Capítulo XXVII

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➻ Capítulo 27

Como eu não previ isso? Era claro que ele não ia curtir, depois de tudo que ele me disse mais cedo não fazia sentido essa festa surpresa... Que droga, por que diabos eu não cancelei a tempo?

Agora ele deve estar pensando que não me importo nem um pouco com o que ele quer, que sou uma inconveniente! Por que eu insisti nisso sabendo do seu gênio?

ㅡ Eu vou falar com ele. ㅡ Selena deu um passo, mas a impedi.

ㅡ Deixa que eu vou, eu que insisti nessa ideia e devo me responsabilizar. ㅡ Me posicionei firme.

Ela assentiu com aflição, e logo sai preocupada. Não bastou segundos até eu ver ele ainda na frente da lanchonete olhando para o nada.

ㅡ Me desculpa, eu não devia ter feito iss...

ㅡ Eu disse antes que era para você nem a Selena se meterem nisso. ㅡ Me interrompeu um pouco alterado, fiquei atenta me sentido uma criança, e talvez tudo aquilo tenha realmente tenha sido um erro. ㅡ Ah, estaria surpreso se me escutassem.

ㅡ Desculpa... só pensei que ainda teria uma chance de você gostar. ㅡ Eu me sentia culpada pela sua reação severa, e não tirava sua razão, afinal isso era pessoal.

Ele ficou calado, parecendo pensar nas minhas palavras. Ou pelo menos deixando eu continuar.

ㅡ Sinto muito pelo que você viu, ouviu e viveu naquele dia... ㅡ Mesmo calado, seu silêncio parecia dar consentimento para eu me pronunciar. ㅡ Por que você não vê isso como uma recompensação pelo passado? Muita coisa mudou Adam, talvez não na sua família, mas definitivamente hoje há mais pessoas que te amam, e eu juro, que se eu tivesse te conhecido naquela época, teria ido na sua festa e dado um lindo presente.

Eu sorri meio torto, mas sem medo do que eu dizia.

ㅡ E... teria evitado que você ouvisse e visse aquilo... ㅡ Terminei, pegando na sua mão e sentindo o frio que exalava aquela área.

Ele olhou soslaio, parecendo surpreso com meu ato inesperado, até para mim era surpresa.

Senti um formigamento percorrer todo meu corpo ao me dar conta de que segurava sua mão. Sua áspera e fria mão. Mas não o larguei. E piorou quando o mesmo olhou diretamente nos meus olhos, aquilo pareceu iluminar tudo ao redor naquela escura noite.

ㅡ Aliás, eu comprei um presente para você. ㅡ Dei um sorriso infantil. ㅡ Mas só vai receber se você entrar lá dentro.

As linhas laterais de sua boca se entortaram parecendo evitar, mas foi nítido quando ele abriu um pequeno sorriso.

ㅡ Desculpa pelo surto... ㅡ Disse, dessa vez ele que parecia uma criança arrependida. ㅡ Eu acho que não tinha como reagir, vocês devem ter dado duro nisso esses últimos dias...

ㅡ Tudo bem, eu entendo. ㅡ Mantive meu sorriso, e sustentei meu olhar no seu. ㅡ Vamos antes que eles desistem de você. ㅡ Rimos.

Antes de irmos, eu percebi que nossas mãos ainda estavam juntas, e ele também percebeu imediatamente. Largamos, mas ainda assim o constrangimento insistiu em não ir.

 Largamos, mas ainda assim o constrangimento insistiu em não ir

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