COUNT ON ME
Draco e Harry não conseguiram assistir ao jogo da lufa-lufa no final.
Depois das confissões sonserinas o clima se manteve tenso, Harry tinha medo de dizer algo errado, algo que demonstrasse o quão assustado ele estava no momento, porque ele estava realmente apavorado com os sentimentos de Draco. Já o loiro se sentia leve como uma pena, se não fosse a tensão explícita no ar e sua reputação, ele poderia fazer a viagem de volta para o castelo saltitando. Não que algo bom tenha resultado da sua exposição, mas ele se sentiu tão bem em dizer aquelas palavras em voz alta que ele realmente não se importava com as consequências. E, além disso, agora se encaixava na limitadíssima lista de pessoas que haviam conseguido deixar Harry Potter sem palavras.
— Bom, eu... Você devia... Eu tenho que... — Harry tentou formular uma frase que fizesse algum sentido quando chegaram em frente à porta do quarto do sonserino simplesmente porque parecia errado seguir seu caminho sem dizer nada depois de tudo que ouvira naquela tarde, mas ele não conseguia se livrar das palavras do sonserino que pareciam estar fazendo uma festa na sua cabeça.
— Eu te vejo na terça, Potter. — Disse Draco abrindo a porta e se trancando no quarto, deixando implícito que Harry não precisava o acompanhar quando fizesse seus exames amanhã. Harry sentiu seu pulmão voltar a funcionar assim que Draco fechou aquela velha porta de madeira, respirou fundo e seguiu seu caminho ao salão comunal e não saiu de lá pelo resto do dia, nem quando Ron o chamou para jogar xadrez bruxo ou para fazer literalmente qualquer coisa que tirasse o amigo daquele transe que ele havia entrado ele se mexeu. Mas Harry não parecia triste ou preocupado, tampouco parecia feliz ou sonhador, aparentava tão apático quanto alguém poderia parecer, como alguém que fora hipnotizado por algo muito forte.
E era forte. Não era todo dia que alguém ouvia Draco Malfoy dizendo que os amava. Meu Merlim! Draco o amava! Ficava cada vez mais inacreditável toda vez que Harry lembrava desse fato. A cabeça dele nem funcionava direito, mas não podia negar que uma parte desse efeito se dava também pelos relatos contados por Draco. Que outras partes daquela história Harry ainda não conhecia? Que outras partes de si Draco escondeu? Ele não sabia, mas queria saber.
Depois de uma tarde que lhe passara como um filme do qual ele não consiga nem lembrar o título, recordando vagamente de ter descido para jantar e havia conversado com Simas sobre algo quando chegaram no salão comunal, mas nem sob ameaça de morte Harry se lembraria qual fora o tópico daquele conversa, ao deitar sua cabeça no travesseiro naquela noite ele ainda jurou haver ouvido claramente a voz de Draco o dizendo o quanto doía o amar.
Draco, por outro lado, nem percebeu quando caiu no sono, por incrível que pareça não foi perturbado por arrependimentos, no outro dia se sentia incrivelmente leve, foi a primeira vez em muito tempo em que Draco acordou se sentindo como ele mesmo. Se aprontou rapidamente para sua consulta médica, havia acordado otimista e pronto para fazer uma pergunta que já circulava na sua cabeça por um tempo, mas antes disso havia alguém que ele precisava ver primeiro. Por isso cruzou os corredores e escadas até a comunal da Sonserina, esbarrou com alguns alunos no caminho que passavam aos cochichos que Draco não escutava direito, mas era sempre a mesma coisa quando um olhar se deparava com ele, "ele não havia sido expulso?", "ele não parece diferente?" "Onde ele estava todo esse tempo?" "Não estava fazendo nada de bom, tenho certeza!", em uma ocasião normal, Draco se viraria e mandaria todas aquelas pessoas para cuidarem da própria vida, mas hoje ele tinha coisas maiores para com que se preocupar.
— Seu grande filho da puta!
Foi a primeira coisa que Draco ouviu assim que pôs os pés no dormitório e deu de cara com Blaise Zabini, um rapaz alto de pele escura com olhos longos e oblíquos que pareciam agora querer arrancar a pele de Draco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LOVE HURTS ➤DRARRY
FanfictionDraco é diagnosticado com flores crescendo em seu peito e descobre que Harry é a causa e ao mesmo tempo a solução dos seus problemas.