• Capítulo cinquenta e quatro •

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Imperatriz narrando...

Cinco meses enfurnada nesse hospital, fui feita pra isso não tio, meu negócio e viver no ar livre, essa merda tá aumentando o meu estresse em um nível, que eu já tô virando uma pessoa insuportável.

E olha que sou eu que estou dizendo não e meu pai, não e minha mãe, não e a baronesa muito menos o Tizil que tá falando não, sou EU...

Minha filha vai nascer no mês que vem, a minha médica disse que quanto mais ela ficar aqui na incubadora humana vullgo EU melhor ainda, mais também não pode ficar por muito tempo, porque causaria problemas de saúde para nois duas, e tudo questão de equilíbrio como ela mesma disse.

Eu e o Tizil ainda não tivemos nenhuma conversa, ele até tenta mais em todas eu sempre dou um jeito de fugir, faz uma semana que ele não brota aqui, o filho da Patrícia nasceu, quase que colado com o Caio.

Aliás assim que eu soube do nascimento do meu sobrinho, fiquei feliz e puta (puta não porquê eu já sou) eu fiquei COM ÓDIO.

Queria dar pulinhos de alegria mais não podia, acabei que fiquei com raiva de não poder ir ver meu sobrinho, pequena vive me mandando fotos, disse que assim que puder trás ele aqui pra mim conhecer.

Dóidói e o verdadeiro pai babão, nunca vi desse jeito, tô até vendo, da tanto orgulho de ver eles felizes desse jeito.

Meu pai e minha mãe tá no maior love, parece que voltaram a ser adolescentes de novo, as vezes acho até que minha diabete sobe de tão melosos que os dois são, mais mesmo assim acho fofo.

Minha mãe me contou tudo que ela passou nesses últimos anos, da até dó, Bruno fez ela de prisioneira, deixou trancafiada em uma casa lá onde judas se perdeu tentando encontrar a bota.

Dou graças a Deus de ter ela por perto hoje, e por ela está aqui acompanhando a netinha dela, nossa conexão e tão forte que as vezes e foda, sou tão parecida com meu pai que quando discuto com ela, nois duas quase sai na porrada.

Minha filha chuta de mais, e não tem hora, pode ser de manhã de tarde de noite, de madrugada, a garota e foda.

E não até hoje eu ainda não decidi qual nome dar pra ela, ainda tô em dúvida, não sei muito bem, nenhum nome até agora me agradou mais tenho certeza que vou encontrar um Jajá.

— E aí filha como e que você tá em? — Meu pai entra no quarto, a primeira visita do dia que eu recebo e dele, isso quando e ele não dá a doida e dorme aqui comigo, agradeço muito pelo pai que eu tenho viu, se dobrou e desdobrou pra cuidar de mim, me dar a melhor educação possível.

Foi um pai babão, e agora tá sendo um avó babão, falta pular de felicidade, grita prós quatro ventos que vai ser vovô, da até graça de ver.

— Do mesmo jeito né pai — Ele estrala a boca negando com a cabeça e se aproxima me dando um beijo na testa e abaixando na altura da minha barriga.

— Aí galotona do vô, como e que cê tá em? Fazendo a mamãe passar muita raiva? — Afina a voz como se realmente estivesse com o bebê no colo.

— Tive um djavu aqui — Minha mãe fala entrando no quarto chamando a nossa atenção — Teu pai fazia a mesma coisa quando eu tava grávida de você — Sobe na cama se sentando ao meu lado — Ficava horas conversando com minha barriga, ficava todo bobo quando você chutava — Diz olhando pro nada como se lembra-se de algo.

— Foram bons tempos — Ele ri, todo besta e passa a mão na minha barriga — Agora tá vindo mais uma garotinha pro vovô — Ele ri — Né minha plincesa? Vovô vai mimar tanto essa garota — Afina a voz mais uma vez arrancando gargalhadas minhas e da minha mãe e eu sinto um chute.

— Ela chutou — Encaro meu pai que estava com lágrimas nós olhos.

— Eu sei eu senti — Ri deixando a primeira lágrima escorrer.

— Meu Deus filha, olha como seu avô e babão, e olha que você nem nasceu ainda — Digo acariciando minha barriga e meu pai se levanta.

— Já comeu hoje filha? — Minha mãe me pergunta é me encara e eu balanço a cabeça em negação — Vou pegar alguma coisa pra você — Assinto e ela sai da sala.

Bom, eu vou atrás da minha mulher esse hospital tá cheio de marmanjo metido a besta que acha que só porque tem um diploma tem todas as mulheres — Diz e eu dou uma risada alta vendo ele sair do quarto.

Sinto vários e vários chutes, e dou uma risada.

— Vai chutar a mamãe mesmo filhota? — Acaricio a minha barriga, com um sorriso estenso nós lábios — Não vai fazer um buraco aí em, você ainda precisa de mais tempinho aí dentro — Dou uma risada — Será que vai ser jogadora de futebol? Ou médica, qual vai ser os seus sonhos em minha pequena, eu to tão curiosa.

Paro um tempo, não quero que ela tenha o mesmo destino que eu, penso muito sobre o que ela vai ser, como vai ser e o que vai se tornar, isso tem rondado minha cabeça a muito tempo, o que eu mais quero é ver minha filha crescer.

E de novo aquela sensação de meses atrás no início da gravidez me invadiu, era como se fosse um presentimento, vim sentindo isso durante todos esses meses mais parece que agora tá ficando cada vez mais forte.

Não sei descrever o porque ou o que tá acontecendo comigo, mais e como se fosse um pressentimento ruim, um mal estar por dentro, só de pensar em alguma coisa minha garganta seca.

Um nó na garganta se formou e eu comecei a chorar.

Do que que eu tô falando, eu vou ver minha filha crescer, vou acompanhar cada passo dela.

E o meu peito se aperta fica pequeninho, tava vindo alguma coisa por aí, eu sei disso, eu sinto isso, maldito sexto sentido...

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Onde histórias criam vida. Descubra agora