãe e como eu imaginei a porta se abriu, revelando várias coisas, que eu nunca tinha visto antes, tinhas três cadernos verdes e ao lado um porta retrato, com o meu pai, minha mãe.

No colo do meu pai havia uma menina sorridente, mais não era eu, eu tenho várias fotos de quando eu era criança e não sou nada parecida com ela, no colo da minha mãe tinha um recém nascido e aquele sim era eu.

Mais quem é a outra menina no colo do meu pai?

Pequei minha mochila e coloquei o porta retrato e os cadernos na mesma, e olhei pra ver se mais alguma coisa me chamava a atenção, e vi uma mini foto antiga bem no cantinho do cofre, pego a mesma mais não consigo descobrir quem é.

Coloco na mochila e fecho o cofre deixando tudo da mesma forma que eu encontrei, e saio do porão trancando o mesmo, e caminhando até a porta principal, assim que eu saio da casa e ia colocando o capacete dou de cara com o Tio Grego que me encara desconfiado.

— Tá fazendo o que aqui?

— É a casa do meu pai, e legalmente a minha também — ele continuou me encarando — só queria paz e resolvi vir aqui, só isso.

— É essa mochila aí em?

— Pensei em dormir aqui, mais a casa está um nojo, aliás pede alguém pra vir limpar isso aqui pra mim amanhã — ele assente e parece ter acreditado na história.

Dou um beijo na testa dele, e trepo na minha moto colocando o capacete e voltando pro morro.

(...)

Chego em casa e não encontro ninguém, o som na quadra do baile estava tão alto que dava pra escutar daqui, subo as escadas trancando a porta do quarto e colocando tudo sobre a cama, vou até o banheiro e tomo um banho colocando um baby doll verde água, e me jogando na cama.

Tiro tudo da mochila e espalho sobre a cama agora observando com mais calma, pego a foto e a viro dando de cara com uma data no verso.

"23/10/2000"

Essa foi a data que eu nasci, como eu havia dito o recém nascida no colo da mamãe sou eu, mais quem é a outra criança, olho com mais calma o verso e pude notar palavras estavam bem borradas, estava escrito ou pelo menos o que eu entendi foi:

"Mirian & Lay..."

Tinha um borrão enorme e não consegui ver, pego os dois cadernos e abro o mesmo vendo uma data no início da folha e ela era preenchida por uma letra linda, que eu distingui ser feminina. Comecei a ler:

"04/02/1997

Hoje era pra ser um dia normal, ou mais um dia na vida de uma grávida, mais pro meu azar a situação é outra, Bruno ainda me mantém presa e eu não sei mais o que fazer, quando meu pai planejou esse casamento arranjado com o Bruno eu pensei que seria diferente, que eu seria apenas uma mulher estranha na casa de um completo estranho, que não faria muita diferença no meu dia dia.

Mais infelizmente o desgraçado fez minha vida virar no 360 e aqui estou eu na maca de um hospital amamentando a minha filha, a minha pequena Layla, eu tenho esperanças de isso tudo um dia mudar, de eu dar uma vida melhor para minha filha.

No início da gravidez eu julguei e me amaldiçoei por ter deixado essa história chegar aonde chegou, e agora eu vi uma chance de fazer tudo isso mudar, a alguns dias mesmo com o barrigão eu fui comprar pão na padaria do José, e acabei encontrando com um cara ele era muito gente boa, mais não podia manter muito contado porque se chegasse no ouvido do Bruno ele acabaria esquecendo que estou carregando uma filha dele e me daria um tiro sem pensar duas vezes.

Ele me falou que se chamava Marcos e que estava apenas de passagem, ele me olhava estranho era um olhar muito diferente, e sim eu senti um arrepio me percorrer, eu sei devo tá parecendo uma adolescente apaixonada, mais ele era tão diferente, ele precisou ir assim que um vapor entrou no estabelecimento, eu não entendi, mais ele falou que ia acabar com o meu sofrimento.

E aqui estou eu esperando por uma pessoa que eu mal conheço, sem ter a certeza que eu irei reencontrá-lo novamente, agora eu preciso ir, a Layla está praticamente aos berros pedindo por peito. Espero que ninguém nunca leia isso"

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Onde histórias criam vida. Descubra agora