Capítulo 16- Josh

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Vocês demoraram mas eu estou aqui

Façam bom proveito
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Minha cabeça está latejando, como é possível ? Até dormindo isso não passa. O despertador tocou cinco minutos depois, me fazendo praguejar por ainda não ser o fim de semana.

Me arrumei rápido, desci a tempo de encontrar Sofya na cozinha enquanto minha mãe coloca as louças sujas na máquina.

- Por que não foi no meu quarto hoje?- perguntei, me sentando na cadeira ao seu lado.

Sofya não me respondeu, nem me olhou enquanto toma seu café da manhã.

- Eu te fiz alguma coisa?- perguntei mais uma vez, dessa vez ela negou com a cabeça- Já sei, o gato comeu sua língua.

Ela negou novamente, colocando sua língua para fora, mostrando que ainda ela ali.

- Não quer me contar o que aconteceu?

- Quem é Any?- ela perguntou sussurrando.

- A garota que você viu no meu quarto outro dia. Por que?

- Joalin disse que você vive grudado na Any agora.- ela mais uma vez sussurrou, mexendo com a colher o cereal da sua tigela.

- Mas isso é bom, não é? Você disse que não queria que eu continuasse sozinho.

- Você vai me trocar por ela?

- O que?

- Você vai parar de me levar no parque e vai começar a levar ela?

- O que, Sofya? Claro que não. Eu jamais te trocaria por qualquer pessoa desse mundo.

- Me promete?

- Claro que prometo. Mas só se você me der um abraço de urso.

Ela sorriu, ela adora dar abraços de urso. Sofya pulou da sua cadeira, pulando no meu colo e me abraçando com toda a força que tem no seu pequeno corpo.

- Josh?- uma voz tímida me chamou.

- Sim.- falei olhando em direção a porta, vendo minha irmã parada e escostada no batente.

- Se importaria se eu fosse com você para a escola?- perguntou tão rápido que me confundi com suas palavras.

- O que?- olhei para minha mãe, que abriu um sorriso.

- Posso ir com você para a escola hoje?- falou na mesma velocidade que antes, mas dessa vez de uma maneira mais nítida.

- Seu carro quebrou?- perguntei mais confuso ainda.

- Não, eu... Quer saber, deixa pra lá.

Ela se virou tão rápido que mal tive tempo de acompanhar seus passos.

- Espere Joalin! Caramba! Me de cinco minutos para comer.- gritei, ouvindo seus passos apressados pararem na porta.

O caminho foi um silêncio, ninguém falou, ela não quis ligar o rádio, então eu também não quis. Vi pelo canto do olho ela abrir a boca, dessa vez não para puxar o ar, mas sim para dizer alguma coisa. Porém, pelo o que parece, as palavras ficaram entaladas na sua garganta.

Ela me olhou quando parei no estacionamento da escola. Seu rosto está desesperado, ela quer dizer, eu sei que está tentando, mas às palavras foram inaudíveis novamente.

- Não precisa me agradecer, pode vir comigo sempre que quiser.

Seus olhos se arregalaram, brilharam em gratidão e alívio. Ela concordou com a cabeça, puxando sua mochila no banco de trás até seu colo. Mais uma olhada, mais um silêncio, e então, ela saiu.

Por fim, te encontrei!Onde histórias criam vida. Descubra agora