O Diário de Um Clichê

Capítulo XLVI

➻ Capítulo 46

As coisas só fizeram mais sentido nos dias seguintes, ao eu acordar e perceber que era apenas mais um dia no hospital.

Priya havia passado as noites ao meu lado, exceto uma vez que meu pai resolveu ficar no seu lugar. Portanto, Adam não voltou.

E caramba, eu passei mais tempo me preocupando com ele do que comigo. Que inferno!

A notícia que tive sobre o motoqueiro, era que ele pelo menos estava trabalhando mas diferente de outros dias, de acordo com o Sr. Oliver.

ㅡ Seus amigos vão vim daqui a pouco... ㅡ Priya se levantou da cadeira, pegando o casaco e revisando o horário no relógio em seu pulso. ㅡ Vou dar uma passada em casa.

ㅡ Vai voltar essa noite também? ㅡ Indaguei.

ㅡ Talvez, ou talvez o papai fique com você. ㅡ Respondeu suspirando. ㅡ De qualquer forma você não irá ficar sozinha. ㅡ Reforçou, abrindo um sorriso acolhedor.

Priya havia ficado mais amável do que antes, parecia que tínhamos voltado ao tempo quando éramos criança e ela sempre cuidava de mim. Quanta nostalgia.

ㅡ Por falar nisso... Adam não veio mais, né? ㅡ Comecei, na esperança da mesma saber alguma coisa.

ㅡ Já ia esquecendo! ㅡ A mesma bateu na testa, se auto lembrando. ㅡ Adam me mandou mensagem falando que irá vim mais tarde depois do trabalho, e que queria dizer algo importante. Pediu para avisar, já que você não tem ficado no celular esses dias.

Um pequeno sorriso, bem pequeno, surgiu nos meus lábios, acompanhado de um medo evidente. O modo dito pareceu que o assunto seria sério. O motivo dele estar distante e estranho esses dias? Muito provavelmente.

ㅡ Sabe o que pode ser? ㅡ Franzi o cenho.

ㅡ Sei lá. Não sou vidente. ㅡ deu de ombros.

Suspirei, uma vez que em dias pela primeira vez tocamos no assunto chamado Adam.

ㅡMas me diz, seja sincera... ㅡ Priya me olhou com um sorrisinho, voltando a se sentar. ㅡ Vocês são só amigos mesmo?

Era óbvio, nítido que tinha algo à mais entre nós dois, e não tem do porquê mentir sobre isso para ela.

ㅡ Bom... Estamos meio que tentando, para resumir.

ㅡ Hum... ㅡ Ela assentiu, pondo a mão para apoiar o queixo me analisando com um sorrisinho bobo, parecendo pensar em mil coisas.

ㅡ Ok, pode falar.

ㅡ Falar o que?

ㅡ Não sei, talvez a sua primeira impressão que teve dele. Sei que você quer, te conheço. ㅡ Estreitei os olhos, como se eu estive lendo seus pensamentos.

Ela riu, mas não negando que eu estava certa.

ㅡ Pelo pouquíssimo que conheço, não posso negar que ele é bem gato. Desde quando gosta de gente daquele estilo? Tem bom gosto ein. ㅡ Deu um sorriso maldoso, me fazendo dar uma risada nasal. ㅡ Segundo que, bom, não sei exatamente... Mas sinceramente tem algo nele que me intriga. É uma pena que eu não o conheça muito bem.

Seu julgamento me fez lembrar da primeira vez que o vi.

Intrigante.

ㅡ Melhor do que falar que ele parece um dos seus ex. ㅡ Ri, ela riu também, e em seguida deu um tapão no meu ombro. ㅡ Aí!

ㅡ Não vou pedir desculpas. ㅡ Falou, desfazendo o sorriso se levantando da cadeira. ㅡ Enfim, quanto ao papai não se preocupe, não vou falar nada sobre até VOCÊ tomar essa iniciativa. ㅡ Assegurou, me fazendo dar um leve suspiro.