Capítulo XL

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➻ Capítulo 40

Gradativamente abri meus olhos, tento a visão de um teto branco após um breve momento vendo somente um borrão. Fixei minha atenção somente nele por uns segundos, tentando botar a cabeça no lugar. O ambiente estava pouco iluminado, uma vez que a luz do teto estava apagada.

Dessa vez, tive a sensação do meu corpo estar relaxado, apesar do ranger continuo da cabeça. Meus olhos, ao contrário, estavam pesados. Conclui que apenas da cabeça para baixo estava dormente, totalmente estranho.

Virei a cabeça para o lado e vi um retrato de um casal, e atrás do mesmo, um abajur ligado. Isso explicaria do porquê o ambiente estar escuro. As pessoas no retrato eram muito familiares, mas talvez eu não estivesse em condições de reconhecer alguém. Percebi após um pequeno esforço, que estava deitada em uma cama grande.

Olhei para o outro lado, e dessa vez, vi um retrato de Aurora, nítido e claro. Foi quando a minha ficha caiu: eu ainda estava naquela casa.

Botei os poucos neurônios que ainda tinha para trabalhar, e tive quase certeza que estava no quarto dos pais dela. Um dos fatores que contribuíram, foi notar a música longínqua, porém, alta vindo do andar de baixo e a decoração formal do quarto.

Tentei me levantar, mas apenas falhei, impedida pelo meu próprio "peso" do corpo, como se o cansaço e o desnorteamento me vencessem.

Inclinei minha cabeça para frente, e tive a visão de uma silhueta. Aperentemente, era um homem, loiro. Estava de costas para mim, com o seu celular grudado no ouvido, sussurrando coisas cujo não consegui ouvir por serem baixas demais.

ㅡ Te ligo depois então. ㅡ Avisou, antes de desligar o celular.

Eu conhecia aquela voz...

O sujeito se virou para mim, provavelmente não contando que eu estivesse já acordada, ele pareceu surpreso, mas abriu um sorriso. Porém, não é isso que importava agora. E sim o quão incrédula e abalada fiquei ao reconhecê-lo.

ㅡ Pelo visto a bela adormecida acordou. ㅡ Ironizou, se aproximando ainda mais da cama.

James...? ㅡ A minha voz soou com dificuldade, quase num sussurro involuntário.

A saliva da minha garganta pareceu desaparecer, e os batimentos cardíacos do meu coração pareceram falhar diante tal revelação.

Shii... ㅡ Num ato rápido, o mesmo subiu na cama colocando seu dedo indicador nojento sobre a minha boca. ㅡ Finja que nem estou aqui, sinta-se à vontade.

Ignorei sua fala estúpida, e me foquei apenas no questionamento de que merda era aquela.

ㅡ O que está fazendo? ㅡ Minha voz pareceu falhar ainda mais, conforme o tempo passava me sentia mais enjoada, pela bebida e por estar ali. Com ele.

O loiro saiu de cima de mim sem responder nada, com um sorriso perverso, e se dirigiu até a mesinha perto da porta para pegar o seu celular, enquanto tudo pareceu ocorrer por minutos longos. Eu tentava me mexer, mas senti todo meu corpo estático. Entrei na conclusão de que com certeza, ele havia me drogado ou algo do tipo, porque não era possível eu estar tão sem controle assim por um só ponche.

O pior de tudo, era que eu estava consciente e não tinha a mínima possibilidade de me defender ou gritar. Foi como um pesadelo, e o dos piores.

ㅡ Vamos lá... Só vou ajeitar a câmera, e já podemos começar. ㅡ Disse, parecendo se divertir seja lá qual for sua intenção.

ㅡ Por que...? ㅡ Foi a única coisa que consegui falar, entre tonturas e desnorteamentos.

  Um silêncio se instalou, James me olhou hesitante com aparentemente pensamentos conturbados. Deduzi que, além dele ser mal caráter, ainda era vingativo e louco. Que lixo.

O Diário de Um ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora