CAPÍTULO V

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ANGER

O primeiro dia passara mais rápido do que Malfoy esperava.

Honestamente ele sentia vontade de fugir, fugir para qualquer lugar, qualquer lugar em que ele não tivesse que lidar com que estava acontecendo naquele momento. Ele sempre se considerou ótimo nisso, em fugir. Havia fugido a sua vida toda, fugido do seu carma, das suas morais e dos seus sentimentos. A verdade é que ele acreditava que se ele agisse como se não fosse real não seria.

Porém, a vida é uma vadia e a realidade lhe deu um belo soco no estômago porque, por mais que ele tentasse, não tinha como fugir de si mesmo. Malfoy se esforçava para se manter são, já não sabia há quanto tempo encarava aquelas cortinas tão melancolicamente brancas. Tentava firmemente se convencer que aquilo não significava o que parecia, mas nem ele acreditava mais, ele estava morrendo e pelo motivo mais patético que poderia imaginar.

Estava morrendo porque estava apaixonado por Harry Potter.

Ele queria gritar o mais alto que podia, pelo menos uma vez na vida ele queria poder ser fraco porque ele nunca teve essa chance. Ele nunca pôde ser frágil, ele sentia que as pessoas deveriam temê-lo. Queria que elas tivessem medo de machucar ele.

Enquanto encarava aquela imensidão em branco, ele pensava em quão patético era. O que as pessoas diriam se vissem Draco Malfoy agora? Morrendo por um coração partido. Ele sentia a melancolia das cortinas brancas o penetrando lentamente e ele decidiu precisar sair daquele lugar ou iria enlouquecer, então ele ignorou a voz em sua cabeça que dizia que era uma péssima ideia. Ele só queria se despedir do lugar que guardava a maior parte das suas memórias e que agora havia engolido o seu futuro.

Até pensou em passar no quarto da Srta. Stark para avisá-la que daria uma volta, mas logo tirou a ideia da cabeça. Honestamente, estava puto e não teria paciência para discutir medidas de precaução médicas com ninguém.

Não tão distante da ala hospitalar Harry Potter caminhava entre as seções da biblioteca há horas, não queria admitir estar procurando o que estava procurando, ele genuinamente pensava que aquilo não era da sua conta, mas sua curiosidade gritava em seu ouvido. Por isso havia matado a aula de Runas Antigas e estava procurando entre aquelas prateleiras qualquer coisa que o desse uma pista do que diabos estava acontecendo com Malfoy, ele não se importava, não tinha porquê se importar, mas ainda assim ali estava em busca por algo que nem ele sabia o que era e, honestamente estava quase desistindo daquela procura sem sentido. Porém, enquanto vasculhava as prateleiras da seção de referências, Harry avistou um livro que parecia não pertencer ali, ele tinha poucas páginas e era completamente branco, intrigado o moreno o retirou da prateleira sem acreditar no que estava escrito no traço cursivo e avermelhado. Ele não acreditava que realmente iria encontrar algo, mas se provar errado lhe deu uma alegria desconhecida.

Contudo, algo estranho aconteceu quando Harry levou o livro até a bibliotecária para fazer a retirada, a Madame Irma Pince lhe informou que nunca havia visto aquele livro, portanto, ele não pertencia aquela biblioteca. Harry insistiu que o livro estava na seção de referências, mas a mulher em contra-ataque insistiu em perguntar se Harry não deveria estar em aula, então ele decidiu que era melhor deixar para lá antes de ser pego e acabar na detenção. Ela não se importou muito quando Harry saiu com o livro em suas mãos, então ele também não ligou, contanto que ainda pudesse ler o livro.

Saiu da biblioteca pensando em ir direto ao dormitório, onde poderia ler sem ser interrompido, já que seus amigos ainda estavam em aula o que o fez caminhar mais depressa definitivamente não queria ser pego perambulando pela escola quando não devia, mas ele meio que tinha experiência nisso.

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