O Diário de Um Clichê

Capítulo XVI

➻ Capítulo 16

Não era uma novidade ele estar em um lugar como esse. Mas porque não parava de observa-lo?

Ele não parecia estar muito bem e isso era nítido. Adam encarava aquele pequeno copo de vidro a um bom tempo, como se refletisse.

Sua aparência não era uma das melhores no momento, de longe pelo menos. Seu cabelo não parecia ver um pente a dias e suas olheiras estavam em evidência.

Ok, ele não estava tão diferente do normal.

Notei que o barmen entregou um pequeno copo com alguma bebida para Billy, mas não dei tanta importância pois imaginava em o que Adam estaria pensando.

Seja lá o que for, isso pode ter a ver com a não ida dele para escola, não é?

Ou talvez ele só é um vagabundo mesmo.

ㅡ Caraca! ㅡ Dessa vez foi impossível ignorar Billy, pela sua exclamação. Me virei para o ruivo e o vi fazendo uma careta, provavelmente por causa da bebida. ㅡ Isso é novo!

ㅡ Não vai exagerar Billy, ㅡ juntei as sobrancelhas. ㅡ Eu não quero te levar arrastado daqui...

ㅡ Eu só estou provando coisas novas. ㅡ Ele deu um sorriso divertido.

ㅡ Como gente como você consegue? Eu não aguento o cheiro, quem dirá o gosto. ㅡ Fiz uma careta, incrédula enquanto encarava o copo.

ㅡ Parece uma senhora aposentada que mora com gatos e que tem vários livros empoeirados falando... ㅡ Disse pensativo.

ㅡ Errado ㅡ sorrio. ㅡ, Livros empoeirados não.

ㅡ Para alguém que não queria tá aqui você até que está mais à vontade!

Errado ou não, de fato, eu me sentia mais à vontade, apesar de imaginar o que poderia acontecer em um lugar desse e isso me assustava.

ㅡ E de qualquer forma, não deixo de ser responsável aproveitando um pouco da minha juventude. ㅡ Completou.

Não era como um estilo de vida que eu admirasse, na verdade, acho até interessante aproveitar os momentos de vida que temos, ainda mais sendo jovens. Porém é inevitável sentir medo; medo de que pode acontecer, do que eu estaria arriscando.

Eu sei, eu sei, sou um tanto medrosa e brega, mas que mal faço? Todo mundo tem direito.

ㅡ Licença! ㅡ Billy chamou o barman, que o encarou com uma sobrancelha arqueada, que apesar de ter uma barba enorme e algumas tatuagens, parecia ser uma pessoa simpática até. ㅡ Mais um, por favor. ㅡ O mesmo assentiu e assim o serviu.

ㅡ Eu acho que todo mundo aqui está vendo a gente como dois adolescentes nerds... ㅡ Digo observando o jeito que alguns nos olhava, exceto os que jogavam sinuca e Adam, que nem ao menos notou nossa presença.

ㅡ Diga por você, eu não sou nerd. ㅡ Respondeu convencido.

ㅡ Confessa Billy, você não é o exato modelo de adolescente que todo mundo quer ser, na verdade, nós ㅡ dei ênfase na última palavra com um sorrisinho comprimido. ㅡ não somos.

ㅡ Só porque gostamos de ler e talvez estudar? Isso não tá na lista de como não ser um adolescente. ㅡ Disse pensativo.

ㅡ Mas não é a primeira coisa da lista. ㅡ Sorrio.

Recebo a resposta de uma simples careta quando o mesmo deu somente um gole na sua bebida, assim me fazendo dar uma risada nasal.

Por mais estranho que pareça não demoramos muito, vinte minutos exatos!