CAPÍTULO III

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LOVE IS A KILLER

Harry pensou não ter ouvido bem.

Então simplesmente ignorou o pedido do garoto se desviando com o pedido de ajuda em mente, mas foi impedido mais uma vez.

— Não me ouviu, idiota? — Ainda doía quando Draco tocava Harry.

— O que você...

— Por favor.

Isso foi suficiente para Harry perceber o quão urgente aquele pedido era, em todos os anos de má convivência nunca ouvira tais palavras saírem da boca do loiro e nunca pensou que iria ouvir, principalmente direcionadas a si. Pensou que talvez Malfoy só procurava um pouco de contato por consolo e aquilo soou ridículo mesmo dentro da sua cabeça porque era Draco Malfoy de quem ele estava falando. Ele não pedia por consolo, ele mal sentia qualquer coisa. Harry tentou não pensar demais sobre aquilo porque não conseguia imaginar um único motivo plausível para Draco estar lhe fazendo aquele pedido e Harry o odiava acredite, mas não conseguia negar uma súplica que de tão singela nem parecia ter saído daqueles lábios.

Um pouco confuso e relutante Harry tirou a mão de Draco de seu pulso colocando-a sobre a sua, palma com palma extremamente desconfortável com um toque que parecia tão íntimo ser dividido com o inimigo.

Já Draco não podia se importar menos com detalhe tão infantil, sua respiração estava mais calma, seu corpo aliviado, mas sua mente parecia estar derretendo.

Harry puxou a mão sendo surpreendido por um grito doloroso do loiro, sem entender voltou a sua mão a mão de Draco desta vez apertando-as notando que o loiro logo trazia uma expressão de alívio.

A cabeça do Malfoy estava finalmente anestesiada, só se mantinha atento a esse curioso fato:

Não doía quando o Harry o tocava.

O moreno o olhava assustado, temia que o loiro morresse na sua frente antes de conseguir pedir ajuda. Lutando contra cada instinto de sobrevivência que habitava em seu corpo e sabendo que a dor provavelmente iria atingi-lo em cheio, Malfoy disse a Harry:

— Chame a Madame Pomfrey, rápido!

Harry assentiu e soltou a mão de Draco rapidamente caminhando até a saída da ala hospitalar e a dor atingiu Draco de maneira mais amena, não era mais uma dor insuportável era mais uma pontada tolerável em meio a suas costelas.

Não doía mais quando respirava e se sentiria aliviado se não estivesse apavorado com os acontecimentos recentes. Mais uma vez se mostra demasiadamente frágil em frente ao Potter e se odiava por isso, mas ao mesmo tempo estava intrigado com sua oscilação no exato momento que Potter o tocava, tentava achar uma solução lógica para tudo aquilo. Seria Potter o autor dessa maldição? Não. Não seria possível, seu complexo de mocinho nunca o deixaria fazer isso. Ou deixaria? Já sentia a raiva o invadir, se todo esse sofrimento fosse realmente culpa de Potter ele iria pagar.

Tentou respirar fundo para sentir seus pulmões novamente fazia um tempo desde que os sentiu pela última vez já que todas as sensações que teve nos últimos dias se resumiam a pura dor. A cabeça de Draco girava enquanto ele tentava seu máximo para não se deixar levar pelos acontecimentos recentes, para não deixar a raiva o controlar ou o que quer que fosse que estava sentindo agora.

Logo a imagem da enfermeira veio aos seus olhos, a senhora trajava uma longa camisola branca com pequenas rosas espalhadas, o que não era uma visão tão agradável para nenhum dos dois garotos presentes. A cabeça de Harry parecia estar funcionando sobre feitiço, tentava ao máximo não pensar na expressão dolorosa de Malfoy ou no inusitado pedido vindo do mesmo, se perguntava o que tinha de errado com o garoto se estava sobre psicose ou algum feitiço, preferiu não voltar a encarar Draco nesse momento por isso se direcionou a sua cama logo se sentando, ainda tentando desacelerar seus pensamentos e focar na conversa ao lado que era feita quase aos sussurros e misturada com a aceleração dos pensamentos do moreno se tornava quase indecifrável.

LOVE HURTS ➤DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora