Faxineirinha

3 0 0
                                    

Quando eu era jovem

eu batia panos,

estendia roupas

e expulsava ciganos,

pois não tinha nada

e nem devia ter.

Eu era mulata

brincava de arrumar a casa

pedia para a mãe um pouquinho de pão.

E ela dizia que era ingratidão

e que eu era uma estupefata

por desperdiçar migalhas

com o meu vira-lata.

A vida era difícil para alguém como eu,

menininha preta e desgarrada

e depois presa e explorada,

para viver minha vida vendendo cocada.

Minhas risadas foram só suor.

Meus brinquedos, ferramentas.

Mas de mim ninguém comenta!

Da minha infância você nem lamenta.

Agora brinca e dança, que eu sei,

com vestido balão pelos corredores

que eu limpei.

_EU, poeta_





Eu, PoetaOnde histórias criam vida. Descubra agora