CAPÍTULO VII

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WONDERWALL

Pela primeira vez na vida, Harry odiou sua impulsividade.

Aquele momento estranhíssimo que ele tivera ontem a noite foi interrompido pela Madame Pomfrey que parecia tão preocupada com Draco que nem notou que Harry estava onde não deveria e ele, nem deu oportunidades para que ela percebesse já que assim que ela chegou ele virou as costas e saiu daquele lugar o mais rápido possível. Honestamente sua cabeça parecia não querer acreditar nos eventos passados, tentava se enganar mais uma vez dizendo que tudo havia sido um sonho, mas a sua dor de cabeça e o modo como ele nem conseguia se encarar no espelho naquela manhã o impediam de acreditar nisso.

Decidiu ser melhor manter aquilo em sigilo, nem teve coragem de contar a Hermione o que havia descoberto porque honestamente ele não queria ter descoberto nada, mas agora ele tinha um trilhão de perguntas sem respostas. "Quando aquilo começou? Se Draco gostava dele porque foi um babaca todos esses anos? Por quê justo ele?"

Ele também não conseguia parar de pensar no momento em que pensou que presenciaria a morte de Draco Malfoy com os próprios olhos, ele não entendia bulhufas do que estava acontecendo. Ele não conseguiu terminar a leitura do livro branco porque agora toda vez que olhava para ele lembrava de como ele parecia estar descrevendo a sua vida, mas tampouco o devolveu para a biblioteca. Harry não sabia como aquilo funcionava, ele sabia que Draco estava doente por estar apaixonado... por ele. Agora ele se sentia mal por não se sentir mal, porque Harry não sentiu o mínimo de culpo a juntar aquelas informações e ele honestamente não tinha. Ele não tinha culpa por não controlar seus sentimentos, assim como Malfoy também não tinha.

Mas ainda assim, Harry não podia evitar sentir pesar ao lembrar de como Draco parecia assustado naquela noite. Droga! Ele realmente não deveria ter saído do quarto.

— Você está bem? — Hermione perguntou ao seu lado em sussurro. Harry demorou um pouco para raciocinar que a garota estava falando consigo, tanto por seus pensamentos inquietos tanto porque a garota não era conhecida por conversar durante a aula e sim por brigar sempre que Harry e Ron faziam isso.

— Sim, estou bem. Por quê? — Harry respondeu.

— Não sei você parece mais... distraído hoje, por assim dizer. Aconteceu algo?

— É só impressão.

— Tem certeza? Há quanto tempo nós conhecemos? Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? — Ela disse com o olhar fixo no Professor Flitwick que parecia muito preocupado em não deixar Seamus se explodir ao praticar o Rudis para prestar atenção nos murmúrios dos amigos.

Harry queria muito contar, pedir um conselho porque sabia que Hermione teria a resposta. Ela sempre tinha. Mas ele ainda sentia que não devia então ao invés de dizer algo ele simplesmente reafirmou ser a imaginação da garota e ela assentiu não acreditando muito nas palavras do amigo.

O resto do dia correu normalmente, tiveram aula de Runas Antigas e Poções, e Harry se pegou observando a sonserina e percebendo o quanto soava estranho o fato de ninguém ali estar o provocando ou fazendo piadas nem um pouco criativas sobre seu cabelo, seus óculos, suas roupas, sua personalidade e... bem, sobre tudo em si.

Foi no meio da aula de Aritmancia que um tubulão verde entrou na sala chamando a atenção de todos ao rosto desconhecido, ela se desculpou com os alunos e caminhou desajeitadamente em direção à Professora Vector sussurrando algo em seu ouvido e olhando diretamente para Harry. Mais uma vez ele sentiu um certo desconforto ao ser encarado por aqueles olhos negros, como se ele estivesse sendo invadido de alguma forma.

— Certo, certo. — A professora confirmou assim que a mulher se afastou de si. — Senhor Potter, creio que você e a Srta. Stark tem alguns assuntos para resolver.

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